quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Você tem dificuldade de se impor?

Dificuldade em estabelecer limites pode prejudicar relações pessoais e de trabalho

Todo relacionamento saudável necessita de uma boa dose de comunicação e também de limites. Por isso, saber se impor, aprender a falar não, conseguir dar limites ou mesmo não deixar que as pessoas invadam seu espaço é uma tarefa fundamental, porém árdua para alguns. Há quem faça com leveza e maestria, mas não são todos que já nascem sabendo solucionar essas questões. Mas o bom disso tudo é saber que se pode aprender a qualquer momento e em qualquer idade. Ainda bem que temos todo tempo do mundo para nos aperfeiçoarmos com isso. 
O problema maior acontece quando uma pessoa sofre por não conseguir expressar aquilo que quer e precisa para os outros. Como cada um tem uma história de vida, um aprendizado, uma vivência, a questão de limites não é tão óbvia assim, é preciso uma boa dose de expressão para que as pessoas consigam se entender e respeitar os outros. 
Quem não sabe dizer não, por exemplo, numa relação profissional, acaba cedendo o tempo todo, passando por cima de si próprio e dos seus limites. Quando alguém lhe pede alguma ajuda ou a atenção para execução de uma tarefa, sendo que não há tempo hábil para isso pelo acúmulo de outros serviços, quem não sabe dizer não acaba dizendo sim, mesmo prejudicando claramente a si próprio. O resultado é o acumulo de serviço, poucas horas livres, cansaço e estresse pelo excesso de trabalho e algumas pessoas relatam, também, sentir-se tristes, irritadas e de mau humor por não conseguirem se impor e mudar o rumo da situação. Outras pessoas chegam a sentir raiva de quem pediu o serviço ou a ajuda, atribuindo ao outro o problema em vez de perceber a própria dificuldade em comunicar aquilo que precisa. 
Essa dificuldade de dizer o que pensa, evitar dizer não, normalmente está ligada a alguns pontos psicológicos: 
  • Baixa autoestima
  • Medo de perder o contato e/ou amizade
  • Medo de ser rejeitado
  • Receio de ser demitido ou do termino de uma relação
  • Não saber negociar e por isso não ter estratégia para lidar com a situação
A solução deste problema está em curar a ansiedade e as fantasias que cada um tem sobre si e sobre os outros. 
Um bom exercício a ser feito em paralelo a um tratamento é escrever quais são os reais acontecimentos que estão no momento incomodando e necessitam de mudanças, falar não, se impor, etc. Depois escrever as soluções que sejam possíveis, viáveis e saudáveis para cada situação. 
Lembre-se de escrever pelo menos três possíveis formas de resposta. Como não existe verdade absoluta, nesse caso, também não existe uma única resposta ou um único caminho de ação. O cuidado nesse momento é justamente não ir para o extremo oposto, afinal, quem não sabe falar o que pensa, pode erroneamente achar que falar tudo é a solução. Ninguém se dá bem com quem não tem limites, pois quem não se impõe é um pouco submisso, mas quem só diz o que pensa é considerado por muitos uma pessoa extremamente agressiva. Desejo a você todo cuidado para encontrar o equilíbrio. 
Agora entenda o que falta para você agir. Se for medo, seu trabalho deve ser na cura do medo, se for dificuldade de expressão, trabalhe sobre esse ponto. Entenda o que te impede de seguir com suas ideias listadas e se esforce para encontrar a situação viável para suas novas ações. 

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Depressão na adolescência: preste atenção a estes sintomas


