Macacas produzem leites diferentes para filhotes machos e fêmeas: essa descoberta pode ajudar a explicar as variações no leite materno humano, dizem os pesquisadores
“Machos e fêmeas respondem de forma diferente ao cortisol, um hormônio encontrado no leite materno, mas não nas fórmulas infantis”, afirma Katie Hinde, do Departamento de Evolução Humana da Universidade de Harvard, durante um encontro da Associação Americana para o Avanço da Ciência, realizado em Chicago na semana passada.
“Há uma crença generalizada de que o leite é padronizado. No entanto, há evidências de que as mães produzem diferentes receitas biológicas para filhos e filhas, e a dimensão de seus efeitos varia ao longo da vida reprodutiva”, acrescenta.
O teor de cálcio, por exemplo, é mais elevado no leite materno oferecido às meninas. Os poucos estudos que analisaram as variações com base no sexo do bebê tendem a destacar o teor de cada nutriente – como gordura, proteína, açúcar, cálcio etc –, mas não consideram a produção de leite em geral, o que afeta as concentrações. As fórmulas podem copiar os ingredientes do leite, mas não seu conteúdo hormonal, ressalta Hinde.
Não há dados sobre as variações do leite materno no caso de gêmeos de sexos diferentes, acrescenta a pesquisadora. Estudos que analisaram 1,4 milhão de vacas também comprovaram que as mães que esperam fêmeas produzem mais leite.
A pesquisa pode ajudar a aumentar a compatibilidade entre doadoras de leite materno e bebês em UTIs neonatais, e também entre doadores de sangue e medula óssea e seus destinatários, diz Hinde. “Se pudermos entender melhor como o leite é personalizado para crianças específicas, isso facilitaria a compatibilidade entre doadores e receptores”, conclui.
FONTE: DiscoveryMulher.uol.com.br
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