quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Inscreva-se e garanta o seu lugar!

Esperamos por você para compartilhar conosco esse momento de aprendizado. Grupo com apenas 8 participantes. Participe!



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Inscrições abertas para a segunda turma do curso. Saiba mais!

Grupo terapêutico do Feminino:
Mulheres e suas relações de dependência e co-dependência

- A pequena menina 
- A criança interna 
- Padrões e Legado familiar: crenças e descrenças amorosas
- Dependência e Co-dependência
- As muitas formas de dependência 
- Sintomas de Dependência de amor 
- Co-dependência: Que "bicho é esse?" 
- Ciúmes
- Mulher tradicional e atual 
- A Dependência emocional e o fracasso financeiro 
- Auto-sabotagem 
- "Tecendo" a própria história 
- A Mulher
-O Feminino 
 - Vivências



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Pesquisa examina a dor além dos sentidos

Cientistas criam modelo cerebral para quantificar interpretação da sensação de desconforto



A dor é um sinal de danos reais ou potenciais ao corpo, então é natural imaginá-la como uma sensação localizada, do tipo: a dor no joelho atinge o joelho, a dor nas costas atinge as contas etc. Mas pesquisas já demonstraram que a dor é, na verdade, uma experiência construída no cérebro. Um joelho não “sente” nada. No lugar disso, ele enviar mensagens para o cérebro. Assim, embora as informações passadas pelo corpo sejam importantes, a experiência de dor de uma pessoa também depende da interpretação que seu cérebro dá àquele sinal.
Os cientistas estão apenas começando a entender como funcionam estes complexos processos cerebrais e, em mais um promissor avanço nesta área, pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder, EUA, desenvolveram um modelo baseado em exames de ressonância magnética funcional (fMRI, na sigla em inglês) para identificar padrões de atividade cerebral relacionados a uma variada gama de experiências de dor mesmo quando as informações passadas pelo corpo são constantes.

- A dor é mais que uma resposta passiva a estímulos – defende Choong-Wan Woo, principal autor do estudo, publicado nesta terça-feira no periódico científico “Nature Communications”, e que era pesquisador do Instituto de Ciências Cognitivas da universidade americana quando ele foi realizado. - O cérebro contribui ativamente para a sensação de dor, construindo-a por meio de vários sistemas neurais. Assim, queríamos construir um modelo do cérebro que previsse a dor usando variáveis além do estímulo doloroso.

Na pesquisa, os cientistas primeiro agregaram dados de seis estudos independentes de imageamento do cérebro, escolhendo deliberadamente os que tinham diferentes metodologias. Em todos estes estudos, os participantes foram submetidos a vários segundos de estímulos dolorosos e inquiridos a classificar sua dor enquanto estavam dentro de um aparelho de ressonância magnética que registrava sua atividade cerebral.

A partir destes dados, os pesquisadores foram capazes de identificar marcadores comuns no cérebro que podiam prever as diferentes experiências de dor dos participantes quando o estímulo externo era pareado na intensidade, resultando num mapa detalhado de sub-regiões do cérebro positivamente correlacionadas (“pró-dor”) ou negativamente correlacionadas (“anti-dor”).

Compondo o novo modelo, os marcadores apontam diversas regiões do cérebro que não eram classicamente consideradas importantes na dor. Mas estas regiões – que incluem o córtex pré-frontal ventromedial, o nucleus accumbens e o hipocampo – estão envolvidas na avaliação que o cérebro faz do significado de eventos tanto dolorosos quanto não dolorosos. Os pesquisadores batizaram seu modelo de padrões cerebrais de Assinatura de Dor Independente da Intensidade do Estímulo-1 (SIIPS-1, na sigla em inglês), num mapeamento preliminar que esperam agora poder ser testado e refinado em futuros estudos.

- Agora temos um modelo que pode ser aplicado a outras pesquisas básicas e clínicas sobre a dor – diz Woo, que está assumindo a posição de professor-assistente na Universidade Sungkyunkwan, na Coreia do Sul. - Nós colocamos deliberadamente o número “1” no nome porque não achamos que esta é a única assinatura cerebral relacionada à dor e esperamos que mais sejam desenvolvidas.