Especialmente no caso de adolescentes, que têm naturalmente uma confusão de humores, pode ser difícil reconhecer a depressão. Um estudo recente da Social Indicators Research revelou uma evolução nos sintomas de depressão em estudantes desde 1980. Por isso, é importante que os pais saibam como a depressão se parece nessa idade, a fim de que possam ajudar seu filho adolescente a ficar mentalmente apto e, mais importante, seguro.
Entre os sintomas de depressão relatados na pesquisa, mas que não são tão conhecidos do público, estão: falta de apetite, problemas para dormir, falta de concentração, inquietação e sentir-se sobrecarregado.
O estudo constatou que, em comparação com os seus homólogos na década de 1980, os adolescentes na década de 2010 eram 38% mais propensos a ter problemas de memória e 74% mais propensos a ter problemas para dormir. Eles também tinham duas vezes mais probabilidade de ter procurado ajuda profissionais para tentar resolver estas questões de saúde mental.
Entre os estudantes universitários, 50% disseram que estavam sobrecarregados, enquanto adultos relataram sono de má qualidade, falta de apetite e sentimento de inquietude.
Se você acha que seu filho adolescente pode estar deprimido, procure um terapeuta ou psiquiatra licenciado para obter ajuda. Mesmo que não tenha certeza, não faz mal ter uma segunda opinião, apenas por prevenção. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Pesquisa lança alerta sobre "vício em internet" entre jovens adultos


Um número significante de jovens adultos pode estar sofrendo com o vício em internet, de acordo com uma pesquisa feita pela empresa de marketing Digital Clarity. Segundo ele, 16% dos pesquisados apresentaram sintomas do vício, admitindo gastar mas de 15 horas por dia na internet.

O levantamento foi feito com 1300 jovens adultos, de idades entre 18 e 25 anos.

Especialistas permanecem divididos sobre o que é uma desordem de dependência da internet.

  • Passar horas online
  • Ficar irritado ao ser interrompido durante a navegação na internet
  • Se sentir culpado após passar muito tempo na internet
  • Isolar-se da família e de amigos devido a atividades excessivas na internet
  • Sentir euforia quando está conectado e pânico quando está offline
Malissa Scott, uma estudante de Middlesex, diz acreditar estar sofrendo dessa desordem.

"Eu estou online na maior parte do tempo em que estou acordada e me sinto enjoada e deprimida se perder meu acesso à rede".

"Eu sei que isso saiu do controle nos últimos 12 meses e isso definitivamente afetou minha relação com amigos e membros da família".

Estudos anteriores sugeriram que 'dependência da internet' seria um termo genérico para uma variedade de cenários que incluem jogar de forma excessiva ou ver pornografia obsessivamente. Eles mostram que esse vício é similar à dependência de drogas ou álcool e libera a substância química dopamina da mesma maneira.

 Mas outros psiquiatras dizem acreditar que os efeitos do vício em internet são apenas sintomas de outros problemas psicológicos.

Distúrbio real

Em um relatório publicado nesta semana no jornal Addictive Behaviours, o pesquisador Andrew Doan ressalta sua opinião de que o vício na internet é algo real.

Ele descreve um caso de vício no dispositivo Google Glass, que disponibiliza em óculos o mesmo tipo de informações acessadas em um smartphone.

Um ex-militar da marinha americana de 31 anos identificado durante um programa de recuperação do alcoolismo.

Enquanto era tratado, o homem se mostrava irritado por não estar usando o aparelho.

Ele disse que usou o Google Glass por 18 horas por dia e começou até a sonhar que estava usando o aparelho.

Isso é uma evidência, segundo Doan, de que o vício na internet era um distúrbio real.

Contudo, o vício em internet ainda não consta no American Psychiatric Association's Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais da Associação Americana de Psiquiatria, em tradução livre), um livro referência usado pelos psiquiatras como Manuela de referência.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Excesso de informação pode estimular comportamento de risco entre jovens


Evento no Hospital de Clínicas da UFRGS discutirá os riscos a que estão expostos os adolescentes


Quando se fala em comportamento de risco entre adolescentes, a primeira questão que vem à cabeça são os problemas relacionados à sexualidade, sexo desprotegido, DSTs e gravidez indesejada. Os jovens, porém, estão expostos a muito mais riscos do que se imagina: abuso de álcool e drogas, violência e até mesmo questões relacionadas à alimentação são alguns deles. A quantidade cada vez maior de informação disponível para os adolescentes pode, de acordo com especialistas, representar muito mais uma ameaça que uma aliada na prevenção desses riscos.

