O estudo – que ganhou o prêmio de melhor trabalho científico no VI Congresso Paulista de Neurologia e Psiquiatria Infantil – envolveu 40 crianças com idade entre 6 e 12 anos, diagnosticadas no Hospital das Clínicas por meio de entrevista e análise dos sintomas, e encaminhadas para o Instituto do Sono da Unifesp.
A pesquisadora Maria Cecília Lopes Conceição conseguiu provar que, assim como nos adultos com depressão, a fase do sono correspondente ao Movimento Rápido dos Olhos (REM) também chega mais rápida nas crianças com depressão. O sono é divido em duas fases: Sono Sem Movimentos Oculares Rápidos (NREM), que é o sono mais leve e é subdividido em quatro fases, e uma fase de Sono com Movimentos Oculares Rápidos (REM), que é mais profundo. É nesse estágio que ocorrem os sonhos. Esse processo todo se repete por três ou quatro vezes.
A duração dos ciclos NREM-REM é de 90 minutos. No caso das crianças deprimidas, o REM é atingido mais rapidamente e também apresenta duração mais curta do que em crianças saudáveis. “O REM é uma fase importante para a memória. Quem apresenta o distúrbio, pode ter, além da depressão, problemas de aprendizado”, disse a pesquisadora, acrescentando que o distúrbio também pode acarretar problemas orgânicos, como uma produção menor do hormônio do crescimento.
O trabalho foi pioneiro ao utilizar a polissonografia para detectar com precisão a depressão em crianças. Até o momento, a detecção da doença vinha sendo feita em consultório, por meio de entrevista com o paciente e da suspeita dos pais em relação a alterações comportamentais da criança. Com o exame polissonográfico é possível medir todas as contrações musculares e alterações neurofisiológicas que ocorrem durante os diversos estágios do sono.
FONTE: http://www.boasaude.com.br
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