O SIIPS1 pode, por exemplo, dar a pesquisadores uma nova compreesão sobre a dor crônica ou a hipersensibilidade à dor, potencialmente abrindo caminho para aplicações clínicas e tratamentos mais eficazes.

- Existem cada vez mais evidências de que a dor crônica frequentemente envolve alterações no cérebro identificadas em nosso modelo – acrescenta Tor Wager, professor do Departmento de Psicologia e Neurociência da Universidade do Colorado e autor sênior do estudo. - O SIIPS1 nos dá uma base para a avaliação sistemática de como estas áreas se alteram na dor crônica. Esperamos que isto melhore nosso entendimento da dor crônica e leve ao desenvolvimento de novas opções para prevenção e tratamento desta complexa doença.

Fonte: O Globo

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Gordofobia faz tão mal à saúde quanto o excesso de peso em si

O impacto é tanto que vítimas desse tipo de preconceito estão mais propensas a doenças cardiovasculares



Acreditar nos estigmas sociais que rondam a obesidade é mesmo mais sério do que se imagina, afirma estudo realizado pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. A conclusão é baseada no resultado dos exames de 159 adultos com excesso de peso.

Em resumo, os que manifestaram complexo de inferioridade por causa da aparência tinham um risco três vezes maior de desenvolver problemas que desregulam o metabolismo e seis vezes maior de ter altas taxas de triglicérides (placas de gordura que congestionam as artérias) no sangue. Infelizmente, esses voluntários não são minoria.

“Estamos condicionados a associar pessoas obesas à falta de amor próprio”, alerta o psicólogo Yuri Busin, diretor do Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio (CASME), em São Paulo. “Internalizar essa ideia de que estar obeso é sinônimo de ser preguiçoso, incapaz e pouco atraente abala o estado emocional, o que favorece, por exemplo, a depressão e a ansiedade”, completa.

E são justamente esses sentimentos negativos que prejudicam o organismo. “Há evidências de que o desequilíbrio de hormônios e neurotransmissores associados ao estresse pode causar inflamações, sobrecarregar o coração e disparar a fome emocional”, diz Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.

Nesses casos, vale a pena dar uma chance ao divã a fim de trabalhar essas questões. Investir na prática regular de atividades físicas é outra boa alternativa. Perda de peso à parte, é cientificamente comprovado que por o corpo em movimento estimula a produção de endorfina e serotonina, substâncias ligadas às sensações de prazer e bem-estar. E estar bem consigo mesmo é o que realmente importa.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Aprenda lidar melhor com seus medos


Fobias são reações fora do controle de medo e que podem atrapalhar seu dia a dia


Você tem medo? Qual é o seu medo? Você se sente paralisado ou com vontade de fugir de algo? Até que ponto sentir medo é normal? E como você pode superá-lo?

Como diz a letra da música do Lenine:

"O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar"

Sentir medo é normal, mas nem sempre é fácil conviver com esse sentimento, principalmente se ele for intenso e paralisante. Uma fobia é um medo muito forte de algo, é um temor profundo que se repete toda vez que a pessoa tem contato real ou apenas uma ideia de contato com o objeto fóbico, sendo que, na realidade, ele não se constitui como fonte real de perigo.

É comum quem sente medo reconhecer que seu sentimento lhe parece real, mas no fundo não é. A pessoa fóbica percebe que isso é irracional e um pouco sem sentido, mas sente-se impulsionado a evitar o contato com o objeto fóbico a todo custo, pois qualquer proximidade com o que lhe causa medo gerará ansiedade e mal estar.

Quem sente medo desenvolve respostas fisiológicas diante dos pensamentos fóbicos e do contato com aquilo que lhe apavora. Os sintomas físicos mais comuns são:
- taquicardia;
- sudorese;
- tremor;
- respiração curta e até mesmo falta de ar;
- variação da pressão.