– O adolescente está exposto a uma quantidade tão grande de informação que pode acabar se atrapalhando. Ele sofre uma pressão da mídia por um desempenho social, físico, psicológico, social, sexual e cognitivo excelentes, melhor do que poderia e deveria ter – afirma o médico Ricardo Becker Feijó, chefe da unidade de adolescentes do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A relação entre controle e respeito à privacidade é o maior desafio enfrentado pelos pais para minimizar os riscos da imensidade de informações e conceitos que o adolescente acessa, mas muitas vezes não tem preparo para encarar sozinho. Essa dosagem, segundo Becker, pode ser feita, principalmente se houver diálogo e iniciar cedo.

– É importante que ele não inicie a adolescência sozinho nesse tipo de informação. Aos 12, 13 anos, os pais devem fazer um acordo: "você tem acesso, mas eu quero saber por onde tu andas", e uma vez por semana eles sentam juntos e fazem essa supervisão. Mas isso deve ser feito de forma combinada, não em segredo – explica.Para discutir esses comportamentos de risco, o Hospital de Clínicas reúne nesta quarta-feira especialistas nas áreas clínica, sexual e da psiquiatria para abordar a iniciação sexual e o comportamentos aditivos dos jovens. O foco do evento será na prevenção.

– A palavra-chave para evitar esse comportamento é a prevenção, e ela vai acontecer quando os pais tiverem uma proximidade e um canal de comunicação com o adolescente, quando eles derem espaço para que ele possa colocar suas dúvidas e angústias. Se isso não for feito, ele vai buscar essas respostas na rua – afirma o médico.

Entre os principais comportamentos de risco a que os adolescentes são expostos estão os que envolvem a sexualidade – comportamento promíscuo e atividade sexual desprotegida –, abuso de álcool e drogas – levando a conflitos pessoais e interpessoais, às vezes com violência, aumentando a chance de acidentes e agressões –, alterações do comportamento alimentar – bulimia, anorexia e obesidade –, além de violência, em que o jovem pode ser tanto vítima como agente.

– Como o comportamento de risco às vezes não é expresso pelo adolescente, os pais devem ficar atentos às alterações no desempenho diário, como isolamento, alterações de sono, apetite, energia, desempenho escolar. Tudo isso pode significar um alerta para comportamentos de risco – explica Becker.

– Identificado esse comportamento, é importante procurar um profissional de saúde que respeite o sigilo e individualidade do adolescente. Mas a palavra-chave ainda é a prevenção. Os pais devem ficar atentos para que as necessidades maiores possam ser resolvidas através do diálogo. A reabilitação é muito cara do ponto de vista individual e social – diz o médico.

O evento no Hospital de Clínica das UFRGS acontece na quarta-feira, das 11h30 às 12h30, no Anfiteatro Carlos César de Albuquerque. O evento é gratuito e não há necessidade de inscrições prévias. Mais informações pelo telefone (51) 3359-8090. 

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Como um único adulto pode alterar o comportamento de uma criança

Como adultos, nós costumamos alterar o nosso comportamento na presença de pessoas com raiva. Isso é até bastante natural – dado que muitas vezes é um mecanismo de defesa quase que inconsciente.
Mas, ao contrário do que você pode pensar, isso não é uma coisa que aprendemos ao longo do tempo, com experiências traumatizantes. Como você vai ver no experimento a seguir, essa adaptação a uma presença hostil é algo que conseguimos fazer desde muito cedo.

O experimento

O novo estudo do Instituto de Ciências do Cérebro e Aprendizagem da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, revela que crianças a partir dos 15 meses já podem detectar raiva ao observar as interações sociais de outras pessoas – e também usar essa informação para guiar e moldar seu próprio comportamento. O que é absolutamente fascinante!
No vídeo a seguir, você pode ver durante o experimento como a criança regula seu comportamento para evitar conflitos com pessoas raivosas:

Os pesquisadores estudaram 150 crianças de 15 meses de idade usando uma amostra mista de meninas e meninos. Cada uma das crianças que participou do experimento estava sentada no colo de seus próprios pais e ficava de frente para a facilitadora da dinâmica, que demonstrou como usar alguns brinquedos diferentes.
Quando o ambiente estava “tranquilo”, com todos os presentes calmos e controlados, a criança interagiu com o brinquedo sem medo. Mas quando um adulto entrava em cena e falava em um tom raivoso, alto e agressivo, a história mudava de figura.
A criança não fazia nada, apenas observava.

