terça-feira, 31 de outubro de 2017

Terapia cognitivo-comportamental reinterpreta emoções negativas do paciente


Se entender aos outros é tarefa árdua, entender a si mesmo é ainda mais complicado. Quem nunca questionou sua posição diante de uma situação complicada? Ou tentou entender o que lhe fez tomar determinada atitude? É para resolver esses dilemas que a psicologia criou a terapia cognitivo- comportamental, que ajuda os pacientes a encontrar as soluções para as dúvidas que os afligem.

Como age a terapia cognitivo-comportamental

Desenvolvida pelo psicólogo Aaron Beck, a terapia cognitivo-comportamental tem uma grande vantagem sobre os demais tipos de tratamento: é rápida. O tempo total da terapia dura cerca de seis meses, período no qual o profissional trabalha para encontrar estratégias que tornem mais fácil a tarefa de lidar com o sofrimento.

O princípio de funcionamento dessa terapia é a reinterpretação dos elementos que causam emoções negativas no paciente. A abordagem do tratamento se baseia na ideia de que as situações não são responsáveis por determinar as emoções e o comportamento das pessoas. O que importa é a interpretação que é dada ao fato em questão.

A terapia cognitivo-comportamental é um método de trabalho objetivo, que busca uma reestruturação rápida e eficaz do pensamento do paciente. A técnica utiliza associações com fatos passados, mas tem como foco o presente. Isso porque, de modo geral, os problemas que incomodam a pessoa e que permitem uma ação mais eficiente são aqueles que acontecem no dia a dia.

Pontos utilizados pela terapia cognitivo-comportamental

A teoria dessa terapia é baseada em cinco pilares principais, que ajudam o terapeuta a compreender a realidade dos acontecimentos e aflições que atingem o paciente. É através do conhecimento desses detalhes que o profissional consegue traçar um plano de ação para que a pessoa se sinta mais à vontade para falar do assunto e mais preparada para lidar com ele.

O primeiro dos pontos a serem conhecidos é o ambiente em que a situação está ocorrendo, pois isso ajuda a entender o quanto o problema pode afetar o paciente. Dificuldades encontradas no âmbito profissional, por exemplo, não atingem tanto a maioria dos pacientes quanto os dilemas sofridos no ambiente familiar, com pais, cônjuges e filhos.

Outra especificidade abordada pela terapia cognitivo-comportamental é a forma como a pessoa se sente com relação ao fato que a incomoda. Isso ajuda a diagnosticar as possíveis doenças que a situação pode desencadear. A sensação de inutilidade, por exemplo, é porta de entrada para casos de depressão.

As emoções sentidas pela pessoas também são analisadas, como irritabilidade, tristeza ou pânico. A terapia cognitivo-comportamental leva em conta também as reações físicas do paciente. Grande parte das pessoas apresenta insônia e suor excessivo. O quinto fator observado é o comportamento da pessoa. As atitudes tomadas diante da situação que a aflige são essenciais para o tratamento.

A terapia só pode ser aplicada por psicólogos e psiquiatras especializados na área, portanto, certifique-se sobre a preparação do profissional que você procurar. Faça uma avaliação do seu caso e descubra se essa modalidade de terapia pode lhe ajudar.


quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Veja como é o uso da hipnose como terapia


Estar em estado de hipnose significa entrar em um estado de profundo relaxamento, fazendo com que o paciente fique mais aberto a sugestões. Essa técnica tem feito sucesso como terapia, alegadamente ajudando na autoestima, a mudar hábitos e aliviar o estresse, a melhorar a memória e a modificar problemas comportamentais. Mas você sabe como ela funciona?

Entenda o que é a hipnose

A hipnose é um mecanismo mental e totalmente explicável pela ciência. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o paciente não dorme, não fica inconsciente e nem perde o controle sobre as suas ações.

Quando ele está em estado hipnótico, ocorre um bloqueio parcial da ação consciente da mente, ou seja, o senso crítico, que controla tudo o que a pessoa faz, fica diminuído, mas a consciência continua ativa.

É possível entrar nesse estado até mesmo sozinho, em momentos do dia a dia. Quando você fica focado em algo a ponto de nem escutar quando lhe chamam, por exemplo, você está em uma espécie de hipnose.