Essas respostas geram desconforto e muito mal estar, por isso é normal que o primeiro pensamento seja de fuga, criando estratégias para evitar o confronto direto com o objeto fóbico.

Há inúmeros tipos de fobias, as mais comuns são:
- medo de espaços fechados;
- alturas;
- dirigir carro na estrada;
- animais;
- falar em público; 
- sangue;
- agulhas;
- entre outros...

Para entender qual a diferença entre o medo saudável, que protege as pessoas de algum tipo de problema e risco a saúde, de um medo paralisante e irracional é a intensidade do sentimento e a resposta gerada pelo corpo. Sentir medo é normal, mas perder o controle é uma resposta acima do esperado. Portanto, é importante cuidar da saúde física e mental e consequentemente do seu equilíbrio.

O corpo e a mente estão interligados e respondem juntos aos estímulos de medo e ansiedade. É preciso integração e equilíbrio, aumentando a força interior para lidar com o que você quer superar. Com isso, fica fácil identificar quando o medo é positivo no dia a dia; é aquele que lhe protege de algo real e não do seu pensamento imaginário.

Para superar o medo você pode usar algumas estratégias de cura como aproximação gradual, hipnose, psicoterapia, etc. Em alguns casos o uso de medicamento pode ser bem vindo para amenizar os sintomas de ansiedade, principalmente quando forem muito intensos e incapacitantes. Pra aumentar sua força interior de cura e superação de medo, cuide dos seus pensamentos e dê foco a sua atenção.



Fonte: Minha Vida

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Distração ou déficit de atenção? Entenda a diferença

O déficit de atenção ocorre, principalmente, quando a distração atrapalha o dia a dia


Sabe aquelas pessoas que vivem no mundo da lua? Parece que enquanto a cabeça está lá nas alturas, é o corpo apenas que fica circulando aqui embaixo, e nem sempre fazendo o que deve! Muitas vezes qualquer pessoa pode acabar ligando o piloto automático, e simplesmente ir executando suas tarefas sem prestar realmente atenção no que está fazendo.

Mas existe um limite entre a pura e simples distração e o déficit de atenção (TDAH). E muito se engana quem pensa que o problema tem que estar sempre associado à hiperatividade. A psiquiatra clínica Evelyn Vinocur nos ensina que o quadro pode ser dividido em três tipos: predominantemente desatento, o predominantemente hiperativo-impulsivo e o combinado (que mistura os dois outros). "Em princípio, você até pode confundir o TDAH de tipo desatento com uma simples distração natural. Mas, se conviver um tempo com a pessoa, você vai perceber que é uma qualidade diferente de distração", assinala a especialista. Como podemos diferenciar? Confira as principais diferenças entre cada um desses problemas:

1. De olho nos sintomas

O primeiro diferencial entre desatenção e déficit de atenção é a duração: "a distração comum é passageira, tem um início e um fim. Cessa quando cessa o estímulo que a causa", explica a psiquiatra clínica Evelyn Vinocur. Para o psicólogo Fernando Elias José, especialista em cognição humana, o principal sintoma é quando a falta de atenção começa a atrapalhar o dia a dia. Por exemplo, quando ela não consegue se concentrar de forma alguma em uma tarefa importante que exige atenção.

De qualquer forma, existem alguns critérios para o diagnóstico: no caso do TDAH tipo desatento, o adulto ou a criança precisam apresentar, no mínimo, seis características marcantes de falta de atenção, como dificuldade de concentração em uma aula ou palestra, problemas de memória de curto prazo e facilidade para desviar a atenção de uma tarefa. Em caso de desconfiança desse tipo de diagnóstico, vale consultar um psiquiatra ou psicólogo e fazer o teste completo.

2. Crianças merecem atenção!

Normalmente o déficit de atenção surge na infância, e dois terços delas costumam levar o problema para a idade adulta. Quanto mais cedo você descobrir o problema, melhor! Nas crianças os sintomas são um pouco diferentes do que nos adultos. "A desatenção faz com que a criança passe a não entender todo o conteúdo das aulas e que, consequentemente, perca o interesse pelos estudos e até pela escola, uma vez que ela comete muitos erros por distração, não entende direito o que é falado", explica a psiquiatra Evelyn. Quando a criança começa a apresentar esse tipo de sintoma, vale os adultos ficarem mais de olho.