Mas por quê?

No experimento, cada brinquedo tinha peças móveis que faziam sons. As crianças assistiram avidamente e muito interessadas toda a movimentação próxima a esses brinquedos, inclinado-se para a frente e, por vezes, apontando com entusiasmo.
Em seguida, uma segunda pessoa entrava na sala e sentava-se em uma cadeira perto da mesa. O pesquisador repetia a demonstração do brinquedo e essa pessoa reclamava em uma voz alta e irritada, chamando as ações do experimentador com os brinquedos de “agressivas” e “chatas”.
Depois dessas falas raivosas, as crianças tiveram a oportunidade de brincar com os brinquedos, mas em circunstâncias um pouco diferentes. Para alguns, o adulto que falou com raiva saiu da sala ou virou as costas para que não pudesse ver o que a criança estava fazendo. Nessas situações, as crianças ia sem medo para cima do brinquedo.
Mas quando o adulto que expressou raiva continuava na sala, mesmo que com uma expressão neutra, a coisa era um pouco diferente.
A maioria das crianças nessas circunstâncias hesitou antes de tocar o brinquedo, esperando cerca de quatro segundos, em média. E, quando finalmente tomavam coragem para tocar no brinquedo, as crianças eram menos propensas a imitar a ação que a experimentadora havia demonstrado antes.

E nasce o tal do autocontrole

Os resultados, então, mostraram que as crianças que ainda nem sequer falam já sabem interpretar pistas visuais e sociais e, principalmente, agir de acordo com essa interpretação. Elas já entendem as pessoas e isso é uma habilidade cognitiva bastante sofisticada para uma pessoa tão nova.
Curiosamente, o estudo também estabeleceu relações entre as tendências impulsivas das crianças com as tendências que as mesmas têm de ignorar a raiva das outras pessoas. Isto sugere um indicador precoce para as crianças que podem tornar-se menos dispostas a cumprir regras.
Como o observou o coautor desse estudo, Andrew Melzoff, níveis de autocontrole são uma das habilidades mais importantes que as crianças adquirem nos três primeiros anos de vida. No desenvolvimento do estudo, eles mediram as origens desse autocontrole e descobriram que a maioria das crianças foi capaz de regular seu comportamento.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Acabe com a ansiedade e melhore a concentração ouvindo as músicas certas

Livro ensina como usar música, sons da natureza e a própria frequência sonora emitida pelo cérebro para melhorar diversos aspectos da vida. Entenda


E se fosse possível usar apenas a música como um remédio para aliviar a ansiedade, ajudar na memorização de um trabalho ou diminuir a depressão? E se o som de uma cachoeira contribuísse para manter a calma no trânsito?

De acordo com o livro Sua playlist pode mudar sua vida (Ed. BestSeller), escrito pela psiquiatra Galina Mindlin em parceria com o neurocientista cognitivo Don DuRousseau e o especialista em concentração Joseph Cardillo, existe um método ideal para usar as nossas músicas e sons favoritos de uma forma que contribua para deixar a mente fluida, aliviar a ansiedade, superar uma depresssão e até treinar a memória."Descrevemos no livro técnicas para ajudar o leitor a selecionar a melhor playlist personalizada, que leva em conta o fator emocional e o atual estado de espírito da pessoa", explica ao Delas a psiquiatra Galina Mindlin, professora da Universidade de Columbia e diretora do Centro de Musicoterapia Cerebral em Nova York (EUA).

Galina explica que a playlist personalizada pode ser sincronizadas aos ritmos fisiológicos e aos batimentos cardíacos da pessoa para alcançar ainda mais impacto no cérebro e provocar o estado desejado, seja de concentração ou de melhora do humor.

Os autores recomendam incluir na playlist as canções favoritas (que podem ser trocadas a qualquer momento) e algumas melodias primitivas para atingir um estado de equilíbrio como, por exemplo, sons de cachoeira, ondas do mar quebrando na praia, folhas de árvores balançando ao vento, o crepitar da madeira em uma fogueira, batimentos cardíacos ou outros elementos que possam recuperar momentos prazerosos ou até mesmo recordações que remetem ao útero materno.

