segunda-feira, 31 de julho de 2017

TOC – Transtorno Obsessivo - Compulsivo


TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais -DSM.IV” da Associação de Psiquiatria Americana. A principal característica do TOC é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.

Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira. Como um disco riscado que se põe a repetir sempre o mesmo ponto da gravação, eles ficam patinando dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se deles por algum tempo é realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas, que ajudam a aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira.

Em geral, os rituais se desenvolvem nas áreas da limpeza, checagem ou conferência, contagem, organização, simetria, colecionismo, e podem variar ao longo da evolução da doença.

Classificação

Existem dois tipos de TOC:

a) Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa;

b) Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade.

Causas

As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade.

Sintomas

Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais compulsivos que não caracterizam o TOC. O principal sintoma da doença é a presença de pensamentos obsessivos que levam à realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da pessoa.

Preocupação excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para pronunciar certas palavras, indecisão diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha errada possa desencadear alguma desgraça, pensamentos agressivos relacionados com morte, acidentes ou doenças são exemplos de sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo.

Frequência

Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o portador do distúrbio recebe o diagnóstico de certeza e inicia do tratamento. Por isso, a maior parte dos casos é diagnosticada em adultos, embora o transtorno obsessivo-compulsivo possa acometer crianças a partir dos três, quatro anos de idade.

Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos. No final da adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos.

Tratamento

O tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. São os únicos que funcionam.

A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa com comprovada eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é expor a pessoa à situação que gera ansiedade, começando pelos sintomas mais brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se associam os dois tipos de abordagem terapêutica.

É sempre importante esclarecer o paciente e sua família sobre as características da doença. Quanto mais a par estiverem do problema, melhor funcionará o tratamento.

Recomendações

* Não há quem não tenha experimentado alguma vez um comportamento compulsivo, mas se ele se repete a ponto de prejudicar a execução de tarefas rotineiras, a pessoa pode ser portadora de transtorno obsessivo-compulsivo e precisa de tratamento;

* Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente normal. No entanto, deve chamar a atenção dos pais a intensidade e a frequência desses episódios. O limite entre normalidade e TOC é muito tênue;

* Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais dos filhos. Devem ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a compulsão que alivia a ansiedade;

* O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da família inteira. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e encaminhar a pessoa para tratamento;

* Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença.


terça-feira, 25 de julho de 2017

Pensamentos positivos podem melhorar a saúde


Você acredita que aquilo que você pensa pode influenciar a sua saúde? A ciência afirma que sim. Estudos mostram que os pensamentos positivos estão diretamente ligados à prevenção de doenças e à melhora em tratamentos, trazendo vantagens significativas para a qualidade de vida.

Assim como o estresse é, muitas vezes, ocasionado por preocupações constantes, os pensamentos bons fazem o caminho inverso, proporcionando mais saúde e satisfação. Que tal apostar no otimismo e desfrutar de uma vida mais saudável?

Pensamentos positivos fazem bem à saúde

Os pensamentos positivos contribuem para o alívio de estresse, ajudando a diminuir os níveis de cortisol no sangue e os possíveis problemas causados pelo hormônio. Porém, a ciência aponta que não é só isso.

Um estudo feito pela Universidade de Duke, nos Estados Unidos, revelou que emoções positivas podem tornar o indivíduo mais saudável.

Na pesquisa, 2.618 pessoas responderam um questionário avaliando como esperavam que a sua saúde seria no futuro. 15 anos depois, concluiu-se que as mais otimistas possuíam 24% menos chances de desenvolver doenças cardiovasculares.

Além do coração, a ciência revela que os pensamentos positivos também agem na prevenção do câncer.

Um estudo publicado na revista científica BMC Cancer mostrou que mulheres que enfrentam conflitos ao longo da vida têm mais chances de serem diagnosticadas com câncer de mama, quando comparadas àquelas que viveram uma vida feliz e estável.

Vale lembrar que o otimismo não deve substituir tratamentos, mas, sim, servir como uma força extra na hora de fortalecer o sistema imunológico e melhorar a rotina.