Porém, como muitas vezes os pais e professores percebem o TDAH devido à hiperatividade, uma criança com o tipo desatento pode não ser diagnosticada, até porque ela pode conseguir executar suas tarefas e atividades, só precisará de mais energia para isso.

3. O que pode tirar o foco

A distração pode ser causada por diversos tipos de fatores. "Fome, problemas de difícil resolução e até mesmo um sapato apertado podem tirar sua atenção", enumera a psiquiatra Evelyn. Ter muitas coisas em mente também acaba tirando o nosso foco do aqui e agora, e isso é normal! 

Já no caso de uma pessoa diagnosticada com déficit de atenção, nem sempre a distração terá uma razão. Aliás, o que a motiva é uma questão neurológica: há uma desregulação na operação das regiões pré-frontal, fronto-estriatal, límbica e cerebelar, que são as áreas cerebrais responsáveis pela atenção e pelos impulsos, como nos ensina a especialista. Por isso, elas só respondem a tarefas com alto grau de motivação que ativam as áreas de prazer do cérebro.

4. O que causa o problema?

No caso da TDAH, investiga-se ainda o que possa motivar o aparecimento do problema. Algumas evidências mostram que isso pode ser genético, como aponta a psiquiatra Evelyn. "Não raro, um dos pais e/ou outros membros da família são diagnosticados como portadores de TDAH durante a consulta da criança", explica a especialista.

Já a distração em si é causada por uma questão de automatismo. "Algumas atividades acabam ficando fixadas em nossa mente pela repetição, é o que chamamos de memória implícita", explica o psicólogo Fernando Elias José, especialista em cognição humana. Por isso mesmo, ao fazer essas tarefas, como dirigir, nós não precisamos prestar 100% de atenção. E às vezes acabamos prestando nenhuma mesmo!

5. Diferentes graus de prejuízo

Pessoas com déficit de atenção normalmente tem o cotidiano afetado pelo problema - tanto que esse é um dos critérios de diagnóstico! "O TDAH é uma disfunção executiva, o que traz inúmeros prejuízos na vida da pessoa. No caso da criança, é comum que ela tenha dificuldade de manter atenção e seguir instruções, pareça não escutar e seja desorganizada. Já o adulto erra por descuido, esquece e perde as coisas e tem dificuldade de completar tarefas", enumera a psiquiatra Evelyn.

O distraído também precisa tomar cuidados! Se a pessoa não presta atenção ao trânsito, por exemplo, já que dirigir é um dos atos de memória implícita, ações causadoras de acidentes podem acontecer, como passar um sinal vermelho ou não perceber uma ultrapassagem. Muitas vezes uma mudança na rotina pode ser esquecida. Isso que acaba sendo a causa de pais esquecerem as crianças no carro, por exemplo.

6. Formas diferentes de resolver

Para um desatento comum, a melhor forma de desligar o piloto automático é o óbvio: prestar mais atenção! Quando a falta de foco está atrapalhando o dia a dia, sair das situações de conforto é a melhor saída, explica o psicólogo Elias José. Se seu carro já o leva automaticamente ao trabalho, por exemplo, por que não mudar um pouco o caminho? A auto-observação é a melhor forma de fazer isso! Mas mexer o corpo também é útil. "Já existem comprovações de que exercícios físicos podem ajudar na memorização e atenção", conta o especialista.

No caso de quem tem déficit de atenção, esse tipo de técnica pode ajudar, mas sempre será preciso aliá-la com outros métodos. A medicação é a mesma para qualquer tipo de TDAH. "Os psicoestimulantes são bastante eficazes para os sintomas de hiperatividade e impulsividade (em torno de 70-80%) e tem em torno de 50% de eficácia para a desatenção tanto nas crianças como nos adultos", relaciona a psiquiatra Evelyn.