O olhar que a neurociência lança neste livro vai além da música como fonte de entretenimento e recreação, mas sim como um "remédio musical", explicam os autores.

"A playlist liberará o remédio musical que está entranhado no seu cérebro e, por fim, deixará você em condições ideais para realizar seus objetivos", descrevem os autores.

Música e depressão

Quando uma pessoa em estado depressivo procura por músicas para uma playlist, Galina recomenda se faça uma escolha bem pensada, para não agravar as emoções negativas.

"Se a pessoa tem a certeza de que certo gênero ou música tem um efeito desagradável sobre ela, como irritação ou ansiedade, essa canção ou gênero não deve fazer parte da playlist", orienta ela.

"Se a ideia é superar uma depressão ou um estado triste, eu não recomendaria canções melancólicas, porque isso pode aumentar a tristeza. Mas, no caso de a pessoa ter uma memória emocional muito positiva associada à uma música triste, o cérebro seria capaz de responder quando uma determinada música pode tirar do estado depressivo ou não", diz a psiquiatra.

A música do cérebro

Galina estuda ainda a música criada pelo próprio cérebro humano, que, segundo ela, funciona como uma espécie de "trilha sonora personalizada" composta por ondas cerebrais decodificadas em um processo chamado Musicoterapia Cerebral. Cada cérebro gera ondas únicas que, quando interpretadas por um algoritmo computacional, são convertidas em frequências sonoras, ou seja, a "música do cérebro"."No BMT ('Brain Music Treatment' ou Tratamento Músico-cerebral, em tradução literal), as ondas cerebrais se misturam com as próprias frequências musicais da pessoa. Seu uso é extremamente efetivo em nos deixar menos ansiosos e mais autoconfiantes. Funciona como um bio/neurofeedback, quando você treina seu cérebro para estar em sincronia com seus ritmos inatos mais relaxantes ao ouvir o seu próprio arquivo de relaxamento."

A psiquiatra explica que assim a mente se torna sensível e mais ágil à nossa "canção de ninar pessoal". "Ao ouvir a própria música cerebral você consegue um reforço positivo e o cérebro se inclina a ouví-la cada vez mais. O BMT é um tratamento eficaz para insônia e ansiedade, e alivia o estresse do cotidiano sem os efeitos colaterais que se pode ter de medicações", diz a especialista.

Veja algumas dicas do livro Sua playlist pode mudar sua vida:

Para fazer a mente fluir: vá a um lugar calmo e ouça os sons naturais (um rio, córrego ou parque) com atenção à própria respiração. Ouça os barulhos naturais com muita atenção para armazená-los na memória. Faça a observação auditiva de 5 a 10 minutos até chegar a 20. Depois, coloque sons parecidos com esses na playlist, combinando-os com outras canções, para manter o estado de fluxo.

Para aliviar a ansiedade: uma dicas é escolher músicas que, intuitivamente, transmitam a ideia de tranquilidade e prazer na audição. Se o trânsito gera ansiedade, "toque suas canções relaxantes nesse momento", ensinam os autores. Se uma música gera estresse e você quiser reverter a emoção, os especialistas indicam ouvir a faixa várias vezes e terminar com uma que seja "energizante". Isso vai reprogramar o cérebro para "dissolver a recordação estressante" e diminuir a ansiedade.Para afiar a memória: se você precisa decorar um texto para uma apresentação, uma dica seria começar ouvindo um som primitivo que traga boas recordações e calma (uma cachoeira, por exemplo) para se equilibrar. Ouça então uma canção que traga bem-estar e que seja dançante, para deixar a mente alerta e pronta. Repita a música algumas vezes para recuperar lembranças boas e detalhadas. Pratique a leitura do texto, sem a música, e use o método sempre que precisar. A playlist de músicas dançantes pode ter mais faixas de acordo com o tempo disponível para escutá-las.

