quarta-feira, 31 de maio de 2017

Ficar sozinho pode ser a melhor maneira de descansar, diz pesquisa


É comum ouvir pessoas reclamarem de cansaço no dia a dia. Mas de quanto tempo de descanso, em média, uma pessoa precisa por dia? Quem tem mais tempo para descansar? E quais são as atividades mais relaxantes para amenizar um dia cansativo? Os resultados da maior pesquisa recente já feita sobre o assunto indicam que, para se sentirem plenamente descansadas, boa parte das pessoas precisam estar sozinhas.

O "Teste do Descanso" foi uma pesquisa realizada pela BBC e o Hubbub, um coletivo internacional de pesquisadores vinculados à Durham University, na Inglaterra, com o objetivo de desvendar o que significa "descansar" para pessoas de diferentes partes do mundo.

Ao todo, 18 mil pessoas de 134 países diferentes responderam à pesquisa, lançada em novembro do ano passado com o objetivo de entender como as pessoas gostam de descansar e se existe alguma relação entre descanso e bem-estar.

O ato de "descansar" está longe de ter uma definição única e direta. O verbo se aplica apenas para o corpo ou também para a mente? Na verdade, depende. Para alguns, a mente não pode descansar enquanto o corpo não estiver descansando.

Para outros, acontece o oposto. A mente só consegue descansar após "cansar" o corpo, como por exemplo em intensas atividades físicas - 16% das pessoas disseram que "descansam" com exercício físico.

Cerca de dois terços dos que responderam à pesquisa disseram que gostariam de ter mais tempo para descansar. Quase um terço afirmou que precisa de mais tempo de descanso do que a média das pessoas - e 10% responderam que precisariam de menos tempo do que a média.

Uma das questões do teste perguntava quanto tempo as pessoas haviam descansado no dia anterior, deixando-as livres para responder da maneira que quisessem. A média foi de três horas e seis minutos.

Outra parte do teste dava às pessoas uma longa lista de atividades, perguntando quais delas seriam as três mais "relaxantes" - o resultado foi, de certa forma, inesperado.

"Ler" foi a vencedora, seguida de "estar em um ambiente cheio de natureza", "estar sozinho", "ouvir música", e "fazer nada".

O que chama a atenção é que todas essas atividades, na maioria das vezes, são feitas em situações em que estamos sozinhos.

Isso poderia significar que para conseguir descansar é bom ficar longe das outras pessoas?

Encontrar amigos e familiares, conversar ou beber socialmente foram atividades que ficaram bem mais abaixo no ranking das "melhores para se descansar". Isso não significa qe as pessoas que responderam ao teste não são sociáveis ou não gostam de estar com os outros, mas apenas que não veem isso necessariamente como uma forma efetiva de descanso.
É interessante notar também que isso se aplica tanto no caso de pessoas extrovertidas - que muitas vezes são definidas como pessoas que recarregam suas energias quando estão cercadas por muita gente -, quanto de introvertidas. No ranking das pessoas extrovertidas, essas atividades sociais até apareceram mais para cima, mas ainda bem abaixo das atividades consideradas "solitárias".

Nós precisamos lembrar, claro, que escolher estar sozinho é diferente de solidão forçada.

O motivo pelo qual as pessoas preferem estar sozinhas pode ser explicado pela resposta que elas deram quando perguntadas sobre o que vem à mente quando estão fazendo atividades diferentes.

"As pessoas disseram que, quando estão sozinhas, em geral elas focam mais naquilo que estão sentindo, no seu próprio corpo e nas próprias emoções", afirmou Ben Alderson-Day, um psicólogo da Durham University, que foi co-autor da pesquisa.

A ideia de que quando as pessoas estão sozinhas, elas estão mentalmente conversando consigo mesmas é verdadeira apenas em parte, ao que parece.

"As pessoas disseram que só estavam conversando com elas mesmas por 30% do tempo", disse Alderson-Day. "Há um indício de que quando você está sozinho, além de se desligar das outras pessoas, você tem a chance de se desligar do seu próprio monólogo interno também."

Mas só porque nós estamos sozinhos fazendo algo, não significa que nosso cérebro está descansando.

Neurocientistas costumavam pensar que o cérebro ficava menos ativo quando as pessoas paravam de se concentrar em uma tarefa específica. Mas estudos mais recentes do século 20 feitos com escaneamento do cérebro trouxeram algumas descobertas curiosas sobre isso - e comprovaram que, na verdade, os neurocientistas do passado estavam errados.