Livre-se dos maus pensamentos

Pessoas positivas tendem a se sentir mais inspiradas a começar atividades novas, conhecer lugares e realizar-se na profissão ou nas tarefas do dia a dia. Ainda, tendem a ficar mais interessantes, melhorando e fortalecendo inclusive as relações sociais.

Já aquelas que insistem em se apegar a pensamentos negativos tendem a desenvolver maior insegurança, baixa autoestima e desmotivação. E ninguém gosta de ficar perto de uma pessoa que parece ter uma nuvem negra em cima da cabeça, não é mesmo?

Por isso, permita-se desfrutar de boas emoções. Isso fará com que você tenha mais vontade de buscar resultados melhores, transformando toda essa positividade em resultados concretos.



sexta-feira, 21 de julho de 2017

Terapia sistêmica: Trabalhe a relação com o todo


Suas relações familiares, acadêmicas ou profissionais não vão lá muito bem? A terapia sistêmica pode ajudar. Independentemente da sua faixa etária, essa proposta promete auxiliar o paciente no seu contato, no seu convívio com o todo. Conheça um pouco mais dessa abordagem relacional.

A abordagem da terapia sistêmica

A terapia sistêmica é indicada para todas as pessoas que estejam com sofrimento psíquico ou emocional, especialmente com alguma dificuldade ou conflito específico. O processo terapêutico pode acontecer de forma individual, entre casais ou com toda a família.

“Ela propõe uma intervenção intensa por tempo limitado e busca modificar o padrão de relacionamento intra ou extrafamiliar. Quando ajudamos uma pessoa a analisar seus padrões de interação, parte do que fazemos é alertá-la para reações automáticas. Isso é possível a partir de uma reflexão sobre a própria individualidade, poderes e responsabilidade”.

Trabalha-se, assim, com os movimentos e as respostas, as ações e reações de cada um. Ainda de acordo com a especialista, nesse processo, não há absolutos ou certezas, mas uma "percepção mais útil", que liga certos eventos e comportamentos. Isso capacita os sujeitos a fazerem mudanças construtivas.

Terapia sistêmica em cada fase da vida

As pessoas podem recorrer a esta abordagem quando estiverem com alguma dificuldade pessoal ou relacional, assim como em uma das fases do desenvolvimento, ou ainda para autoconhecimento. Cada faixa etária pode apresentar algum anseio ou problema que, com a ajuda da terapia sistêmica, pode ser superado. Confira alguns deles.

Crianças

Algumas podem apresentar comportamentos diferentes dos habituais, e que preocupam os adultos. Exemplos:

- Dificuldades na escola

- Irritação excessiva

- Fazer xixi na cama

- Medos

- Sonolência excessiva

- Comer demais ou de menos

- Problemas devido à separação dos pais.

Adolescentes

Apresentam grandes mudanças: o corpo se transforma, surgem dúvidas, é uma fase de experimentação e de descobertas. Esse novo, muitas vezes, dificulta o relacionamento com a família, com a escola e com os amigos. Exemplos:

- Obesidade

- Depressão

- Dificuldade de relacionamentos

- Dependência química

- Orientação profissional

- Dificuldades de aprendizagem.

Adultos

São vários os motivos que podem levá-los a procurar a terapia sistêmica. Alguns deles são:

- Problemas sexuais

- Problemas no trabalho

- Reorientação profissional

- Ciúmes

- Dependência

- Sensação de vazio.

Os resultados que se podem obter a partir da psicoterapia sistêmica são vários, de acordo com as expectativas e os motivos que levaram o paciente a procurar o tratamento. No entanto, cabe pontuar que, em alguns casos, ela, por si só, pode não funcionar.

