Após o parto, a mulher entra em um processo chamado de identificação primária e vai ficando cada vez mais sensível às necessidades do filho. O processo é tão intenso que muitas mães também se mostram apreensivas e resistem a deixar o bebê aos cuidados de outras pessoas, ainda que a oferta de apoio venha do pai da criança.
Boa parte da insegurança materna é fruto do desejo de prosseguir sentindo-se indispensável para esse ser pequenino. Mas a participação paterna é tão importante para o bebê quanto para a mãe que, menos sobrecarregada, pode aproveitar melhor esse novo estágio da vida em família.
O pai tem um papel específico e importante nesse primeiro momento de vida de seu filho, que consiste em sustentar emocionalmente a mulher.
O desgaste físico do pós-parto soma-se ao cansaço ocasionado pelos cuidados constantes com o bebê. É o suficiente para que a mãe acabe se esquecendo de si mesma, do marido e do resto da família. Aos poucos, essa situação pode se tornar estressante demais. Resultado: a disposição cai e os relacionamentos –com o bebê e o parceiro– ficam altamente prejudicados.
Fora isso, a volta ao trabalho é uma realidade para a maioria das mulheres. E o processo de retomada da vida profissional será mais fácil à medida que a mãe perceber que pode contar com uma rede de apoio, com pessoas que saberão cuidar do bebê quando ela precisar se ausentar, incluindo o pai.
Se o bebê se acostuma com os pais cuidando alternadamente dele, além de se sentir mais seguro, terá melhor qualidade de vida, principalmente no que diz respeito aos aspectos emocionais.
Para colher os benefícios para si e para o bebê, o primeiro passo é a mãe adquirir consciência dos próprios limites e valorizar a capacidade do pai –mesmo o de primeira viagem– de oferecer todo tipo de cuidado e atenção necessários à criança.
Se a mãe faz parecerem muito complicados os cuidados com o recém-nascido, não reconhece as habilidades do pai e ainda banca a supermãe, nenhum homem em sã consciência vai se aventurar a participar desse momento.
Nesse caso, os prejuízos serão significativos, de acordo com a profissional. Perde-se a possibilidade de estreitamento de vínculo entre pai e filho; a oportunidade de o casal desenvolver cuidados familiares juntos, o que fortalece a relação a dois; e a melhoria do equilíbrio emocional da mulher, como pessoa, mulher e mãe.
Divisão de tarefas
Evitar tantas consequências negativas é possível, mas, para isso, é fundamental que o casal se acostume a dividir todas as experiências relacionadas ao filho, desde a gestação. Já nessa fase é importante que os futuros pais conversem a respeito de suas expectativas, medos e das mudanças que a criança vai trazer à rotina do casal.
Discutir as necessidades do bebê, como pretendem se organizar para supri-las e qual a disponibilidade emocional e prática de cada um é essencial para garantir que o filho tenha bases sólidas para o seu desenvolvimento físico e psíquico.
O pai pode participar de todo o pré-natal, acompanhando a mulher em consultas sempre que possível e cuidando do bem-estar dela. Delegar certas tarefas ao pai, antes mesmo do nascimento do bebê, como pintar o quarto ou montar algum móvel, é algo extremamente positivo. Iniciativas como essa contribuem para o desenvolvimento da paternidade e ajudam a aproximar ainda mais a família.
Após o nascimento do bebê, o pai também pode auxiliar nas mais variadas tarefas, muito além da troca de roupa e de fralda. Ele pode dar banho, preparar o bebê para mamar, pode fazê-lo arrotar ou niná-lo quando acordar no meio da madrugada, poupando a mãe. No início, a mulher pode acompanhar o pai nesses cuidados. Com o tempo e a partir da parceria e do diálogo, a insegurança materna tende a diminuir.
A principal recomendação é evitar críticas exacerbadas à maneira como o pai executa as suas tarefas de rotina. O homem aprenderá mais se a mulher dividir com ele as descobertas sobre o bebê e se indicar o que já percebeu que o filho gosta, por exemplo, o jeito de ser manipulado no banho ou na hora em que precisa conciliar o sono e não consegue.
Todo mundo precisa de um modelo e de muito treino para adquirir autoconfiança em uma situação nova. E, nesse meio tempo, muitas fraldas ficarão mais ou menos mal colocadas. Mas se o ambiente entre os pais for afetuoso e a criança receber atenção e carinho, ela certamente não terá do que reclamar.
FONTE:http://mulher.uol.com.br
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