Quando estamos descansando, supostamente fazendo nada, nossa mente tem a tendência de passear pelos pensamentos e nosso cérebro acaba ficando mais "ocupado" do que quando está concentrado em uma só tarefa.

Hoje em dia, é comum ouvir as pessoas reclamarem que é difícil descansar. Mas e se não tivermos tempo suficiente para essas atividades "relaxantes"? Isso faz diferença?

Possivelmente.

No Teste do Descanso, pessoas que tinham menos horas de descanso no dia anterior tiveram uma pontuação menor na escala de bem-estar.

Na verdade, pessoas que não sentem necessidade de mais horas de descanso tiveram o dobro da pontuação de bem-estar se comparadas àquelas que afirmaram sentir falta de mais tempo para descansar. Isso sugere que a percepção do descanso importa. Em geral, se nós não nos sentimos "descansados", nosso bem-estar despenca.

Pessoas com a mais alta pontuação no quesito bem-estar haviam descansado em média cinco ou seis horas no dia anterior. Mas para as que tinham tido mais tempo de descanso do que isso, o nível do bem-estar começava a cair levemente. Será que isso significaria que um descanso "forçado" - se você está desempregado ou talvez doente - não tem o mesmo impacto no bem-estar das pessoas? Talvez cinco ou seis horas seria o tempo ideal de descanso para qualquer um.

Esse levantamento só pode nos dar impressões instantâneas e pontuais no tempo. Não dá para ter certeza de que o descanso ou a falta dele teve qualquer impacto nos níveis de bem-estar. Seria possível, ao contrário, dizer que altos níveis de bem-estar poderiam fazer com que as pessoas se sentissem "descansadas"?

Independente de qualquer coisa, a relação entre descanso e bem-estar é impressionante.

Foi notável perceber que, quando questionados sobre que palavras associariam das com descanso, quase 9% das pessoas escolheram "culpado" ou até "estresse induzido". Ou seja, sim, descansar faz algumas pessoas se preocuparem com o que estão deixando de fazer.

Felicity Callard, da Durham University, e diretora do Hubbub, afirma: "Nós realmente precisamos transformar esse conceito de que, quando você descansa mais, você se torna preguiçoso. O fato de que as pessoas que descansam mais parecem ter um nível de bem-estar mais alto do que as outras é uma prova da necessidade do descanso".

Mas, afinal, quem consegue ter mais tempo de descanso? Baseado na quantidade de horas que as pessoas disseram ter descansado nas 24 h anteriores, o grupo que menos havia descansado era, em média, composto de pessoas jovens, que tinham empregos tradicionais, às vezes com trabalho em períodos noturnos. Eles também tendiam a ter renda mais alta.

Enquanto o grupo mais "descansado" em geral era mais velho, com renda mais baixa, sem emprego ou trabalhando em dois turnos diários separados - quando as pessoas trabalham um certo número de horas, depois têm tempo livre e depois voltam a trabalhar bem mais tarde naquele dia.

Homens estavam mais propensos a dizer que têm menos tempo de descanso do que uma pessoa normal em média - mas, na realidade, seus relatos mostravam que eles tinham tido, em média, 10 minutos a mais de descanso do que as mulheres no dia anterior.

De novo, diferentes percepções de descanso podem confundir. Estar ocupado se tornou um símbolo de status na sociedade atual. Estar ocupado significa "ser requisitado", ou seja, valorizado.

Quando as pessoas nos perguntam como estamos e nós respondemos que estamos "ocupados, muito ocupados", quanto da nossa resposta tem realmente a ver com nosso status naquele momento? Será que as pessoas com renda mais alta tendem a querer dizer que estão "ocupadas"? Ou será que eles têm empregos onde as novas tecnologias não os permitem "desligar"? 

A resposta para outra pergunta do teste pode trazer uma luz a esta questão. As pessoas tiveram de responder até onde elas acreditam que descansar é o oposto de trabalhar. A maioria das pessoas que tinham um emprego fixo responderam que sim.

Mas as pessoas que eram autônomas ou voluntárias tiveram uma tendência contrária e disseram que não. Será que ter o controle sobre seu trabalho afeta a forma sobre como o vê? O trabalho poderia ser visto como "descanso" se você realmente gosta do que faz?