Para ter mais criatividade: "Use a música para recuperar o espírito aventureiro", indica o livro, recomendando uma playlist de canções favoritas para despertar um estado de "almejar novos sonhos". Essa playlist pode ter cerca de cinco faixas, começando por músicas mais rápidas e terminando com uma mais lenta e relaxante. Encontre um momento do dia, vá a um lugar tranquilo e ouça essa seleção, que deve funcionar como um momento para relaxar e pensar positivamente em você, exclusivamente, durante 15 a 30 minutos por dia.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Conheça os efeitos da ansiedade na saúde do corpo e da mente

Esse transtorno pode evoluir para quadros piores, como TOC e pânico. Saiba quais são os sintomas que uma pessoa ansiosa apresenta, os tratamentos disponíveis e também os cuidados na alimentação



Você fica nervosa, preocupa-se com tudo, quer fazer logo o que aparece na frente ou sente medo de que algo não dê certo. Esse conjunto de sensações tem nome: ansiedade. Num grau controlável, é encarada como um sinal de alerta que deixa o corpo em estado de atenção para lidar com situações de perigo. Mas, quando passa o limite e compromete o bem-estar, levando ao estresse e ao surgimento de outros problemas psicológicos, é tida como doença. A origem do transtorno de ansiedade nem sempre é conhecida, o que piora ainda mais a angústia de quem sofre disso.

Efeitos no corpo e na vida social 



Fobias e TOC

Em graus elevados, a ansiedade pode evoluir para outros transtornos, como:

· Pânico: a pessoa entra num estado de pavor que provoca tremores, palpitações, tontura e medo de morrer.
· Fobia social: medo constante de situações sociais como reuniões e até festas.
· TOC: pensamentos persistentes e manias, como ter certeza de que as mãos estão limpas ou organizar os talheres da gaveta todos os dias.


Quilinhos extras

A ansiedade afeta diretamente os ponteiros da balança. É que as emoções disparam um desejo incontrolável de atacar a geladeira e comer tudo o que estiver pela frente, principalmente alimentos hipercalóricos, ricos em carboidratos e açúcar. Essas guloseimas agem como calmantes, atuando no nível de serotonina, uma substância que estimula a sensação de bem-estar.


Freio geral

É como se a vida parasse. A pessoa ansiosa acha que é incapaz de fazer tarefas cotidianas, prefere se esquivar das responsabilidades e, aos poucos, deixa os compromissos sociais de lado.


Sintomas 

A ansiedade está na cabeça, mas o corpo também reage a ela, por meio de:

· Dores abdominais
· Diarreia e náusea
· Mãos frias
· Vertigem 
· Boca seca 
· Tensão muscular 
· Respiração acelerada 
· Tremores 
· Inquietação 


Cuidados com a alimentação 


O que pode:

· Salmão, atum
· Banana, manga, acerola, limão
· Arroz integral, cereais


O que não pode:

· Café e refrigerantes
· Bebidas alcoólicas
· Carboidratos refinados

Tratamento 

Psicoterapia: o melhor caminho

Quando as crises começam a atrapalhar a vida e a saúde da pessoa é o momento de procurar ajuda médica. A psicoterapia é o tratamento mais indicado para o transtorno de ansiedade. Em casos severos, também são receitados medicamentos.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Ter irmãos promove generosidade e gentileza

Para pesquisa, irmãs servem de antídoto para solidão na adolescência. Especialistas explicam como irmãos e irmãs exercem proteção


Os filhos únicos que a perdoem, mas de acordo com Laura Padilla-Walker, professora e pesquisadora da Universidade Brigham Young, de Utah, nos Estados Unidos, sortudos são os que têm e são irmãos. Autora de uma pesquisa recentemente publicada no Jornal de Psicologia Familiar da Associação Psicológica Americana, Padilla-Walker revelou que a proximidade a um irmão ou irmã promove generosidade e gentileza nas atitudes de uma criança – coisa que os pais não poderiam proporcionar com tanta intensidade.

Após manterem contato com 395 famílias com mais de um filho – em que pelo menos um possuía entre 10 e 14 anos –, a equipe de Padilla-Walker coletou diferentes informações relacionadas à dinâmica familiar e foi descoberto que ter irmãos, além de influenciar para a realização de boas ações para com os outros, pode também servir de proteção contra sentimentos como a solidão, culpa e medo. Porém, as meninas possuem uma força maior neste último papel. “As irmãs parecem ser especialmente poderosas neste aspecto”, disse a líder da pesquisa ao site do jornal norte-americano U.S. News.