Em casos como esse, a concentração é tão grande que tudo que está ocorrendo em volta acaba sendo bloqueado da percepção. Isso acontece porque a mente entra em um estado alterado de consciência, mas que mantém a pessoa presente.

Qualquer pessoa pode ser hipnotizada, até mesmo crianças. O processo pode ser feito desde que o paciente tenha a capacidade de direcionar sua mente para um foco específico.

Veja como funciona a terapia

A hipnose é usada para acelerar o processo de terapia e assim encurtar o tempo de tratamento de um paciente. A quantidade de sessões e o tempo do tratamento variam de acordo com cada caso.

Como prática médica, a hipnoterapia leva o paciente para outro estado mental, através da indução hipnótica. O terapeuta utiliza estratégias de comunicação que levam a pessoa a aceitar as suas sugestões com mais facilidade. Com isso, é possível resolver problemas emocionais ou mesmo doenças psicossomáticas, que são problemas orgânicos de origem psíquica.

Quando são hipnotizadas, as pessoas conseguem alcançar e expressar sentimentos mais profundos. Durante a sessão, o paciente é conduzido a um estado de transe de atenção altamente concentrada. Nesse momento, ocorrem alterações cerebrais que tornam as pessoas mais capazes de alterar as suas percepções.

É importante ressaltar que a hipnose não cura doenças, apenas alivia os sintomas. Ela pode ser usada como terapia complementar de diversos tratamentos.

Problemas tratados com a hipnose

A hipnose como terapia pode ser utilizada para todas as dificuldades relacionadas à mente. Os principais casos tratados são as fobias, a depressão, a síndrome do pânico, algumas dificuldades sexuais, a ansiedade e o estresse. Ela também pode trazer benefícios para distúrbios orgânicos, como gastrite, enxaqueca, alergia e outras doenças causadas por questões emocionais.

As sessões são recomendadas para todas as pessoas que estiverem disponíveis e abertas a serem hipnotizadas. Mas é de extrema importância encontrar um profissional ético, que respeite os limites de cada paciente. Isso é essencial para que a técnica traga resultados positivos.

A hipnose está regulamentada no Brasil desde 2000, a partir de resolução publicada pelo Conselho Federal de Psicologia. A prática é considerada como terapia de recursos complementares e auxiliares da Psicologia.


terça-feira, 24 de outubro de 2017

O verdadeiro poder das expectativas na sua felicidade


Em 1963, o psicólogo Robert Rosenthal publicou um artigo na revista American Scientist mostrando como as expectativas dos pesquisadores podiam afetar os resultados dos experimentos. O texto indicava que esse tipo de profecia auto-realizável também estaria presente nas escolas, onde as expectativas que os professores têm sobre os alunos poderiam influir no seu rendimento acadêmico. Ao ler isso, Lenore Jacobson, diretora de uma escola pública da Califórnia, entrou em contato com Rosenthal. Poucos anos mais tarde, ambos assinaram um dos estudos psicológicos mais importantes da década, Pigmalião na Sala de Aula, replicado em inúmeras ocasiões com resultados similares.

Com o mito de Pigmalião em mente, Rosenthal e Jacobson tentaram analisar de que maneira as expectativas dos docentes poderiam influir nos alunos. Para isso, avaliaram 320 estudantes de seis cursos de uma escola da Califórnia, que passaram por um teste de inteligência. Após verem que não havia grandes diferenças entre eles, os cientistas selecionaram por acaso 65 desses alunos, sobre os quais deram relatórios falsos aos professores: indicaram que esses alunos tinham obtido resultados extraordinários na prova de inteligência, claramente acima da média, e que deles era possível esperar muito. Dos demais alunos, simplesmente não disseram nada. Terminado o curso, repetiram a mesma prova de inteligência com todos os estudantes – e observaram como aqueles que haviam sido falsamente rotulados de “mais inteligentes” mostraram aumentos no coeficiente intelectual bastante superiores em relação aos demais. E isso era ainda mais evidente nos garotos mais novos.