Uma análise completa das respostas será publicada até o próximo ano. Já está claro que ela trará lições para os médicos. Callard pontua que, quando eles prescrevem "descanso", nem todo paciente irá entender essa palavra/recomendação da mesma forma.

"Existe uma necessidade clínica de ser mais explícito sobre o que você está prescrevendo quando recomenda descanso. Mas você precisa saber o que esse indivíduo, em particular, considera como 'descansar'. Apenas dizer a uma pessoa para não fazer nada pode provocar mais ansiedade do que relaxamento em si."

Muita gente, aparentemente, gostaria de ter mais tempo para descansar, mas talvez esse desejo nem seja com relação ao total de horas descansando ou trabalhando - mas sim com relação ao ritmo de trabalho e de descanso, com ou sem as pessoas.

Para nos sentirmos plenamente descansados, nós precisamos de um tempo sozinhos sem medo de sermos interrompidos para podermos ficar a sós com nossos pensamentos? Pelo que indica o Teste do Descanso, é bem possível que sim.

Se antes, dormir era sinônimo de descansar, hoje a percepção é de que o sono é uma "resposta insuficiente" para as dificuldades da vida.


Fonte: BBC

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Quando os pais devem levar a criança ao psicólogo?


Engana-se quem pensa que fazer terapia é "coisa de adulto". Apesar de muitos considerarem o acompanhamento psicológico algo totalmente supérfluo, as crianças, assim como os adultos, podem precisar de ajuda especializada para superar determinadas situações.

É importante que os pais estejam atentos a alguns sinais que podem indicar que algo não vai bem. Por exemplo, ansiedade é um quadro normal, desde que não afete outras funções. Por exemplo, não é normal que a ansiedade as faça ter problemas orgânicos como soltar o intestino, suar frio ou ter desmaios, ou que a impeça de fazer coisas triviais como ir à escola, visitar a casa de parentes ou realizar tarefas.

Terapia infantil

O apoio familiar pode ser suficiente em alguns casos, mas sessões de terapia com um profissional especializado ajudam a descobrir as causas de um comportamento diferente. Pode ser que a criança esteja vivendo situações com as quais não saiba lidar e, por isso, não consiga compartilhar com seus pais. Isso é muito comum quando os pequenos estão sob estresse ou estejam sofrendo algum tipo de abuso - seja bullying na escola ou algo mais grave. Muitas vezes a criança não tem idade ou discernimento para entender o processo pelo qual está passando, por isso os pais precisam ser pacientes e explicar tudo de forma lúdica e simplificada.

A primeira consulta tem duas funções principais: ser receptivo e agradável com a criança para que ela queira continuar o processo por vontade própria e registrar as queixas dos pais e observar a criança. Já as próximas consultas visam investigar as dificuldades que envolvem observações mais sistemáticas, com uso de registros clínicos, testes, e outros.

Caso a condição da criança afetar o convívio social dela, é importante avisar sobre a terapia aos responsáveis pela escola. Mas se a criança demonstrar incômodo com o fato, recomenda-se conversar para saber como deixá-la mais confortável e sempre ter cautela antes de passar a informação adiante.


Fonte: Vix

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Psicologia positiva foca no lado bom da vida


Já parou para pensar que os desafios que encaramos diariamente são uma forma de superação e de fortalecimento? A partir desse princípio, a psicologia positiva propõe uma nova perspectiva para os problemas do dia a dia.

O norte-americano Martin Seligman criou o conceito a partir do desejo de entender as origens da felicidade. Em sua obra "Felicidade Autêntica", o psicólogo afirma que, para alcançarmos esse estado de espírito, é preciso um cultivo diário, com pensamento positivo, gentileza e bom-humor.

Entenda a psicologia positiva

A Organização Mundial da Saúde define "saúde" não apenas como um organismo livre de doenças, mas, sim, como um estado de bem-estar pleno, incluindo os campos físico, social, psíquico e espiritual.

A psicologia positiva tem como principal objetivo o estudo das emoções, dos traços individuais, das relações e de instituições positivas. Ao contrário da psicologia tradicional, esse campo se concentra nas coisas boas para reparar o que não vai tão bem. O foco não está nos problemas, especificamente.

Muito mais que ser uma pessoa otimista, a psicologia positiva propõe ao paciente a identificação do que realmente o torna feliz, tanto na investigação psicológica quanto no campo das neurociências. A novidade nesse tipo de abordagem é utilizar uma metodologia científica, e não receitas de autoajuda para desfrutar de mais bem-estar.

Outro grande desafio dos profissionais é conscientizar o indivíduo sobre a diferença entre o prazer e a felicidade. Enquanto o primeiro é momentâneo, gerado por descarga de dopamina, o segundo é um estado pleno e muito mais complexo de verdadeira satisfação.

O precursor da psicologia positiva, Martin Seligman, criou uma lista de cinco elementos essenciais para a obtenção da felicidade plena e da sensação de bem-estar. São eles:

1. Emoções positivas como paz, gratidão, inspiração e prazer

2. Compromisso e engajamento com situações, atividades e tarefas

3. Relacionamentos positivos com aqueles que nos rodeiam

4. Significado ou propósito ao ir em busca de algo que é maior que nós mesmos

5. Realização ou conquista de um objetivo.

Abra as portas para a felicidade

A felicidade depende muito mais de nós mesmos do que se sabia anteriormente. A psicologia positiva chega para descartar o velho pensamento de que o campo da mente está associado apenas no conserto de danos. Ele também garante a conquista de mais bem-estar.

Lidamos com diversos desafios, problemas e até mesmo derrotas ao longo da vida. Cabe a cada um de nós ter confiança e persistência suficiente para criar uma nova perspectiva, transformando o que deu errado em um novo aprendizado.

As emoções positivas não só refletem na qualidade de vida, mas, também, no fortalecimento de nossos recursos intelectuais, das relações sociais e da saúde física e mental.


quinta-feira, 25 de maio de 2017

Entrevista - TV Horizonte

A psicóloga Myrna Nascimento conversou, hoje, com a jornalista e apresentadora Fernanda Pena, sobre o uso abusivo de medicamentos tarja preta por crianças e adolescentes, em entrevista ao programa Horizonte Notícia Entrevista, pela TV Horizonte. O programa vai ao ar terça, quarta e quinta às 19h30, sábado às 13h45 e 20h e no domingo também às 13h45. Logo, logo vamos compartilhar por aqui a entrevista completa, acompanhem!



quarta-feira, 24 de maio de 2017

Muito tempo no trânsito aumenta o risco de depressão


Quanto tempo você demora para ir ou voltar do trabalho? De acordo com pesquisa da empresa britânica VitalityHealth, especializada em seguro médico privado, pessoas que passam horas no trânsito, seja no volante ou no transporte público, estão mais propensas ao stress e à depressão, além de enfrentar problemas no sono e na produtividade. O estudo foi feito em parceria com a Universidade de Cambridge.

A pesquisa

O estudo analisou 34.000 trabalhadores de indústrias do Reino Unido para avaliar como um deslocamento diário superior a 30 minutos poderia afetar a saúde e a produtividade da população.

Os resultados mostraram que aqueles que enfrentavam viagens com mais de uma hora de duração tinham pior saúde mental: 33% apresentaram risco de depressão e 12% maior probabilidade de relatar stress relacionado ao trabalho. Além desses riscos, 46% mostraram tendência de dormir menos do que as sete horas de sono recomendadas por noite.

Benefícios do horário flexível

Segundo os pesquisadores, esses fatores podem fazer com que esses trabalhadores sejam menos produtivos do que aqueles que possuem horários mais flexíveis. Os participantes que levavam menos de 30 minutos na ida e na volta ao trabalho tinham uma semana extra de produtividade.

Essas conclusões sugerem que uma melhor qualidade do sono e estado mental dos trabalhadores refletem no aumento da produtividade e satisfação com o trabalho. No entanto, ao contrário do que se imagina, trabalhar de casa não ajuda a combater os efeitos negativos do trânsito. As pessoas que faziam home office, mas não tinham regimes de trabalho flexível eram, na verdade, os menos produtivos. Eles perderam, em média, 29 dias de trabalho por ano, mais do que os que não podiam trabalhar em casa e dos que tinham horários flexíveis.

Estratégias dos empregadores

O estudo examinou tanto o impacto do trajeto diário de ida e volta do trabalho como a flexibilidade e as horas trabalhadas em casa.

“Os resultados demonstram que a rotina diária tem importância e influência direta na saúde e produtividade dos indivíduos. Permitir estratégias de gerenciamento e flexibilidade aos empregados, para que evitem a hora do rush ou ajustem o trabalho à sua rotina pode ajudar a reduzir o stress e promover estilos de vida mais saudáveis que irão impactar diretamente na produtividade das empresas.”, disse Shaun Subel, diretor estratégico da VitalityHealth, ao Daily Mail.