De acordo com Padilla Walker, é provável que este auxílio feminino aconteça com mais força do que o masculino pelo simples fato de que elas tendem a ser mais comunicativas do que eles. “Pode ser que elas atuem como fonte de diferentes perspectivas sobre acontecimentos que os adolescentes não conversam com os pais”, disse a pesquisadora ao U.S. News. No entanto, segundo a psicóloga e colunista do iG Delas (e também irmã) Lucia Rosenberg, poucas pessoas na vida poderão te compreender melhor do que um irmão – independentemente do sexo.

Com duas irmãs e um irmão presentes desde o dia em que nasceu, ela acredita que o irmão também pode ser um grande protetor, confidente e consolador. O diferencial entre os sexos, na verdade, está na educação dos pais: “O homem não costuma ser tão estimulado ao carinho e à conversa quanto as mulheres o são”. No caso do sexo feminino, o instinto maternal já torna estas características antidepressivas um pouco mais presentes, mas não quer dizer que os irmãos também não possam exercer um fator protetor. “Meu irmão é um grande herói que nunca deixa nenhuma de nós na mão”, comenta Lucia.

Meninos de azul, meninas de rosa 

Para a psicóloga e psicoterapeuta familiar Ana Gabriela Andriani, mesmo que dois irmãos briguem e atormentem um ao outro, na hora em que um se sente ameaçado, o outro estará presente para ajudá-lo. Por outro lado, as diferenças culturais no modo que os pais – e a sociedade – lidam com isso estão mesmo presentes: “É muito mais esperado que o menino seja racional e se permita brincadeiras de força. Já das meninas são esperados comportamentos emotivos, de cuidado e carinho”.

Com isso, enquanto por um lado os meninos tendem a proteger as irmãs dos “perigos” externos – como um namorado que ela venha a ter, por exemplo –, Andriani explica que as meninas ficam mais a par dos cuidados afetivos e emocionais. “Mas não dá para dizer que é uma regra, dependerá da educação que os pais derem”, alerta. Em todos os casos, um sempre vai ter muito a ensinar para o outro, mesmo com a diferença de idade, já que ambos viverão experiências distintas.

Esta fraternidade é algo que a psicóloga Lucia sabe, na prática, do que trata. “Hoje eu e meus irmãos nos procuramos nos momentos difíceis, compartilhamos sucessos, nos encontramos para jantar e não falar nada e nunca julgamos uns aos outros”, explica ela, que é a caçula de uma família de quatro irmãos. Lucia chama a irmã do meio, 11 anos mais velha, de “Principal”, enquanto o irmão é nomeado o “Herói” e a primogênita de “Irmãe”.

Convivência fraternal 

Segundo Lucia, cada um de seus irmãos possui características que foram cruciais para o seu crescimento. A mais próxima a ela em idade foi quem lhe ensinou os prazeres das confidências. “Quando eu tinha 3 anos, ela fez com que eu me sentisse muito importante por me pedir que matasse baratas que apareciam quando estávamos juntas; eu confidenciava os meus medos, e ela me apresentava os dela também com o maior prazer”, revela Lucia.Durante a adolescência, quando se sentia triste ou tinha algum problema, na maioria das vezes recorria a esta mesma irmã. “Mas conversei muito sobre amor, sexo e casamento com a minha irmã mais velha”, confessa. Neste caso, o apelido de “Irmãe” que Lucia deu a ela não foi à toa: “Com 17 anos a mais que eu, ela sempre me proporcionou uma relação de autoridade, mas com um olhar distinto ao que a minha mãe tinha sobre mim”.

Porém, quando o assunto era proteção propriamente dita, o irmão – 13 anos mais velho que ela – é quem se prontificava. “Além de ter me ensinado a andar, ler e escrever, uma semana antes de se casar e sair de casa ele disse ao nosso pai que, se percebesse que ele não estava fazendo de tudo para que eu fosse feliz, me levaria embora”, confessa.. “A grande lição de casa era sabermos que o que vale a pena é a confiança, a amizade e a importância de ter e ser um irmão”, explica ela.