Diante desse cenário, pode ser necessária a avaliação psiquiátrica de um outro profissional para uso de medicação, ou para um encaminhamento diferente. Tudo irá depender da nova interpretação psicológica do quadro apresentado.



quarta-feira, 19 de julho de 2017

Ter uma mente aberta é indispensável no mundo atual


Você passa muitas horas do seu dia em grupo, seja na escola, em casa, no trabalho ou até mesmo nas redes sociais. Isso significa ter que conviver com pessoas diferentes e lidar com opiniões divergentes o tempo todo. Por isso, ter a mente aberta tem se tornado uma característica cada vez mais importante.

Ter a mente aberta quer dizer estar aberto a novas experiências, olhar para o que é diferente sem preconceitos, não julgando antes de ter a oportunidade de conhecer. Que dizer ser tolerante e paciente, ajudando a manter a boa convivência e uma relação saudável com aqueles que estão a nossa volta.

A importância de ter a mente aberta

A falta de tolerância é percebida em todos os lugares e em todos os níveis: econômica, religiosa, étnica, racial e cultural. A maioria das pessoas tem dificuldade em aceitar o que é diferente da sua realidade, caracterizando o outro como errado e o colocando em posição inferior apenas por não entendê-lo.

A intolerância cria conflitos que vão desde discussões entre vizinhos até ataques terroristas. São mentes fechadas que vivem apenas na sua zona e não se permitem conhecer ou aceitar o outro. Ter uma mente receptiva é explorar novas perspectivas, experimentar o novo sem julgamentos, praticando o respeito mútuo e melhorando a convivência com as diferenças.

Quando se experimenta algo já com o pensamento negativo de que aquilo não será bom, provavelmente isso se confirmará. Mas se você mantiver a mente aberta e o pensamento positivo, conseguirá tirar proveito de qualquer experiência, proporcionando benefícios para si próprio e para quem está a sua volta.

Como abrir a sua mente

Principalmente para os mais velhos, abrir a mente e aceitar o novo pode ser uma tarefa um pouco difícil. Mas com a consciência de que isso é importante e mudando algumas atitudes, é possível se livrar dos preconceitos e assimilar ideias diferentes com maior naturalidade.

- Experimente o diferente

Esse é o primeiro passo, pois é uma forma de exercitar a mente e desenvolver novos modos de pensar sobre o mundo. Quando você entra em contato com uma realidade completamente diferente da sua, você se obriga a repensar o que sabia sobre aquilo - e essa reflexão costuma transformar quem você era. Por isso, busque conhecer lugares novos, frequentar restaurantes diferentes, assistir gêneros de cinema antes inusitados e até dar um "bom dia" para aquele vizinho que você nunca cumprimenta.

- Encontre um hobby

Quando você pratica uma atividade que gosta e se dedica a ela com intensidade, acaba descobrindo mais sobre você mesmo e, conhecendo a si próprio, torna-se mais propenso a aceitar o outro. Vale qualquer tipo de hobby, desde que você já não o esteja praticando normalmente: pintura, violão, etc.

- Viaje mais

Esta é uma das melhores formas de abrir a mente. Assim que você desembarca em outro país ou cultura, você se expõe a estímulos novos, muitos ainda desconhecidos e que provocarão reações emocionais e racionais, às quais você deve ficar bem atento. A gente nunca volta igual de uma viagem.

- Enfrente o seu medo

É importante sair da zona de conforto de vez em quando. Da próxima vez que você encontrar uma justificativa para declinar um convite, pense bem se essa recusa não é medo. Se for, aceite - pelo menos uma vez. A ideia é abrir a sua mente, não?


segunda-feira, 17 de julho de 2017

Como viver bem quando nada mais vai bem


Em tempos de crise e tantas dificuldades, descobrir formas de como viver bem pode não ser uma tarefa fácil. Porém, também não precisa ser tão difícil. O otimismo ajuda a lidar com os desafios diários e a manter a inspiração mesmo diante das dificuldades.

Só que apenas o pensamento positivo nem sempre é suficiente. Para realmente superar os obstáculos que aparecem pelo caminho, é importante adotar hábitos que ajudem a gerenciar esses contratempos e transformem as dificuldades em força.