O que aconteceu durante aquele ano para que os alunos, inicialmente iguais aos demais, acabassem despontando nos testes de inteligência? Simples: as expectativas que seus professores tinham sobre eles se transformaram em realidade. Mas não há nada mágico ou místico nisso. Como os autores do estudo observaram, contar com essa informação fazia com que os professores dessem, inconscientemente, um tratamento diferente a tais alunos. Sorriam com mais frequência para eles, mantinham o contato visual por mais tempo e demonstravam elogios de forma mais clara.

Com o passar dos anos, essa mensagem se instalou na cultura popular. O movimento new age se apropriou dessas ideias, criando o mito de que o poder da mente é praticamente infinito: bastaria desejar algo com a força suficiente para que se transformasse em realidade. Paulo Coelho expressou essa ideia assim: “Quando você quer realmente uma coisa, todo o Universo conspira para que realize o seu desejo.” Nessa linha, mais próxima do esoterismo que da psicologia científica, está a denominada “lei de atração” abordada por livros famosos como O Segredo, de Rhonda Byrne. Mas essas interpretações tão exageradas do Efeito Pigmalião podem ter inclusive o resultado contrário por levarem à inação e, com ela, ao fracasso. O poder das expectativas é limitado. Não basta desejar algo ardentemente para que o Universo conspire a nosso favor. O Universo não fará nada por nós se não levantarmos do sofá e criarmos as condições necessárias para que a mudança ocorra. Essa mensagem fomenta o que nós, psicólogos, chamamos de um “locus de controle externo”. Os que têm esse locus de controle externo percebem que os eventos acontecem com eles como resultado do acaso, do destino, da sorte. Ou pelo poder e as decisões dos outros. Não sentem que têm o controle de sua vida. Estão à mercê da sorte, do destino ou, nas palavras de Paulo Coelho, do Universo. Desse modo, é mais provável que adotem uma atitude passiva ante a adversidade.

Estudos recentes, como o publicado por Piqueras, Rodríguez e Rueda em 2008, observam que “as pessoas que se sentem convencidas de que logo encontrarão trabalho reduzem de maneira significativa suas probabilidade de continuarem desempregadas”. A diferença entre os que têm expectativas positivas e negativas chega a ser de até 14 meses. Ok, mas se não é o Universo que conspirou para que essas pessoas otimistas encontrassem emprego, o que aconteceu?

As expectativas não servem para nada se não vêm acompanhadas de ações. São as nossas decisões e ações que geram as condições necessárias para os acontecimentos. Os alunos daquele colégio da Califórnia que foram rotulados como os “mais inteligentes” receberam uma atenção privilegiada por parte dos professores, o que lhes permitiu um melhor desempenho acadêmico que o dos colegas. Aquelas pessoas do estudo de Piqueras e colaboradores que encontraram emprego mais rápido devido às suas expectativas positivas conseguiram isso porque tais expectativas as levaram a adotar uma estratégia mais ativa na busca de emprego do que as que pensaram que não eram preciso fazer nada.

Por trás de cada pessoa que toma remédio homeopático e “funciona”, também estão as expectativas: chamamos de “efeito placebo” a remissão de sintomas produzida pelo consumo de uma substância inativa, por causa da fé que a pessoa tem na eficácia do remédio. É um efeito tão potente que qualquer pesquisa científica que envolva a administração de um tratamento deve tê-lo em conta para que as expectativas, tanto de quem realiza o experimento como de quem toma o fármaco, não interfiram no resultado. É o que se conhece como “estudos duplo-cego”, em que a metade dos participantes recebe uma droga “real” e a outra metade, um placebo (substância inativa com o mesmo aspecto da autêntica). Nem os pesquisadores nem os participantes do estudo sabem quem está tomando o fármaco ou o placebo. Ambos são “cegos” quanto a essa informação. Ao analisar os resultados, a ação do medicamento real deve ser superior à do placebo para que se possa afirmar que é efetiva.

Com esses exemplos, aprendemos que a biologia também está muito envolvida nesse fenômeno: as expectativas que temos na hora de enfrentar determinada tarefa influem em nosso nível de atividade cerebral – que, por sua vez, influi em nossas chances reais de sucesso ou fracasso. Isso foi observado em 2010 por um grupo de neurologistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Eles descobriram que o nível de esforço cerebral de um indivíduo ante uma tarefa depende de sua proximidade pessoal em relação a ela. Ou seja: se acredita que terá sucesso ou que vai fracassar. Os otimistas (aqueles com expectativas positivas) mostram mais atividade na zona cerebral chamada córtex parietal posterior que os pessimistas. E, quanto maior for a atividade nessa região, maior a chance de resolver com sucesso a tarefa encomendada.

Assim, acreditar que teremos um mal dia nos produzirá um estado emocional necessário para que isso aconteça. Pensar que uma relação não vai funcionar nos impedirá de empreender o esforço necessário para que funcione. E vai mesmo dar errado. Lembre-se: esse poder não é mágico nem místico. Tem muito a ver com os recursos que mobilizamos para conseguir nossas metas.

O mito de Pigmalião

A mitologia grega diz que Pigmalião era um príncipe que, procurando a mulher perfeita para se casar, decidiu esculpi-la numa pedra. Noite e dia, entalhava a rocha para adaptá-la à imagem que ele tinha em sua mente da mulher ideal. Tanto fez que acabou se apaixonado por sua própria criação, que chamou de Galateia. Tamanho era seu o amor que a deusa Vênus teve pena dele e deu vida à estátua. E os desejos de Pigmalião se tornaram realidade.


Fonte: EL PAÌS 

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Se você bebe para esquecer, está perdendo tempo: O álcool reforça as lembranças ruins


O famoso “beber para esquecer” pode ter se tornado página virada. Embora seja verdade que uma boa bebedeira pode levar a pessoa a não se lembrar de tudo o que fez no dia seguinte, as coisas ruins (exatamente as que queremos apagar da memória) podem se agarrar ao nosso cérebro de modo mais ferrenho do que se não bebêssemos.

É isso que revela um estudo publicado pela revista Translational Psychiatry, elaborado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore (EUA). Dividiram ratos de laboratório em dois grupos: um bebeu água durante duas horas, e ao outro foi dada grande quantidade de álcool no mesmo intervalo de tempo. Posteriormente, ambos grupos foram submetidos a um som determinado, seguido por uma descarga elétrica. No dia seguinte, os roedores escutaram o mesmo som, mas dessa vez sem que fosse seguido pelo choque. Os resultados mostraram que os ratos que haviam sido embriagados tinham mais medo (lembravam melhor da descarga) que aqueles que tinham bebido água.

A conclusão do trabalho é que o álcool perpetua a sensação de medo: a extinção dessa recordação exige receptores do neurotransmissor glutamato (substância relacionada à memória), e quando os compostos do álcool se unem a esses receptores, interferem nas sinapses (comunicação neuronal), levando a que os animais que beberam álcool “não se acostumem ao estímulo e não esqueçam a experiência prévia ruim”, explica o neurologista Pablo Irima, diretor da Sociedade Espanhola de Neurologia.

Tal neurotransmissor (envolvido na eliminação da recordação) não se dá bem com a bebida. “O glutamato produz rejeição ao álcool. Costuma-se usá-lo no hospital para que os pacientes parem de beber”, diz o psiquiatra e presidente da Sociedade Espanhola de Psiquiatria, Julio Bobes.

Distrai, mas não apaga os traumas

Que o álcool nos faz recordar as coisas mais facilmente é algo que tinha sido evidenciado por um estudo da Universidade do Texas (EUA) em 2011. De acordo com essa pesquisa, tomar uma dose ativa certas regiões do cérebro relacionadas exatamente ao aprendizado e à memória.

Mesmo assim, a ideia de que beber é uma boa forma de afastar as más recordações é tão difundida que até esse estudo afirma que a maioria das pessoas afetadas por diversos traumas (entre 60% e 80%) ingere álcool compulsivamente. “Muitos pacientes com estresse pós-traumático se embebedam com a finalidade de fugir da situação, esquecer ou dormir com mais facilidade”, acrescenta Irima. E os pesquisadores concluem: “Se os efeitos do álcool nas lembranças desagradáveis forem semelhantes nos humanos, nosso trabalho pode ajudar a entender melhor como funcionam essas memórias e como focar melhor as terapias em pessoas que apresentam estresse pós-traumático”.



Fonte: EL PAÍS

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Uso excessivo dos tablets pode prejudicar o seu filho


Com o pretexto de que as crianças de hoje são muito mais precoces que as de gerações anteriores, muitos pais aproveitam esse potencial para presentear os pequenos com tablets e smartphones. Pois saiba que, se não for controlado, o uso desses dispositivos eletrônicos podem prejudicar seu filho.

Pelo menos é o que aponta uma pesquisa realizada na Escola de Medicina da Universidade de Boston, nos Estados Unidos. Lá, psicólogos infantis constataram que o uso de tablets pode comprometer o desenvolvimento emocional e comportamental das crianças.

De que forma o uso de tablets é prejudicial

A pesquisa publicada no Pediatrics mostra que os tablets atuam como uma televisão, aparelho que também diminui a interação direta da criança com outras pessoas. Como consequência, o desenvolvimento da linguagem e das habilidades sociais é comprometido.

De acordo com o levantamento, enganam-se os pais que pensam que o uso constante desses dispositivos entre os pequenos servem como um método para estimular o raciocínio das crianças. Segundo os especialistas, os menores de três anos podem ser prejudicados no desenvolvimento de habilidades necessárias ao estudo da matemática e das ciências.

Dicas para o uso saudável dos tablets

A tecnologia não pode, de maneira alguma, ser considerada uma inimiga do desenvolvimento infantil. Para que o uso de tablets e outros eletrônicos seja sadio, é necessário tomar alguns cuidados.

Evite os dispositivos eletrônicos para os pequeninos

Os primeiros dois anos de vida do seu filho são muito importantes, em se tratando de desenvolvimento cerebral. Nesse período, o cérebro cresce tão rápido que, aos três anos, o tamanho desse órgão é três vezes maior do que quando a criança nasceu.

Portanto, os estímulos ambientais são de suma importância para esse desenvolvimento. Se a criança for muito exposta a eletrônicos, como consequência, pode apresentar déficit de atenção, impulsividade e falta de habilidade de regular suas emoções, entre outros distúrbios.

Controle o uso dos tablets por crianças menores de nove anos. Se forem muito pequenas, prefira jogos didáticos fora dos aplicativos. Não force o uso de aparelhos eletrônicos. Deixe com que o pequeno se interesse naturalmente e, conforme isso acontecer, imponha limites para o uso.

Use aplicativos como forma de aprendizado

As lojas destinadas a compra de produtos para smartphones estão abarrotadas de aplicativos para entreter e educar os pequenos. Se o seu objetivo é que os apps auxiliem no desenvolvimento do seu filho, escolha-os de maneira criteriosa, de acordo com a faixa-etária, e monitore a brincadeira.

Desta forma, a criança pode interagir com os pais enquanto aprende com o eletrônico, prática que aumenta o valor educacional e o vínculo parental.

Saiba o que eles fazem quando usam dispositivos eletrônicos

À medida em que eles forem entendendo de que maneira os aparelhos funcionam e para que servem, fale sobre a importância de usar o dispositivo com responsabilidade e segurança.

Alerte para que não conversem com estranhos e que sempre mantenham os pais a par do que pode lhes parecer estranho. Justifique a confiança sendo sempre solícito ao responder questionamentos dos filhos.

Com essas dicas, fica fácil manter um equilíbrio saudável entre os mundos online e offline de seu filho.



sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Psicólogo infantil: Veja suas contribuições em cada fase


Não há como fugir. Em algum momento da infância do seu filho, irão surgir momentos de birras, malcriações, rebeldia, notas baixas, dificuldade em aprender, timidez, choro fácil, problemas de sono, apatia. Então que tal descobrir se é o caso de entrar em contato com um psicólogo infantil?

Por que recorrer a um psicólogo infantil

É importante saber que procurar o auxílio de um psicólogo infantil nunca será uma má ideia. No mínimo, os pais podem descobrir se o comportamento do filho é normal e se eles estão adotando as medidas corretas ao lidar com o pequeno.

Então, se você estiver buscando informações sobre esse tipo de profissional e como seria uma consulta, vá em frente e marque uma hora para conversar. Essa é a melhor maneira de garantir que você está no caminho certo para lidar com o problema de atitude do seu filho.

Alguns dos fatores que mais levam os pais a recorrer ao psicólogo infantil são:

  • Falta de sono e agitação à noite
  • Relatos de comportamento inadequado na aula
  • Muitos palavrões e violência verbal
  • Violência física e agressividade em geral
  • Timidez excessiva
  • Notas baixas na escola
  • Dificuldade de alimentação.

Psicólogo infantil pode ajudar a entender fase da criança

É muito importante os pais entenderem as fases de desenvolvimento infantil e saber quais comportamentos são comuns na idade em que a criança está. É necessário entender um pouco de tudo o que diz respeito ao desenvolvimento emocional. Ter esse entendimento vai facilitar a decisão relacionada a se tal mudança comportamental está ocorrendo devido a uma fase que a criança está passando ou se ela está com algum tipo de sofrimento. E ambos os pontos podem ser considerados por um psicólogo infantil.

Caso você se encontre com dificuldades em entender os sinais do seu filho, uma boa dica é conversar com os professores na escola. Muitas vezes, eles percebem mudanças de forma mais rápida devido à convivência. É comum ainda que muitas escolas ofereçam auxílio de um psicólogo do próprio colégio.

Converse com o psicólogo

O ideal ao se reunir com um psicólogo infantil é que você possa estabelecer um diálogo franco com ele e externar o quadro em que seu filho se encontra. Muitas vezes, você poderá se surpreender ao descobrir que atitudes do pequeno podem ser decorrentes do comportamento dos pais em determinadas situações.

Ou seja, nada de ficar na defensiva: você quer o melhor para a criança e, por isso, deve compartilhar com o psicólogo quais são as suas aflições e, então, manter-se aberto a sugestões e a indicações desse profissional.



quarta-feira, 11 de outubro de 2017

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Por que conseguimos sentir quando alguém nos está observando fixamente?


Qualquer uma já passou por essa perturbadora situação: concentrado s em alguma tarefa, percebemos, subitamente, uma alteração no ambiente. Uma energia vindo de outro lugar.

Levantamos a cabeça e vemos alguém nos olhando fixamente.

Como soubemos?

Apesar de que o olhar pode ser de intimidação, admiração ou compaixão, detectá-lo é algo surpreendente, e a ciência tenta encontrar respostas para o que parece ser uma espécie de sexto sentido.

Os resultados, pelo menos até agora, sugerem que pode se tratar de uma habilidade sustentada por uma complexa rede neurológica.

Há vários fatores combinados, como a evolução do olho do humano, a evolução da comunicação humana e mesmo nossos instintos de defesa e sobrevivência.

Olhos humanos

Em contraste com outros animais, o homem tem a parte brancas dos olhos consideravelmente maior. Na maioria das espécies, a pupila toma conta de quase todo o olhos.

Isso é útil tanto para não chamar a atenção de predadores, mas também serve para que presas não saibam que predadores as têm na mira.

Em humanos, porém, o branco dos olhos permite rapidamente determinar a direção do olhar de outra pessoa ou animal. Podemos definir com bastante precisão se ela está olhando à direita, esquerda, acima, abaixo ou diretamente para nós.

E não precisamos necessariamente estar de frente: podemos, por exemplo, avaliar, ainda que de forma menos precisa, a direção de um olhar com nossa visão periférica.

Ou sequer precisamos olhar os olhos alheios: a visão periférica leva em consideração a posição da cabeça e o ângulo do corpo para saber se uma pessoa está olhando ou não para nós.

Mas se não estamos certos, nosso cérebro presume que somos alvo do olhar.

Colin Clifford, professor de Psicologia da Universidad de Sidney , na Austrália, explica que um indivíduo vai querer prestar atenção ao que pode ser uma ameaça.

"Simplesmente presumir que a outra pessoa está olhando para nós pode ser a melhor estratégia", diz Clifford.

A linguagem dos olhos

Humanos são muito sensíveis aos olhares alheios. Isso porque a sobrevivência humana ao longo do tempo dependeu muito de nossa cooperação e coordenação com outros indivíduos.

Biólogos sugerem que o branco de nossos olhos evoluiu para melhorar nossas habilidades de comunicação.

Ainda que tenhamos desenvolvido uma complexa linguagem falada, um olhar ainda pode expressar muitas coisas que o idioma não consegue. E também comunicar conceitos de forma rápida e mais discreta.

O contato visual direto com outra pessoa é o mais frequente e poderoso sinal não-verbal que temos em nosso repertório. É um fator crucial em situações de intimidade, intimidação e influência social.

Por isso é que é difícil para humanos esconder emoções: olhares expressam uma gama de sentimentos.

É daí que surgem expressões como "mentiu com os olhos", ou "olhar gélido".

E também explica porque estamos sempre conscientes de que alguém nos olha.

Predisposição

E há várias situações que derrubam o mito de um sexto sentido: um estudo publicado pela revista científica Current Biology, em 2013, diz que estamos predispostos a pensar que alguém nos olha. Mesmo que nada o sugira.

Olhar para alguém é um sinal social que, normalmente, significar que queremos iniciar uma conversa. Mas o fenômeno também poder ser resultado de informações que registramos no nosso entorno.

Uma das primeiras coisas que detectamos em outra pessoa é a posição de sua cabeça e seu corpo. Se algum deles está posicionado em nossa direção e, particularmente, de forma pouco natural, isso é motivo para alerta.

O caso mais óbvio é quando o corpo de alguém está na direção contrária, mas sua cabeça está voltada para nós. Isso faz que prestemos mais atenção aos olhos.

Só que, quando pressentimos essa espiada, levantamos a cabeçca na direção de onde acreditamos estar vindo. E esse movimento pode fazer com que a outra pessoa dirija seu olhar para nós.

Quando os olhos de encontrarem, cada pessoa vai supor que a outra a estava olhando.

Outra situação vem do que chamamos de viés de confirmação: somente lembramo-nos das vezes em que realmente encontramos alguém nos olhando, não das vezes que isso não acontece.

E essa sensação perturbadora que sentimos é psicológica.



Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Saiba a diferença que um elogio faz na vida das pessoas




Freud, com todo seu conhecimento psicanalítico, certa vez disse: "podemos nos defender de um ataque, mas somos indefesos a um elogio". O pai da psicanálise mostrou que uma simples gentileza pode implicar em consequências mais complexas do que imaginamos.

O elogio é uma arma poderosa. Por meio dele, é possível fazer diferença na vida de uma pessoa e encorajá-la a explorar, de maneira cada vez mais eficaz, as suas potencialidades.

Porém, elogiar a esmo e sem critérios pode prejudicar na mesma proporção. Saiba as consequências positivas e negativas que um elogio pode ter e passe a usá-lo de maneira correta.

O exagero do elogio

Muitas pessoas precisam de aprovação constante. O elogio, nesse caso, é uma via de mão dupla. Se o indivíduo passa a elogiar os outros com frequência, tende a ser visto como amável e bem quisto no ambiente de trabalho e no círculo familiar. Consequentemente, sente-se amado e protegido de qualquer reprovação.

Da mesma forma, a pessoa que tem sua aprovação por meio de galanteios se sente mais confiante nos seus laços afetivos e tende a melhorar suas ações. É uma sucessão de causa e efeito, na maioria das vezes benéfica e prazerosa.

O problema é quando o elogio é demasiado. A pessoa que passa o tempo inteiro elogiando os outros, sem o mínimo critério, passa a ter sua opinião desvalorizada.

Para entender como isso acontece, pense no caso do jurado bonzinho em um programa de calouros. Por pior que tenha sido a apresentação, ele sempre elogia o candidato e, assim, é querido pelo público. Porém, sua opinião é tão vazia que não ganha o respeito dos colegas, nem estimula os participantes e fazerem um trabalho melhor.

O mesmo ocorre se a pessoa passa a vida inteira sendo elogiada sem méritos. Isso é comum nos casos de crianças cujos pais temem desestimular os filhos e os congratulam diante de ações simples, de maneira exagerada.

Quando os pais elogiam o filho por qualquer atitude, ele perde os critérios de sua real capacidade. Os pais premiam a mediocridade e criam uma áurea de autoconfiança exagerada.