7. Mais de uma saída

O acompanhamento do transtorno de déficit de atenção normalmente é multidisciplinar e vai além da medicação. "Muitos pacientes usam a psicoterapia focada e direcionada. No caso a terapia cognitiva-comportamental é o que costuma dar mais resultado nos pacientes", conta o psicólogo Elias José. Técnicas como coaching para TDAH também são alternativas.

O neurofeedback também pode ajudar. O tratamento consiste em ensinar a pessoa a controlar alguns estímulos de seu corpo, através de um gráfico com linhas que mudam de posição conforme o estímulo correto ou errado, ou com a interface de jogo. "A pessoa com TDAH tem uma alteração sinal eletroencefalográfico, que é captada pelo nosso aparelho. Usamos então um jogo, que tenha uma figura se mexendo. A figura só se moverá da forma correta quando a pessoa controlar esse sinal" explica Jerri Godoy, fisioterapeuta sênior do Centro de Reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein.


Fonte: Minha Vida

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Nove estratégias para lidar melhor com o estresse


O maior problema de uma pessoa não é o que acontece com ela, e sim como ela lida com esse acontecimento. Pois é, cada um é responsável por si mesmo e você pode ser seu pior inimigo quando o assunto é o estresse e outros problemas psicológicos! "As pessoas que tem tendência a 'catastrofizar', ou seja, ver as coisas de forma muito pior do que realmente são, sofrem mais com os eventos estressantes", comenta a psicóloga clínica Marisa de Abreu, de São Paulo. Portanto, para lidar melhor com o estresse e não agravá-lo, conversamos com os especialistas para reunir algumas dicas. Confira a seguir!

1. Saiba identificar as causas

A melhor forma de enfrentar um inimigo é conhecendo-o o máximo possível. O mesmo vale para o estresse ou, no caso, seus gatilhos no nosso dia a dia. "Ao perceber uma situação de estresse que está por vir podemos, quando possível, aprender a dizer 'não' a compromissos que só sobrecarregarão ou nos prepararmos para encarar esses eventos", comenta a psicóloga clínica Marisa de Abreu, de São Paulo. 

Porém, nem sempre é simples reconhecer a causa do seu estresse. "As pessoas se acostumaram viver com estresse, faz parte da vida moderna, o que acarreta em um monte de doenças psicossomáticas", considera o psiquiatra Leonard Verea, especialista em Medicina do Trabalho, diretor do Instituto Verea.

2. Diferencie o que pode ou não ser resolvido

Além de entender o que dispara o sentimento de apreensão e medo, é preciso entender o que nós podemos resolver. "Existem três formas de lidar com um problema: solucioná-lo, cair fora ou aprender a viver com ele", ensina Marisa. Se ao analisar com calma você perceber que pode resolvê-lo, basta então traçar a melhor estratégia para isso. Outras situações oferecem chances de saída, como sair de um emprego estressante.

Mas e se não há nenhuma saída e resolução? O segredo é encarar a situação de forma racional, talvez nem tudo nessa questão dependa apenas de você! "Muitas vezes não sabemos o que é responsabilidade nossa e o que é dos outros em um fator estressante, e por isso a situação parece tão difícil", considera Lizandra. Assim, você pode olhar para o problema e entender que sua parte já foi feita, e assim tentar abstrair e não se estressar mais. O que, infelizmente, nem sempre é um processo fácil.

3. Escreva um diário

Pode parecer juvenil, mas relatar os acontecimentos ajuda você a desabafar e aliviar a tensão do acontecimento, como conversar com um amigo. Com ressalvas, é claro: "é preciso tomar cuidado para que o diário não se transforme em uma forma de ruminar e intensificar a raiva e o problema", alerta Marisa de Abreu. Para evitar isso, basta não ficar repetindo esse problema diversas vezes, batendo na mesma tecla e tornando-o uma parte da sua vida eternamente.