A importância de manter a motivação

Manter a motivação é um dos principais fatores para viver bem, e isso não afeta apenas o otimista, mas também todos que estão à sua volta. Além disso, ter o pensamento positivo em tempos difíceis é ainda mais importante, pois a atitude de não se deixar abater é o primeiro passo para superar os obstáculos, tanto na vida pessoal quando na profissional.

Muitas vezes, buscar novas oportunidades e adotar algumas mudanças de hábitos contribui para melhorar a autoestima. Essas alterações e a necessidade de se adaptar proporcionam o autoconhecimento e renovam o fôlego, recuperando aquela energia que havia caído no tédio da rotina e dos problemas corriqueiros.

Dicas de como viver bem

1. Mantenha-se ativo

A regra número 1 para viver bem é sempre reservar um tempinho para se movimentar e desligar dos problemas. E não precisa ser um atleta. Para prevenir os acidentes vasculares, por exemplo, os exercícios aeróbicos moderados e continuados são a melhor opção.

Além disso, trabalhar os músculos é fundamental para proteger as articulações, manter a flexibilidade e conquistar uma vida saudável e longeva.

2. Foque no trabalho

Ficar pensando apenas nos problemas não irá resolvê-los. A melhor forma de passar por um momento difícil, ainda mais se for financeiro, é trabalhando. Segundo um estudo da Universidade da Califórnia, dos Estados Unidos, publicado em novembro de 2012, pessoas focadas e com alto nível de atenção têm grandes chances de viver bem e por mais tempo.

A pesquisa mostrou uma associação direta entre o estado de concentração e o tamanho dos telômeros, estruturas encontradas nos cromossomos que impedem a degeneração dos genes presentes no DNA. Quando essas estruturas ficam pequenas demais, param de funcionar e levam a doenças e à morte. Por outro lado, quanto maiores elas forem, melhor para a longevidade.

3. Estabeleça metas

Traçar metas também é fundamental para manter a motivação e crescer pessoal ou profissionalmente. Segundo um estudo feito na Universidade Rush, em Chicago, nos Estados Unidos, perseguir objetivos também pode ser benéfico à saúde, ajudando a prevenir até a doença de Alzheimer.

Após a análise do comportamento de 246 pessoas por dez anos, foi concluído que aquelas que se envolviam em atividades com significado e propósito se sentiam incentivadas e demonstravam melhor capacidade cognitiva que as outras. Fora isso, quando se tem um objetivo final, a determinação aumenta e os problemas são superados com mais facilidade.

4. Fortaleça as relações afetivas

Outra dica importante para viver bem é fortalecer as relações com as pessoas que você gosta. Sair com os amigos e familiares ajuda a manter a cabeça funcionando e o corpo jovem, segundo uma pesquisa da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que acompanhou 1,6 mil pessoas por quatro anos.

O estudo aponta que a solidão não afeta apenas quem vive só. Dos 43% que afirmaram se sentir isolados, apenas 18% moravam sozinhos. Os cientistas enfatizam que esse sentimento é maléfico e leva ao abandono de atividades corriqueiras.


terça-feira, 11 de julho de 2017

Cérebro de psicopatas é programado para agir por impulso

 Ramsay Bolton, da série ‘Game of Thrones’ (Divulgação)

Um novo estudo busca mudar a forma como os psicopatas são vistos pela sociedade. Normalmente retratados como sedutores, manipuladores, inteligentes, mas sem empatia – capacidade de uma pessoa se identificar mental e afetivamente com o estado de ânimo de outra -, esses indivíduos são famosos na ficção.

Ramsay Bolton, da série ‘Game of Thrones’, Alex Delarge, personagem do filme ‘Laranja Mecânica’ e Hannibal Lecter, personagem do filme Silêncio dos Inocentes, são alguns dos exemplos mais conhecidos. Agora, uma pesquisa realizada por cientistas de Harvard, nos Estados Unidos, mostra que psicopatas são apenas “pessoas que tomam decisões ruins” devido a alterações cerebrais.

