Livro ensina como usar música, sons da natureza e a própria frequência sonora emitida pelo cérebro para melhorar diversos aspectos da vida. Entenda
E se fosse possível usar apenas a música como um remédio para aliviar a ansiedade, ajudar na memorização de um trabalho ou diminuir a depressão? E se o som de uma cachoeira contribuísse para manter a calma no trânsito?
De acordo com o livro Sua playlist pode mudar sua vida (Ed. BestSeller), escrito pela psiquiatra Galina Mindlin em parceria com o neurocientista cognitivo Don DuRousseau e o especialista em concentração Joseph Cardillo, existe um método ideal para usar as nossas músicas e sons favoritos de uma forma que contribua para deixar a mente fluida, aliviar a ansiedade, superar uma depresssão e até treinar a memória."Descrevemos no livro técnicas para ajudar o leitor a selecionar a melhor playlist personalizada, que leva em conta o fator emocional e o atual estado de espírito da pessoa", explica ao Delas a psiquiatra Galina Mindlin, professora da Universidade de Columbia e diretora do Centro de Musicoterapia Cerebral em Nova York (EUA).
Galina explica que a playlist personalizada pode ser sincronizadas aos ritmos fisiológicos e aos batimentos cardíacos da pessoa para alcançar ainda mais impacto no cérebro e provocar o estado desejado, seja de concentração ou de melhora do humor.
Os autores recomendam incluir na playlist as canções favoritas (que podem ser trocadas a qualquer momento) e algumas melodias primitivas para atingir um estado de equilíbrio como, por exemplo, sons de cachoeira, ondas do mar quebrando na praia, folhas de árvores balançando ao vento, o crepitar da madeira em uma fogueira, batimentos cardíacos ou outros elementos que possam recuperar momentos prazerosos ou até mesmo recordações que remetem ao útero materno.
O olhar que a neurociência lança neste livro vai além da música como fonte de entretenimento e recreação, mas sim como um "remédio musical", explicam os autores.
"A playlist liberará o remédio musical que está entranhado no seu cérebro e, por fim, deixará você em condições ideais para realizar seus objetivos", descrevem os autores.
Música e depressão
Quando uma pessoa em estado depressivo procura por músicas para uma playlist, Galina recomenda se faça uma escolha bem pensada, para não agravar as emoções negativas.
"Se a pessoa tem a certeza de que certo gênero ou música tem um efeito desagradável sobre ela, como irritação ou ansiedade, essa canção ou gênero não deve fazer parte da playlist", orienta ela.
"Se a ideia é superar uma depressão ou um estado triste, eu não recomendaria canções melancólicas, porque isso pode aumentar a tristeza. Mas, no caso de a pessoa ter uma memória emocional muito positiva associada à uma música triste, o cérebro seria capaz de responder quando uma determinada música pode tirar do estado depressivo ou não", diz a psiquiatra.
A música do cérebro
Galina estuda ainda a música criada pelo próprio cérebro humano, que, segundo ela, funciona como uma espécie de "trilha sonora personalizada" composta por ondas cerebrais decodificadas em um processo chamado Musicoterapia Cerebral. Cada cérebro gera ondas únicas que, quando interpretadas por um algoritmo computacional, são convertidas em frequências sonoras, ou seja, a "música do cérebro"."No BMT ('Brain Music Treatment' ou Tratamento Músico-cerebral, em tradução literal), as ondas cerebrais se misturam com as próprias frequências musicais da pessoa. Seu uso é extremamente efetivo em nos deixar menos ansiosos e mais autoconfiantes. Funciona como um bio/neurofeedback, quando você treina seu cérebro para estar em sincronia com seus ritmos inatos mais relaxantes ao ouvir o seu próprio arquivo de relaxamento."
A psiquiatra explica que assim a mente se torna sensível e mais ágil à nossa "canção de ninar pessoal". "Ao ouvir a própria música cerebral você consegue um reforço positivo e o cérebro se inclina a ouví-la cada vez mais. O BMT é um tratamento eficaz para insônia e ansiedade, e alivia o estresse do cotidiano sem os efeitos colaterais que se pode ter de medicações", diz a especialista.
Veja algumas dicas do livro Sua playlist pode mudar sua vida:
Para fazer a mente fluir: vá a um lugar calmo e ouça os sons naturais (um rio, córrego ou parque) com atenção à própria respiração. Ouça os barulhos naturais com muita atenção para armazená-los na memória. Faça a observação auditiva de 5 a 10 minutos até chegar a 20. Depois, coloque sons parecidos com esses na playlist, combinando-os com outras canções, para manter o estado de fluxo.
Para aliviar a ansiedade: uma dicas é escolher músicas que, intuitivamente, transmitam a ideia de tranquilidade e prazer na audição. Se o trânsito gera ansiedade, "toque suas canções relaxantes nesse momento", ensinam os autores. Se uma música gera estresse e você quiser reverter a emoção, os especialistas indicam ouvir a faixa várias vezes e terminar com uma que seja "energizante". Isso vai reprogramar o cérebro para "dissolver a recordação estressante" e diminuir a ansiedade.Para afiar a memória: se você precisa decorar um texto para uma apresentação, uma dica seria começar ouvindo um som primitivo que traga boas recordações e calma (uma cachoeira, por exemplo) para se equilibrar. Ouça então uma canção que traga bem-estar e que seja dançante, para deixar a mente alerta e pronta. Repita a música algumas vezes para recuperar lembranças boas e detalhadas. Pratique a leitura do texto, sem a música, e use o método sempre que precisar. A playlist de músicas dançantes pode ter mais faixas de acordo com o tempo disponível para escutá-las.
Para ter mais criatividade: "Use a música para recuperar o espírito aventureiro", indica o livro, recomendando uma playlist de canções favoritas para despertar um estado de "almejar novos sonhos". Essa playlist pode ter cerca de cinco faixas, começando por músicas mais rápidas e terminando com uma mais lenta e relaxante. Encontre um momento do dia, vá a um lugar tranquilo e ouça essa seleção, que deve funcionar como um momento para relaxar e pensar positivamente em você, exclusivamente, durante 15 a 30 minutos por dia.
FONTE: Delas.ig.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário