quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Instagram é a pior rede para a saúde mental dos adolescentes


As redes sociais mais populares são fonte de inumeráveis benefícios e vantagens para seus usuários, mas também geram efeitos colaterais pouco saudáveis. Um novo estudo, realizado entre jovens britânicos, aborda um problema muito particular: o bem-estar e a saúde mental dos usuários de tais serviços. Segundo esse trabalho, o Instagram poderia acabar sendo a rede social mais nociva entre os adolescentes, por seu impacto na saúde psicológica dessa faixa etária mais vulnerável. Atrás dele, embora também com notas negativas, estariam Snapchat, Facebook e Twitter. A única rede avaliada positivamente é o YouTube, o portal de vídeos da gigante Alphabet.

“Os jovens que passam mais de duas horas por dia em redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram estão mais propensos a sofrerem problemas de saúde mental, sobretudo angústia e sintomas de ansiedade e depressão”, diz o estudo, realizado pela Real Sociedade de Saúde Pública do Reino Unido e pela Universidade de Cambridge. Para analisar o possível impacto sobre a juventude britânica, os especialistas estudaram as atitudes de 1.500 indivíduos de 14 a 24 anos nessas redes.

Foram levados em conta 14 fatores, tanto positivos como negativos, nos quais as redes sociais poderiam impactar a vida dessa faixa etária, na qual a personalidade ainda está em formação. O Instagram foi reprovado em sete desses aspectos, pois os jovens reconheciam que esse aplicativo de compartilhamento de fotos afeta muito negativamente a sua autoestima (imagem corporal), as horas de sono (algo associado a vários transtornos decorrentes de dormir pouco) e seu medo de ser excluído de eventos sociais (conhecido pela sigla inglesa FoMO). Além disso, consideram que o Instagram estimula o assédio digital, gera ansiedade e, em menor medida, sintomas depressivos e sensação de solidão.

“O Instagram leva facilmente meninas e mulheres a sentirem que se seus corpos não são suficientemente bons, enquanto as pessoas adicionam filtros e editam suas imagens para que pareçam perfeitas”, afirma um dos jovens estudados. “O assédio digital anônimo sobre temas pessoais através do Twitter me levou a me autolesionar e a ter medo de ir à escola. O assédio no Instagram me levou a tentar suicídio e também a me lesionar. As duas redes me fizeram experimentar episódios depressivos e ansiedade”, relata um menor de 16 anos que participou do estudo.

O Snapchat obtém notas quase tão negativas quanto o Instagram, embora seja mais prejudicial para as horas de sono e para a ansiedade social decorrente da exclusão de eventos sociais. No ranking negativo segue-se o Facebook, que é a rede mais propícia ao assédio, segundo o estudo. O Twitter melhora levemente as notas das redes anteriores e quase compensa seus efeitos negativos com suas contribuições positivas. O YouTube, finalmente, obtém a aprovação, porque seus efeitos tóxicos são mais escassos, conforme a pesquisa, salvo no caso das horas de sono – esse portal de vídeos é o que menos deixa os jovens dormirem.

Nem tudo é ruim nessas redes: seus aspectos mais positivos foram a capacidade de conscientização (sobretudo no YouTube), de expressão e busca de uma identidade própria (Instagram) e de criar comunidades e encontrar apoio emocional (Facebook).

“Ser adolescente já é suficientemente difícil, mas as pressões que os jovens enfrentam on-line são sem dúvida exclusivas desta geração digital. É de vital importância intervirmos impondo medidas preventivas", dizem as autoras do estudo. O relatório propõe algumas dessas medidas, como que os usuários recebam uma notificação do próprio aplicativo avisando sobre o excesso de uso, que a rede alerte quando uma foto for manipulada ou que sejam feitas campanhas de informação sobre esses riscos no âmbito escolar.


Fonte: EL País

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Comportamento infantil é reflexo do ambiente familiar


Garantir uma boa educação para os filhos não é tarefa simples. Até que eles cresçam e sejam independentes, é fundamental que tenham o apoio da família. Porém, nesse caminho, há alguns deslizes. E o comportamento infantil é resultado do ambiente em que a criança vive.

Há diversos tipos de família, mas o essencial para uma criação tranquila dos filhos é a boa relação de quem convive com as crianças. Quanto melhor a interação familiar, menos estressante é a relação entre pais e filhos. Conheça algumas dicas de como tornar o convívio no lar o melhor possível.

Lares desestruturados prejudicam na educação

Discussões, brigas e problemas dos pais fazem com que os filhos recebam menos atenção. Quanto mais as crianças percebem um clima conjugal negativo, menor o índice de habilidades sociais fora de casa.

Apesar de ataques de fúria e mau humor serem comuns em crianças, principalmente entre os 15 e os 18 meses de vida, os pais devem se preocupar quando esses episódios ocorrem mais de cinco vezes por dia, o que torna difícil de acalmá-los.

Ataques de raiva frequentes, assim como manifestações auto-destrutivas, merecem atenção profissional. Eles podem ser indício de problemas psiquiátricos e de comportamento, como depressão e propensão para violência, que podem ser causados pelo comportamento dos pais.

Estudos apontam também que adultos autoritários e menos flexíveis tendem a estimular a agressividade no comportamento infantil.

Desde 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96) integrou a Educação Infantil como parte da Educação Básica, junto com o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Dessa forma, a a educação na infância passou a ser a primeira etapa de um desenvolvimento integral.

As instituições de ensino infantil são responsáveis no auxílio do desenvolvimento dos aspectos físico, psicológico, intelectual e social das crianças. Elas complementam a ação da família e da comunidade na criação das pessoas, mas esse papel começa em casa. 

Atitudes que melhoram o comportamento infantil

Crianças sentem tensões, segredos e mal-estar. Como elas não sabem as causas, podem achar que são culpadas pelos desentendimentos dos pais. Por isso, é importante usar a sinceridade em situações delicadas e manter a calma, apesar do desentendimento.

Se os seus filhos presenciaram uma briga séria, é preciso que eles vejam a resolução da situação. Assim, aprenderão que conflitos são normais e que podem ser resolvidos com comunicação.

Caso você tenha saído do sério, explique que a falta de controle foi um erro, em um momento de nervosismo, e peça desculpas se o assustou. Crianças cujos pais têm uma relação harmônica têm melhores relacionamentos com os amigos e na escola.

Já quando o comportamento infantil é baseado nas birras e manhas comuns da idade, algumas dicas podem ajudar:

- Defina regras e limites

- Alerte sobre as consequências de más atitudes

- Imponha respeito, mas sem usar violência

- Mantenha o seu autocontrole

- Demonstre o afeto pelo seu companheiro

- Reveja suas atitudes e seja firme nas decisões

- Crie uma premiação para as boas atitudes da criança

- Participe ativamente da vida da criança

- Faça elogios quando achar necessário, sem exageros.


quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Você sabe o que é transtorno de pânico?


Recentemente, o padre Fábio de Melo fez um desabafo eu seu perfil no Instagram a respeito de seu diagnóstico de síndrome do pânico. Entre os sintomas relatados por ele, estavam “sensação de morte, tristeza profunda e medo de tudo”. O distúrbio, cuja nomenclatura oficial na psiquiatria é transtorno de pânico, é caracterizado por ataques de pânico inesperados e recorrentes e pela preocupação excessiva com as próximas crises.


Ataques de pânico x transtorno de pânico


No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V, na sigla em inglês), considerado a bíblia da psiquiatria, ambos os problemas – ataque de pânico e transtorno de pânico – estão incluídos na categoria de transtornos de ansiedade ao lado de fobias, transtorno obsessivo compulsivo (Toc), stress pós-traumático, transtorno de ansiedade generalizado, entre outros.

Ataques de pânico são episódios abruptos de sensação de medo, apreensão, desconforto intenso ou terror que atinge seu pico em poucos minutos e podem ser motivados ou não. Esses eventos vêm acompanhados de sintomas físicos como falta de ar, palpitações, dor ou desconforto no peito, sensação de sufocamento, vertigem ou desmaio, tontura, estranheza, calafrios ou onda de calor, formigamento, náusea ou desconforto abdominal e medo de enlouquecer ou de perder o controle. Em geral, duram cerca de 20 minutos, embora a sensação de desconforto possa permanecer por mais tempo.

Já o transtorno de pânico é diagnosticada quando esses ataques são recorrentes e imotivados. Ele pode vir acompanhado de outras condições, como a agorafobia, quando a pessoa passa a evitar situações ou locais que possam estar associados a novas crises.

Prevalência

Pode aparecer em qualquer idade, mas é mais comum em adultos jovens, entre os 20 e 30 anos de idade. “Uma história bem típica que ouvimos dos pacientes é ‘estava na faculdade e tive uma crise’ ou ‘estava na praia com os colegas e aconteceu'”, diz Sergio Cabral, psiquiatra do Programa de Transtornos de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria (Ipq) da USP em São Paulo.

Assim como os problemas de ansiedade em geral, o transtorno é mais comum em mulheres do que em homens. De acordo com um estudo epidemiológico brasileiro, a chance de uma mulher ter transtorno de pânico ao longo da vida (prevalência para a vida) é de 2,3. Enquanto nos homens é de apenas 1,7.

Causas e tratamento

Não há uma causa específica, mas entre os fatores de risco estão a hereditariedade – quem tem um parente de primeiro grau com o transtorno tem um risco de quatro a oito vezes maior – e ambientar, como o uso de drogas. O transtorno também está associado a um risco aumentado de suicídio e depressão.

O tratamento é medicamentoso, com a administração de inibidores da recaptura da serotonina, e psicoterápico, com sessões de terapia cognitivo comportamental. “Em casos menos graves, só a terapia cognitivo comportamento pode resolver”, afirma Cabral. 

Mas nos mais graves, é preciso entrar com a medicação. A resposta do tratamento não é imediata. O remédio geralmente demora para fazer efeito e é preciso ajudar a dose. Mesmo quando a pessoa fica bem, o tratamento não é cessado imediatamente, mas a resposta é muito mais rápida e o risco de recaída muito menor quando é acompanhado pela psicoterapia.

O especialista ressalta a importância de uma avaliação médica para diagnóstico, já que o transtorno é comumente confundido com outros problemas de saúde. “Normalmente, quando procuram um psiquiatra, os pacientes já fizeram exame de tudo. É comum eles procurarem um pronto socorro achando que estão morrendo ou tendo um infarto. Uma vez que causas físicas são descartadas e se essas crises forem repetitivas, é importante procurar um profissional, pois a causa pode ser mental,”, finaliza.




Fonte: Veja.com

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Ioga pode reduzir sintomas de depressão, dizem pesquisas


Respirar e permanecer em determinadas posições por alguns segundos. Sem nenhuma tecnologia, a prática de ioga se tornou uma aliada da medicina. De acordo com estudos apresentados na 125ª Convenção Anual da Associação Americana de Psicologia, a ioga é capaz de diminuir os sintomas da depressão.

Para realizar o estudo, os pesquisadores submeteram 23 veteranos de guerra a aulas de ioga duas vezes por semana. Depois de praticar durante oito semanas, os veteranos classificaram a ioga com nota 94, — em uma escala de 1 a 100 — no que diz respeito à sensação de prazer, e afirmaram que recomendariam o exercício para outras pessoas. Pacientes com níveis altos de depressão reduziram significativamente seus sintomas.Uma pesquisa feita pelo Centro Médico de Veteranos de São Francisco identificou redução significativa dos sintomas da doença após oito semanas de prática de hatha ioga, uma das modalidades mais conhecidas no ocidente.

— A ioga tornou-se cada vez mais popular no ocidente e muitos novos praticantes citam a redução do estresse e outras preocupações relacionadas à saúde mental como principal motivo para praticar. No entanto, a pesquisa empírica sobre ioga está atrasada em relação a sua popularidade como uma abordagem de primeira linha para saúde mental— afirmou Lindsey Hopkins, pesquisadora do Centro Médico de Veteranos de São Francisco.

A ioga combina exercícios corporais com uma respiração mais consciente e profunda, além da meditação. Outras pesquisas apresentadas no congresso reforçaram a eficácia do método para reduzir problemas de saúde mental. Em dois outros trabalhos do Centro de Psiquiatria Integrativa da Holanda, os pesquisadores analisaram o impacto da prática em pacientes com diferentes níveis de depressão. No primeiro relatório, os médicos avaliaram 12 pacientes com depressão crônica e resistência aos tratamentos convencionais que sofriam com a doença há 11 anos.

Os participantes foram submetidos a nove sessões semanais de ioga de 2 horas e meia cada. Antes de iniciarem a prática, os pacientes tiveram seus níveis de estresse, depressão, ansiedade e preocupação medidos. A mesma aferição foi feita nove semanas após o início das aulas e quatro meses depois. Os médicos constaram que os índices de estresse melhoraram consideravelmente e os benefícios foram mantidos mesmo quatro meses após o início da ioga.

Combinação com outros tratamentos

Já no outro estudo feito pelos pesquisadores holandeses, a amostra de pacientes foi maior. Nesse caso, foram analisados 74 estudantes considerados “ligeiramente deprimidos”. Além disso, os cientistas compararam os efeitos da ioga com outras práticas de relaxamento. Os indivíduos receberam 30 minutos de instrução ao vivo de ioga ou relaxamento e foram convidados a realizar o mesmo exercício em casa por oito dias. Após dois meses, os níveis de depressão já tinham caído. Os médicos observaram ainda que a ioga era mais eficaz e promovia melhores resultados que o relaxamento.

— Os estudos sugerem que intervenções utilizando ioga são uma promessa para estados depressivos e alternativas viáveis para pacientes com depressão crônica e resistentes ao tratamento — afirmou a pesquisadora Nina Vollbehr.

Os pesquisadores alertam, no entanto, que a prática deve ser combinada com os tratamentos convencionais para depressão.

— Neste momento, podemos apenas recomendar a ioga como uma abordagem complementar, provavelmente mais eficaz em conjunto com abordagens padrões oferecidas por terapeutas licenciados. Claramente, a ioga não é um remédio, mas com base em evidências empíricas, parece haver muito potencial para isso— explicou Lindsey Hopkins

Benefícios em diversas áreas

Considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, a ioga se tornou muito mais que uma atividade física e de desenvolvimento espiritual. Diversos estudos nos últimos anos apontam os benefícios de se exercitar e considerar o papel da respiração no bem-estar humano. Em junho, uma revisão de estudos feita por pesquisadores das universidades de Coventry e Radboud, no Reino Unido e na Holanda, revelou que atividades que unem corpo e mente, como a ioga, podem reverter reações químicas no DNA provocadas pelo estresse crônico. De acordo com a pesquisa, essas atividades eram capazes de promover alterações moleculares nesses genes, ativando ou desligando determinados mecanismos.

Em abril, um relatório da rede de pesquisadores profissionais de saúde Cochrane revelou que a prática também pode ter efeitos positivos em pacientes com asma. O relatório levou em consideração outras pesquisas produzidas anteriormente e verificou que os exercícios de respiração e postura propostos pela ioga poderiam atenuar sintomas como respiração ofegante, falta de ar e tosse.

Novamente os especialistas alertam que a prática deve ser combinada com os tratamentos tradicionais.


Fonte: O Globo

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Por que boas lembranças não são facilmente esquecidas?




Por que temos facilidade para lembrar boas recordações enquanto outras simplesmente desaparecem de nossa mente?

Segundo pesquisadores, a chave para entender essa intricada lógica está na psicologia: memórias positivas permanecem por mais tempo guardadas no cérebro do que as negativas, ajudando-nos a lidar com frustrações e outros eventos ruins.

A primeira teoria sobre a suposta "perenidade" das memórias positivas foi proposta, pela primeira vez, há 80 anos.

Na década de 1930, psicólogos coletaram lembranças sobre diferentes episódios da vida das pessoas – férias, por exemplo – classificando-os como "agradáveis" ou "desagradáveis".

Semanas depois, veio um outro pedido dos pesquisadores para que os entrevistados tentassem se lembrar de suas memórias.

Das experiências consideradas "desagradáveis", quase 60% foram esquecidas – comparado com 42% das lembranças "agradáveis".
De acordo com os pesquisadores, um exemplo emblemático desse fenômeno acontece quando somos capazes de discorrer sobre os dias prazerosos de nossas férias, mas esquecer possíveis atrasos dos voos ou outros eventos ruins.

Nos anos seguintes, mais estudos foram feitos sobre o tema, dotados de maior rigor técnico.

Na década de 70, em vez de pedir às pessoas para lembrar-se de memórias aleatórias – uma vez que poderiam acabar limitando-se às positivas – os participantes foram convidados a manter diários, registrando ali a intensidade emocional de suas recordações.

No entanto, como cerca de 80% da pesquisa foi feita apenas com estudantes americanos, não ficou claro se o fenômeno também poderia ser verificado em outras culturas.

Aleatoriedade
Para descobrir se havia um comportamento universal em torno da recordação das memórias boas, o professor Timothy Ritchie, da Universidade de Limerick, na Irlanda, decidiu analisar detalhadamente pesquisas conduzidas em seis universidades de todo o mundo.


Ele e sua equipe colheram dados de participantes de diferentes grupos étnicos anglófonos, como afro-americanos, ganeses, alemães, americanos nativos e neozelandeses de ascendência europeia e de ascendência Maori.

Ao todo, 2,4 mil memórias autobiográficas, de 562 indivíduos de 10 países, foram reunidas.

No entanto, diferentemente do que já havia sido feito, os pesquisadores liderados por Ritchie amealharam informações relativas a acontecimentos positivos e negativos, incluindo detalhes como hora e local, bem como reações sensoriais.

Os únicos que foram questionados sobre sua reação emocional a um único evento importante foram os alemães. Eles tiveram de contar como se lembravam da queda do Muro de Berlim, em 1989.

Aqueles que conseguiram se lembrar de como reagiram às memórias foram convidados a recordar-se delas novamente mais tarde depois de vários lapsos de tempo. Eles também tiveram de avaliar como se sentiam sobre essas recordações.
Os pesquisadores constataram, então, que, inpendentemente do contexto cultural dos participantes, eles se mostraram mais propensos a guardar mais recordações boas do que ruins.

Depressão
Como resultado, os pesquisadores concluíram que o desaparecimento rápido de lembranças desagradáveis é um fenômeno pan-cultural. Isso ajudaria os indivíduos a processar o pessimismo e se adaptar às mudanças no seu ambiente, mantendo uma perspectiva positiva sobre a vida.

Já as pessoas que têm problemas ao recordar memórias positivas são aquelas que, normalmente, apresentam um quadro de depressão grave, acrescentaram os psicólogos.

Tim Dalgleish, psicólogo clínico da Universidade de Cambridge, é um dos que tentam ajudar as pessoas com depressão grave a acessar memórias positivas.

A técnica utilizada é conhecida como o "método de loci". Documentada há milhares de anos, a prática usa associação de imagens a locais para facilitar a memorização.

Dos participantes do estudo de Dalgleish, todos tinham depressão grave. Como eles diziam ter dificuldade de recuperar as memórias, Dalgleish tentou ajudá-los a fazer as lembranças vir à tona, usando, para isso, informações sensoriais, como cheiros, cores e sons.

Uma das pessoas que participaram do estudo, Emma Brinkley, considerava difícil lembrar qualquer memória positiva.

"Até hoje, quando me sinto deprimida, tenho dificuldade de lembrar algo positivo para me alegrar. É quase como se o seu cérebro se recusasse a permitir que você possa recuperar essa lembrança da sua consciência", explicou Brinkley.

Pelo método de loci, as memórias são "dispostas" ao longo de uma rota, como o caminho para o trabalho ou faculdade - ou até mesmo dentro da própria casa.

"A técnica funciona da seguinte forma: você estabelece dez pontos no caminho por onde passa, como a porta da frente, a varanda, a cozinha, a sala de estar e, em seguida, associa cada lembrança a uma dessas marcações, o tipo de coisa que você gostaria de lembrar quando passa por algum momento difícil", disse Dalgleish.

"Você poderia imaginar, por exemplo, sua sala cheia de areia, com a tela da TV exibindo o mar e o barulho das gaivotas e das ondas".

Benefícios duradouros

O método de loci é a técnica usada por campeões de memória para realizar façanhas como recordar a sequência de um baralho inteiro das cartas.

Os pesquisadores descobriram que a criação desse mapa mental ou "palácio da memória" melhora o processo de recordação dos participantes.

O método é aclamado entre especialistas por seus benefícios duradouros, comprovados quando as pessoas foram novamente avaliadas uma semana depois do primeiro teste.

Emma Brinkley disse ter ficado surpreendida ao colocar em prática os ensinamentos da técnica. "Às vezes, quando me sinto cabisbaixa, eu percorro esse 'caminho' de memórias boas."

"Há dias em que me esforço mais do que em outros. Mas pude comprovar uma melhora real e profunda do meu humor", afirmou ela.



Fonte: BBC

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Horizonte Notícia Entrevista - Remédios na infância

O uso de remédios tarja preta está aumentando entre as crianças e foi sobre esse tema que conversei com a jornalista Fernanda Penna, no programa Horizonte Notícia Entrevista, pela TV Horizonte. Confira a entrevista completa!


terça-feira, 8 de agosto de 2017

Você sabe o que é transtorno borderline?


Instabilidade emocional, sentimento de abandono, impulsividade, angústia constante e depressão. Quando estas características se apresentam de forma disfuncional em um indivíduo, provavelmente ele sofre do chamado ‘transtorno de personalidade borderline‘.

Acredita-se que o termo ‘borderline‘, para designar o paciente com esse distúrbio mental, tenha sido usado pela primeira vez no fim da década de 30, pelo médico e psicanalista americano Adolph Stern. Desde aquela época, dizia-se que portadores dessa condição viviam na “fronteira” entre neurose (quando há conflitos psiquiátricos, mas sem perda da realidade) e psicose (com perda de realidade).

“É um transtorno multifatorial que pode levar anos para ser diagnosticado, já que há características semelhanças com outros distúrbios mentais como bipolaridade”, explica Ricardo Feldman, psiquiatra do Núcleo de Medicina Psicossomática e Psiquiatria do Hospital Israelita Albert Einstein.

O Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais, o guia das doenças psiquiátricas da Associação Americana de Psiquiatria, caracteriza o transtorno com uma lista de nove sintomas: sensação constante de vazio; acessos injustificáveis de raiva; alternância constante e extrema de humor; relações interpessoais intensas e instáveis; comportamento impulsivo; ideias frequentes de suicídio ou automutilação intencional (em geral, com intenção de aliviar fisicamente a dor psíquica); episódios de paranoia; autoimagem instável; e esforços desmedidos para evitar um abandono verdadeiro ou imaginado.

Hoje já se sabe que dependência de álcool ou drogas também é frequente em pacientes diagnosticados borderline.

Diagnóstico

Estudos sugerem que parte desses pacientes apresenta, principalmente, diferenças em uma área do cérebro conhecida como lobo frontal, responsável pelas funções cognitivas, organização do pensamento, entre outras ações.

Caracterizada como transtorno de personalidade limítrofe​, a condição também pode ocorrer em virtude de predisposição genética, somada a influências ambientais, como situações de violência na infância.

Tratamento

O tratamento do transtorno de personalidade borderline é realizado com o uso de estabilizadores de humor e remédios antidepressivos. “É possível que o transtorno seja estabilizado, mas não existe cura”, afirma Feldman.

Acompanhamento psicológico com o intuito de ajudar esses pacientes a lidar e controlar suas emoções negativas é essencial. Vale ressaltar que o diagnóstico preciso da condição só poderá ser feito por um psiquiatra.



Fonte: Veja

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Fique atento aos sinais de depressão na terceira idade


A depressão na terceira idade é um problema importante. Ela pode trazer sérias consequências para os idosos, não só pela gravidade dos sintomas, mas também pelas complicações que pode surgir no organismo. O diagnóstico precoce e o tratamento correto são essenciais para que o problema seja revertido.

Sintomas e causas da depressão

Um dos principais sinais de depressão na terceira idade é o estado de humor melancólico. Quando uma pessoa se fecha, não querendo conversar ou ter contato com amigos e familiares, pode ser um caso de depressão. É preciso ficar atento aos outros sinais que o idoso apresenta, procurando ajuda o quanto antes.

Um quadro depressivo também pode se manifestar por meio de comportamentos agitados ou agressivos. A qualidade do sono geralmente é afetada pela doença, causando insônia e outros distúrbios.

A ansiedade e a tensão muscular acompanham os outros sintomas, podendo até ocorrer dores musculares nas costas ou na nuca, além de dores de cabeça frequentes. O deprimido ainda pode apresentar tremores nas mãos, palpitações e sudorese.

As causas mais frequentes da depressão são a solidão, a inatividade e as perdas de entes queridos. O uso prolongado de alguns tipos de medicamentos, principalmente tranquilizantes, também pode resultar em depressão na terceira idade.

Além dos tranquilizantes, vários remédios cardiológicos, antirreumáticos, antialérgicos e anti-inflamatórios também provocam depressão. Entre essas medicações, algumas se destacam, como corticóides, beta-bloqueadores e vasodilatadores cerebrais.

Tratamentos para depressão na terceira idade

O primeiro passo para tratar a depressão na terceira idade é procurar ajuda médica. Um profissional qualificado pode fazer um exame clínico completo, além de uma avaliação psiquiátrica e neurológica. Com isso, é possível diagnosticar corretamente a doença e indicar o melhor tratamento, de acordo com as necessidades de cada paciente.

Geralmente, são indicados medicamentos antidepressivos, sempre com orientação e acompanhamento médico. Algumas dessas substâncias provocam efeitos colaterais nos pacientes, como alterações na pressão arterial e problemas cardíacos.

A terapia ocupacional também traz bons resultados, ajudando o idoso a superar a depressão.

Como evitar a depressão na terceira idade

Encontrar um exercício físico ou esporte que seja adequado para as limitações do corpo é uma ótima forma de se manter ativo e saudável. Além dos benefícios para a saúde física, praticar essas atividades também trabalha a mente. Alguns exercícios estimulam a memória, melhoram o raciocínio e proporcionam sensação de bem-estar.

Fazer atividades em grupo também é uma forma de evitar a depressão na terceira idade. O contato e a interação com outras pessoas ajuda a diminuir a sensação de solidão. Nunca é tarde para fazer novas amizades, conversar e dividir experiências de vida. O idoso deve sempre se manter ocupado e em movimento, exercitando o corpo e a mente com frequência.