Mais do que isso, o diário ajuda você a enxergar a situação sob outra perspectiva. "A medida em que descrevo uma situação, ela sai da visão emocional e passa a ser elaborada de forma racional", raciocina a psicóloga Lizandra Arita. Mas para se conseguir o melhor resultado, é preciso reler o relato quando a cabeça estiver mais fria, para conseguir assim ver possíveis soluções, ou mesmo perceber uma nova dimensão do problema. "O ideal é que se faça um diário e o releia, pelo menos uma vez por semana, para identificar essas causas de estresse", considera o psiquiatra Verea.

4. Evite pensamentos tóxicos

O ato de ficar "ruminando" seus problemas e empecilhos é o que a psicologia chama de pensamento tóxico ou disfuncional. "É todo pensamento que repetimos para nós mesmos e nos faz mal de alguma forma", conceitua Lizandra. Eles engrandecem o problema, o que causa uma sensação de impotência perante a situação, como se ela não pudesse ser resolvida. Isso gera quase um ciclo vicioso, já que quanto pior parece a questão, mas a pessoa repete para si mesma que é incapaz.

E como sair disso? O jeito é ter consciência desse tipo de pensamento e assim cortá-lo, ensinando para si mesmo respostas mais positivas! "Isso pode ser feito de forma deliberada, procurando flexibilizar o pensamento; ou através da psicoterapia, em que o psicólogo o ajudará a encontrar novas formas de ver o mesmo panorama", ensina Marisa de Abreu.

5. Seja mais assertivo

Saber como se comunicar de forma clara e objetiva também ajuda. "Saber falar 'não' na hora certa, para a pessoa certa e da forma certa dá muito resultado", considera Marisa. Isso é ser assertivo, saber expor seus sentimentos diretamente. O problema é que quando lidamos com outras pessoas, isso se torna muito mais difícil, pois o emocional se interpõe. Como resultado, geramos em maior quantidade situações ainda mais estressantes.

A melhor forma de sair disso é pensar antes de falar, para assim organizar seus sentimentos e expor de forma clara o que você precisa ou sente falta. "O que não é algo tão simples, já que quando estamos magoados nossa defesa é magoar de volta, em um looping sem fim", expõe Lizandra. Como no caso do pensamento tóxico, é preciso que alguém corte esse ciclo.

6. Experimente outra forma de se expressar

Não conseguir se expressar em palavras piora os sentimentos. "Na década de 60 os psiquiatras perceberam que muitos pacientes psicossomáticos mostravam grande dificuldade para falar sobre suas emoções e sentimentos", lembra Leonard Verea. E uma forma de evitar esses descompassos emocionais na comunicação e colocar as emoções para fora é se expressando anteriormente. Uma boa pedida é a arteterapia: "a experiência de se expressar de forma criativa pode despertar emoções positivas e reelaboração de sintomas emocionais", considera o psiquiatra. 

A verdade é que desenhar ou pintar é diferente do que falar sobre um problema. "Na arte, não há uma mediação racional, o inconsciente aparece naturalmente, você externa o que te angustia sem pensar", considera Lizandra. Isso se reflete mais na escolha de formas e cores. Assim, fica mais fácil desabafar na tela do que com alguém!

7. Use e abuse do humor

Rir das situações também ajuda a desestressar! "O riso expressa sentimentos, liberta tensões, oxigena o corpo e desbloqueia a mente. Ele é, afinal, um método curativo", considera o psiquiatra Verea. Tanto que existe a terapia do riso, que usa o bom-humor para combater doenças. No caso do estresse, ele ajuda ao tirar a pessoa de um estado negativo para algo positivo! "Com a repetição do comportamento de riso seu cérebro lhe ofertará o sentimento de alegria", considera a psicóloga Marisa.

Até mesmo alguns tipos de humor, como o sarcasmo e a ironia podem ajudar, desde que não assumam um caráter autodepreciativo. "Ironizar algo que lhe faz mal e tornar isso uma brincadeira, ajuda a lidar melhor com o fato e faz a pessoa se sentir melhor", explica Lizandra. Uma das teorias sobre a risada diz que ela serve para aliviar tensões e energia reprimida, e foi fortemente defendida por Freud, o pai da psicanálise.