O novo estudo, publicado recentemente no periódico científico Neuron, mostrou que uma conexão disfuncional no cérebro, que interfere no apelo da recompensa de curto prazo, pode ser a razão neurológica pela qual os psicopatas agem impulsivamente e não sentem arrependimento após esses atos.

Como funciona o cérebro dos psicopatas

Para chegar a essa conclusão os pesquisadores se basearam em exames cerebrais de 49 prisioneiros de uma instituição carcerária dos Estados Unidos. No experimento, os presos com traços de psicopatia participavam de um teste de “atraso de gratificação”, em que precisavam escolher entre duas opções – uma quantidade menor de dinheiro imediatamente ou uma quantia maior em um momento posterior -, enquanto tinham seus cérebros analisados por tomografias por emissão de pósitrons.

Os resultados mostraram que essas pessoas tendiam a escolher a gratificação imediata, ou seja, agiam por impulso. Além disso, as imagens cerebrais mostraram maior atividade no estriado ventral, relacionada com a recompensa imediata, do que no córtex pré-frontal médio, associada à consideração sobre consequências futuras.

“Isso sugere que a maneira como eles calculam as recompensas é desregulada. Eles supervalorizam a recompensa imediata”, explica Buckholtz. E, portanto, tendem a cometer atos imorais ou criminosos.
Conexão fraca

Outra descoberta importante foi a fragilidade dos “fios” que conectam essas duas seções cerebrais – o córtex pré-frontal médio e o estriado ventral – nesses indivíduos. De acordo com os autores, essa relação é importante, pois há evidência de que o córtex pré-frontal médio pode alterar a força com que o estriado responde às recompensas. Assim, quanto mais fraca for a resposta do córtex, mais forte será a resposta do estriado, e, portanto, das recompensas imediatas.

Definida pela Associação Americana Psiquiátrica como um transtorno de personalidade antissocial, no qual uma pessoa ignora os direitos e sentimentos dos outros, a psicopatia nunca teve seu “motor” neurológico definido. Os cientistas de Harvard esperam que os resultados de sua pesquisa ajudem a definir o transtorno de uma maneira mais científica e espera que mudem a opinião popular em relação aos psicopatas.


Fonte: Veja

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Resiliência: Entenda a capacidade de superar obstáculos


Você já ouviu falar em resiliência? Esse termo significa a construção de novos caminhos a partir do enfrentamento de situações estressantes ou traumáticas. Pessoas chamadas resilientes têm a capacidade de superar obstáculos e se fortalecer com momentos de crise. Essa é uma característica da personalidade de algumas pessoas, mas pode ser desenvolvida por qualquer um.

Entenda o que é resiliência

Resiliência era um termo usado na física para descrever materiais capazes de resistirem aos choques. Com o tempo, passou por adaptações nas ciências humanas e agora representa a capacidade de um ser humano de sobreviver a um trauma. Não só pela sua resistência física, mas também pela sua visão positiva sobre o problema, conseguindo facilmente reconstruir a vida.

Os resilientes passam por dificuldades como todas as outras pessoas, mas o que os diferencia é a forma como reagem a isso. O comportamento deles é diferente da maioria: por mais fortes e traumáticos que sejam os problemas, eles conseguem superar.

Sua principal característica é enfrentar crises, traumas, perdas, graves adversidades, transformações, rupturas e desafios sem se abalar emocionalmente e conseguindo se recuperar repidamente.

Ter resiliência é muito importante em vários momentos da vida. Em algumas situações é preciso desenvolver essa característica para não ter traumas ou sequelas posteriores.

Principalmente para conseguir ultrapassar fases como a adolescência, sair da fase adulta e entrar para a velhice, mudanças como de solteiro para casado, novo emprego, divórcio, entre outros momentos de crise.

Comportamentos para desenvolver a resiliência 

Nem sempre desenvolver a resiliência é uma tarefa fácil, pois ela exige s. O primeiro passo para se tornar resiliente é aceitar o desafio, reconhecendo a existência do problema e também percebendo que existem soluções.