O que Padilla-Walker afirma em estudo, Lucia confirma na vivência: a tarefa de ser irmã se amplia na solidariedade, na aceitação e no interesse pelo bem-estar do outro. “Com certeza me tornei uma pessoa mais generosa por causa deles, por estar de prontidão para eles e por saber que eu estaria garantida”, comenta.

União que vem do berço 

Para que esta união de amor e afeto entre irmãos aconteça, no entanto, é preciso que todos os filhos se sintam seguros em relação ao amor dos pais. De acordo com a psicoterapeuta Ana Gabriela Andriani, os irmãos precisam saber que não há competição pela atenção dos pais e os pais precisam saber que as comparações devem ser evitadas. “Os filhos são diferentes uns dos outros e estas diferenças precisam ser respeitadas”, diz.

Se esta convivência for mantida na afetivadade, os irmãos podem compartilhar suas experiências durante toda a vida. Segundo Rosenberg, é simples assim. “Quando a relação entre irmãos é bem conduzida, um sempre vai poder contar com o outro. E ter isso é realmente um antidepressivo”, conclui Lucia, feliz por manter uma relação de amor, confiança e aceitação – porque ninguém é perfeito – entre os quatro.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Rebeldia do adolescente deve preocupar pais quando virar rotina


Na adolescência, as transformações hormonais e psicológicas acontecem muito rapidamente e por isso é esperado que o jovem entre em atrito com os pais a todo momento, tenha oscilações de humor e se revolte contra as regras da escola e da casa. "O adolescente é cheio de certezas. Elas mudam de 15 em 15 minutos, mas são sempre substituídas por novas certezas", diz o psicanalista Miguel Angelo Yalente Perosa, professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, em tom bem-humorado.

Mas qual é o limite para esse tipo de comportamento? Até que ponto a rebeldia é aceitável? "É preocupante quando vira rotina", afirma Maria Teresa Sauer, coordenadora pedagógica do ensino fundamental dois no Colégio Nossa Senhora do Morumbi, também na capital paulista. "Quando começo a receber constantemente um aluno na minha sala por diversos motivos, entro em contato com a família. Às vezes, basta chamar a atenção e conversar sobre o que está acontecendo."
Os confrontos com a família são parte do processo de autoafirmação. "Muitas vezes, os filhos fazem exatamente o contrário do que os pais querem só para não atenderem às expectativas e mostrarem que a decisão foi deles", afirma a terapeuta familiar Sylvia Van Enck, psicóloga do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Para buscar sua identidade, o filho precisa mostrar que é diferente dos pais.

Como agir

Muitas vezes, os pais acabam punindo os filhos rebeldes de maneira muito dura, sem dar espaço para orientação e conversa, o que pode agravar ainda mais o caso. O ideal é abordar os problemas com tranquilidade. "Quando você reage de forma agressiva, a tendência é gerar revolta", diz Sylvia. Se ele se comportou mal, antes de dar bronca ou castigo, espere um momento oportuno para falar com calma sobre o que aconteceu. Diga que percebeu que ele não está bem e pergunte como pode ajudar. "Esse caminho é melhor do que o embate, que afasta ainda mais o jovem da família."Outra boa maneira de evitar ou reverter atitudes rebeldes é dar autonomia e responsabilidades para o filho, inserindo-o dentro das normas de convivência estabelecidas em casa. "Ele precisa ter uma rotina, desde arrumar a própria cama e tirar o prato da mesa até se organizar para estudar", afirma Maria Teresa. Ter referências faz com que o adolescente se sinta menos perdido e mais à vontade para transitar dentro de um ambiente seguro.
O adolescente que não questiona os pais, mas tampouco conversa com eles, também está emitindo um sinal de alerta. Procure estar disponível para o seu filho e tente não julgar as suas atitudes, por mais difícil que seja. "Para abrir o canal de comunicação é preciso respeitar o que o adolescente pensa e sente, e ser capaz de entender o lado dele", fala Perosa. A convivência é fundamental e as conversas podem acontecer na hora do jantar ou no meio de atividades feitas em conjunto, como esportes e passeios.