Tão logo a criança encontre alguém que a avalie de maneira genuína, o choque de realidade pode ser grande e abrir espaço para a arrogância e o complexo de superioridade. Ou, o que é pior: pode gerar um medo irracional de enfrentar qualquer situação que a submeta a uma opinião fora do seu círculo familiar.

O elogio é importante para o crescimento emocional

Pessoas que não recebem elogio podem ter sua autoconfiança bastante fragilizada. Podem, também, desenvolver um hábito de agradar a todos, buscando apenas a aprovação dos outros em detrimento de sua própria realização pessoal.

Portando, sabendo da importância desse reconhecimento, use-o de maneira equilibrada. Elogie somente aquele ato que realmente merece ser reconhecido.

Ao receber, agradeça e não se sinta na obrigação de devolver o agrado com outro elogio. Guarde-o para retribuir no momento certo. Para quem domina a habilidade de elogiar e ser elogiado, as opiniões emitidas sempre são relevantes e mudam, positivamente, a vida das pessoas.


terça-feira, 3 de outubro de 2017

Conheça o transtorno que torna a pessoa incapaz de ter emoções


A despersonalização é um transtorno que transforma a realidade de quem a enfrenta no dia a dia. Para Sarah, uma atriz que sofre com o problema, os sentimentos funcionam apenas em teoria. Acredita-se que esse efeito seja um mecanismo de defesa contra traumas, ansiedade ou desencadeado pelo uso de entorpecentes, de acordo com informações da rede britânica BBC.

Sem emoções

Relacionamentos perdem sua qualidade essencial”, explicou Sarah, que preferiu manter seu sobrenome em sigilo. “Você sabe que ama sua família, mas sabe disso apenas em termos acadêmicos, em vez de sentir do jeito normal.”

Estima-se que uma em cada 100 pessoas seja afetada pelo distúrbio, que pode acarretar surtos. No caso de Sarah, foram três episódios, que chegaram a durar anos. O primeiro aconteceu quando ela ainda estava na universidade sob efeito do stress. “Era repentino. As coisas pareciam alienígenas ou ameaçadoras”, disse ela à BBC.

Durante os episódios crônicos, Sarah também tinha ataques de pânico. “Lugares familiares, como seu próprio apartamento, ficam parecendo sets de filmagem, e as suas coisas se parecem objetos cenográficos”, explicou, ressaltando a característica da condição.

Mundo modificado

Além da sensação de estar dentro de um filme, a o transtorno transforma a experiência da pessoa em algo irreal, modificando a própria percepção do corpo, como se o mundo estivesse achatado. Foi dessa forma que Sarah sentiu o segundo surto. “Eu estava lendo, segurando o livro, e de repente minhas mãos pareciam uma foto de um par de mãos. Eu sentia uma espécie de separação entre o mundo físico e minha percepção sobre ele.”

De acordo com a médica Elaine Hunter, responsável pelo único centro de tratamento para o transtorno no Reino Unido, o problema pode se desenvolver durante a adolescência. Uma de suas pacientes começou a sentir os primeiros sinais quando ainda tinha 13 anos. A adolescente não conseguia reconhecer os próprios pais e tinha muita dificuldade para sair de casa e ataques de pânico diários.

Pouco conhecido

A despersonalização, apesar de ser reconhecida como transtorno há décadas, ainda não é amplamente conhecida pela comunidade médica. Segundo os especialistas, a condição tem incidência próxima ao transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e à esquizofrenia. “Passei por até vinte especialistas, entre enfermeiras psiquiátricas, clínicos gerais, terapeutas e orientadores psicológicos, que não sabiam do que eu estava falando”, confessou Sarah.

Tratamento

Como tratamento, são indicadas sessões de terapia cognitivo-comportamental e medicamentos para os casos mais graves. A terapia funcionou para a gerente de vendas Sarah Ashley. “Olhava para o espelho e era como se eu estivesse vendo uma outra pessoa. Eu não conseguia comer, dormir. Agora, continuo enfrentando episódios, mas consigo lidar com eles rapidamente.”



Fonte: Veja.com