Para ajudar nesse processo, você pode procurar a ajuda de terapia com um psicólogo, que vai auxiliar no desenvolvimento da sua autoestima e autoconfiança. Com algumas técnicas é possível aprender a ser mais ser flexível e ter mais facilidade para superar dificuldades.

É comum que, diante dos problemas, ocorra uma desintegração emocional, mas a resiliênciapode ajudar a encontrar novas formas de lidar com essa situação. Para isso, existem alguns fatores importantes, como a administração das emoções para se manter calmo ao enfrentar um problema.

Também é preciso ter o controle de impulsos, para não se deixar levar por uma emoção, assim como otimismo, que é a crença de que as coisas podem melhorar, a análise do ambiente para identificar as causas dos problemas e a autoeficácia para que consiga resolver as crises.

Mesmo que você tenha dificuldade para lidar com problemas e seja do tipo que perde o controle no primeiro obstáculo, é possível desenvolver essa característica.

A principal atitude para conquistar a resiliência é aprender a combater sentimentos, como a insegurança e o medo. Isso pode ser desenvolvido com o trabalho da terapia, que ajuda a perceber, identificar, respeitar e aniquilar pensamentos negativos, com foco no seu bem-estar.



segunda-feira, 3 de julho de 2017

Pesquisa revela a melhor forma de lidar com a ansiedade social


Quem tem ou já teve ansiedade social sabe: ouvir "fica tranquilo, vai dar tudo certo" não é uma garantia de que isso vai acontecer. Um estudo realizado pela professora de psicologia Meagan MacKenzie, da Universidade Ryerson em Toronto, no Canadá, mostra uma alternativa mais eficaz de lidar com os momentos em que a ansiedade aparece com tudo.

De acordo com a pesquisadora americana Susan Krauss Whitbourne, a ansiedade social é considerada um distúrbio psicológico e é bastante comum. Quem passa por ele sente uma angústia tremenda pelo medo de ser julgado de forma negativa pelos outros. Whitbourne dá alguns exemplos de momentos em que isso pode acontecer: quando a pessoa de repente se sente constrangida ao falar em público e se enrola para responder uma pergunta na frente do chefe por pavor de estar errado. 

A pesquisa desenvolvida na Universidade Ryerson teve como objetivo definir as escalas que a ansiedade pode ter para, assim, entender como lidar com cada uma delas. Segundo os pesquisadores envolvidos, na maior parte das vezes a ansiedade é tratada da perspectiva cognitiva comportamental. No entanto, eles acreditam que o tratamento pode ser melhor para alguns pacientes se aprenderem a identificar o que sentem e a lidar com isso — um processo conhecido como Terapia de Aceitação e Comprometimento (ACT, em inglês).

Foram definidas oito etapas da ansiedade social e cada uma delas deve receber uma nota de um (nunca acontece) a sete (sempre acontece). Confira a escala:

1 - Ter ansiedade social faz com que seja difícil para eu viver uma vida que valorizo.

2 - Eu digo a mim mesmo que não deveria ter alguns pensamentos sobre ansiedade social.

3 - Eu sacrificaria coisas importantes da minha vida para poder parar de ser socialmente ansioso.

4 - Me critico por ter uma ansiedade social que é inapropriada e irracional.

5 - Minha ansiedade social precisa diminuir antes que eu tome passos importantes na minha vida.

6 - Fico julgando se meus pensamentos sobre ansiedade social são bons ou ruins.

7 - Minha ansiedade social não interfere com a forma que vivo minha vida.

8 - Não gosto de mim mesmo quando me sinto ansioso socialmente.

De acordo com os pesquisadores, notas mais altas indicam que a pessoa entende o que passa e que está pronta para aprender a lidar com isso. Notas medianas (entre 4,5 e 5) mostram que o paciente aceitou os sintomas e está comprometido a mudar a situação. Em caso de notas abaixo de 3,5, é indicado que a pessoa busque terapia. 

Se você estiver passando por algo parecido, não hesite em buscar ajuda. Um profissional da área saberá buscar o mais indicado para você.