8. Administre melhor seu tempo

Outro problema do estressado é não conseguir enxergar as situações como um todo, ter a chamada visão panorâmica. "Assim não consegue organizar o que deve ser feito primeiro ou quanto tempo usar em cada tarefa", considera Marisa. A verdade é que uma das questões que aumentam os problemas é justamente não saber como utilizar seu tempo para administrar cada questão, tornando o dia a dia mais caótico. "No trabalho, por exemplo, nem tudo precisa ser feito naquele dia imediatamente, e as pessoas não percebem isso", considera Lizandra. Portanto, ao conversar melhor com o chefe e saber quanto tempo focar em casa tarefa, fica muito mais fácil.

9. Sono de qualidade

Quando dormimos, passamos por diversas fases de sono. Uma delas é a fase REM, em que consolidamos a nossa memória. Porém, outros processos importantes ocorrem nesse momento: "durante o dia absorvemos várias informações e à noite organizamos tudo isso na mente, para podermos elaborar nosso emocional também", explica Lizandra Arita. "Quando dormimos superficialmente ou pouco, não atingimos essa fase, e isso piora o estresse e faz com que acordemos mais cansados", conclui a especialista. Nesse tipo de caso, o ideal muitas vezes é procurar um psiquiatra ou especialista em sono, para resolver essas questões do sono.


Fonte: Minha Vida

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

O que nos faz mais felizes: tempo ou dinheiro?

Se pudesse optar entre um aumento de salário e uma redução na jornada de trabalho, o que você escolheria? Sua felicidade depende da resposta a essa pergunta






O sucesso está associado a ter mais de tudo. Mais coisas, mais reconhecimento, um salário maior. E isso faz sentido: já falamos sobre quanto o dinheiro, quando bem utilizado, pode nos ajudar a ter felicidade. Mas, e o tempo? O estereótipo da pessoa bem-sucedida normalmente está ligado ao do trabalhador frenético que mal tem tempo para dedicar às coisas de que gosta, às suas amizades ou à família. Se o objetivo nesta vida é ser feliz, será que conseguiremos isso enchendo nossos bolsos de dinheiro, ou será preciso dispor de tempo livre para dedicarmos a nós mesmos e às pessoas que amamos?

Um estudo publicado recentemente pela revista Social Psychological and Personality Science perguntou a quase 4.500 pessoas se, para obter felicidade, elas valorizam mais o dinheiro ou o tempo. Do total de entrevistados, 64% declararam preferir dinheiro. A pesquisa também detectou, no entanto, que aqueles que atribuíam uma importância maior à disponibilidade de tempo se mostravam mais felizes.

A ideia do trabalho nasceu de uma experiência pessoal de um de seus realizadores, Hal E. Hershfield. Esse professor recebeu um convite para participar de um seminário em um estado que não é o mesmo onde vive. Naquele momento, ele tinha em casa uma menina com apenas 3 meses de idade. O dinheiro que lhe pagariam serviria para ajudar nos cuidados com o bebê, mas, ao mesmo tempo, ele perderia um fim de semana inteiro em que poderia desfrutar junto a ela dessa etapa tão delicada dos recém-nascidos. Nesse caso, o que o deixaria mais feliz: o tempo ou o dinheiro?

Os resultados de sua pesquisa são os mencionados acima: “Se tivéssemos duas pessoas iguais em tudo o mais, aquela que considerasse que o tempo é mais importante do que o dinheiro seria mais feliz do que a que escolhesse apenas o dinheiro”, explicam Hershfield e Cassie Mogilner Holmes, membros da Universidade da Califórnia em Los Angeles, em artigo publicado pelo The New York Times. Logicamente, naquela ocasião o professor Hershfield optou por ficar em casa e aproveitar os dias com a menina em vez de ganhar o dinheiro de sua ida ao seminário. Alguns entrevistados também acabaram coincidindo, em sua trajetória, com os resultados da pesquisa: cerca de 25% dos que haviam escolhido o dinheiro mudaram de ideia e escolheram o tempo um ano depois da primeira entrevista.

Questão de idade

Este não é o único estudo sobre a questão. No começo deste ano, uma pesquisa da Universidade de British Columbia, em Vancouver (Canadá), concluiu que a postura de valorizar mais o tempo do que o dinheiro está associada a níveis mais altos de felicidade, sobretudo quando são necessárias longas jornadas de trabalho para se obter esse dinheiro. Essa pesquisa constatou também que, conforme a idade aumenta, o tempo passa a ter mais importância entre as prioridades das pessoas. Há uma lógica nisso: cada segundo que passa se torna um bem mais escasso. Como dizia o poeta José Manuel Caballero Bonald: “Somos o tempo que nos resta”.

Os mais jovens parecem ter tirado sua lição do poeta: valorizar o tempo tem se mostrado uma tendência na chamada geração Millenium (os nascidos entre 1980 e 1995): segundo um estudo de 2013 da consultoria Price Waterhouse Coopers, as pessoas dessa faixa de idade preferem dispor de mais tempo livre e poder compatibilizar sua vida pessoal com o trabalho a ter um salário mais alto. Os milleniuns vêem o trabalho apenas como um meio para ter estabilidade e bem-estar, mas não como o único meio. Segundo esse estudo, 21% das mulheres e 15% dos homens estariam dispostos a abrir mão de parte de seu salário para ter mais flexibilidade de tempo.

O psicólogo Dan Gilbert, professor da Universidade de Harvard e autor do best-seller O que nos faz felizes? (Campus-Elsevier), explicou em visita recente à Espanha que, a partir de um determinado limite, a quantia de dinheiro ganha não proporciona uma felicidade a mais. Esse limite são 600.000 euros (2,1 milhões de reais). Por isso, comparativamente, os milionários não desfrutam de mais felicidade quanto mais dinheiro acumulem (nada indica que Amancio Ortega ou Bill Gates tenham tanta felicidade quanto têm de dinheiro).

As quatro chaves para a felicidade são gratuitas

“Uma vez atendias as nossas necessidades básicas, que são fundamentais para o bem-estar, um aumento da riqueza pode gerar alguma felicidade, mas apenas de curto prazo”, explica Silvia Álava, psicóloga do Centro de Psicologia Álvaro Reyes. “Depois disso o que acontece é aquilo que chamamos de adaptação hedonista: nós nos habituamos com as coisas que temos, nos comparamos com os outros e queremos mais”.

Isso talvez tenha acontecido com você: adquiriu um carro mais potente, uma casa um pouco maior, mas, depois de um primeiro momento de satisfação, não daria para dizer que se sente mais feliz do que antes. “ O que pode gerar um aumento duradouro do bem-estar é investir em coisas que nos façam crescer como pessoas ou que melhorem o nosso relacionamento com os outros”, observa a psicóloga. Por exemplo, um curso de violão ou para saber fazer cupcakes, participar de excursões ou atividades esportivas são atividades que podem fazer mais pelo nosso estado de ânimo do que os mencionados carrão e mansão.

Dessa forma, as quatro atividades cotidianas que aportam mais felicidade, como explica Gilbert, não custam nenhum tostão: fazer sexo, praticar exercícios, ouvir música e conversar. Elas não custam nada, mas exigem tempo. “Investir em experiências é melhor do que investir em coisas materiais”, afirma o psicólogo.

Na psicologia, é dado como fato consumado que ter relações variadas e saudáveis com as pessoas, com uma vida social intensa e salutar (para além das “curtidas” no Facebook), é uma das coisas que mais contribuem para o nosso bem-estar, e, para isso, o tempo é imprescindível. “Não podemos limitar nossa felicidade aos grandes acontecimentos da vida, temos de aprender a usufruir os pequenos momentos: um café da manhã com um colega de trabalho ou contar uma história para os nossos filhos na hora de dormir”, conclui Ávala. Com pouco se pode fazer muito. E, para isso, o que falta é mais tempo e não tanto o dinheiro. Embora o ideal seja, logicamente, a combinação de ambos: ter um ofício que nos traga muitos milhões por mês trabalhando apenas algumas horas por dia. Não existem muitos deles por aí.


Fonte: El País