Fonte: Veja.com

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Terapia Comportamental pode ajudar crianças com TDAH


Existem posições contrárias entre neuropediatras, pediatras, psicólogos, psicanalistas, entre europeus e americanos só para mencionar alguns. O que propomos aqui é difundir o maior número de informações confiáveis para que os pais possam entender e eventualmente escolher o caminho que queiram seguir, Esta é uma orientação encontrada num livro da American Academy of Pediatrics de 2008.

Terapia Comportamental Tem 3 princípios básicos:

- Definir metas específicas factíveis. Defina metas claras e razoáveis ​​para o seu filho, como ficar focado em trabalhos de casa por um determinado período de tempo ou a partilha de brinquedos com os amigos.

- Fornecer recompensas e consequências. Dê ao seu filho uma recompensa especificada (reforço positivo) cada vez que ela mostra o comportamento desejado. Dê ao seu filho uma consequência especificada (resultado indesejado ou castigo) de forma consistente quando ela tem comportamentos inadequados.

- Continue usando as recompensas e conseqüências. Usando as recompensas e as consequências de forma consistente por um longo tempo vai moldar o comportamento do seu filho de uma forma positiva.

A maioria dos especialistas americanos recomendam usar ambos, os medicamentos e a terapia comportamental para tratar déficit de atenção / hiperatividade. Isto é conhecido como um método de tratamento multimodal.

Há muitas formas de terapia de comportamento, mas todos têm um objetivo comum para mudar ambientes físicos e sociais da criança para ajudar a criança a melhorar seu comportamento.

Segundo esta abordagem, os pais, os professores e outros cuidadores têm que aprender as melhores formas de trabalhar se relacionam com a criança com TDAH. Tem que aprender a definir e impor regras, ajudar a criança a entender o que ele precisa fazer, usar a disciplina de forma eficaz, e incentivar o bom comportamento. A criança vai aprender as melhores maneiras de controlar seu comportamento como resultado, vai aprender a ser mais consistente. Esta é a visão da terapia comportamental.

A terapia comportamental reconhece os limites que ter TDAH impõe a uma criança. Ela se concentra em como priorizar pessoas, lugares e coisas na vida da criança, que pode adaptar-se pelo incentivo ao bom comportamento e desencorajar comportamento indesejado. É diferente de ludoterapia ou outras terapias que se concentram principalmente na criança e suas emoções como a psicanálise.

Como principais cuidadores da criança, os pais desempenham um papel importante na terapia de comportamento. Treinamento de pais é importante para ajudá-lo a aprender mais sobre o TDAH e isso ajudará o seu filho a melhorar. Cuidar de si mesmo também irá ajudar o seu filho. Ser o pai de uma criança com TDAH pode ser cansativo e testa os limites mesmo dos melhores pais. 10 Dicas para Ajudar o seu filho controlar seu comportamento:

- Mantenha seu filho em uma programação diária. Tente manter uma rotina para acordar, comer, tomar banho, sair para a escola, e ir dormir a cada dia.

- Reduzir o tempo de distrações. A música alta, jogos de computador e TV podem ser mais estimulantes para o seu filho. Fazer uma regra para manter sem TV ou música durante as refeições e enquanto seu filho está fazendo a lição de casa. Não coloque a TV no ​​quarto do seu filho. Sempre que possível, evite levar a criança para lugares que podem ser muito estimulante, como shoppings movimentados.

- Organize sua casa. Se seu filho tem locais específicos e lógicos para manter seus trabalhos escolares, brinquedos e roupas, será menos provável de perdê-los. Ter um local perto da porta da frente para a mochila da escola para que ele possa agarrá-la no caminho para fora da porta.

- Recompensar o comportamento positivo. Oferecer palavras amáveis ​​, abraços, ou pequenos prêmios para alcançar objetivos em tempo hábil ou bom comportamento. Elogiar e recompensar os esforços do seu filho para prestar atenção.

- Definir metas factíveis. Esperar para o lento progresso em vez de ansiar por resultados imediatos. Certifique-se de que seu filho entende que ele pode tomar pequenos passos em direção a aprender a controlar-se.

- Ajude o seu filho “na tarefa de casa.” Use gráficos e listas de verificação para controlar o progresso nos trabalhos de casa ou tarefas. Mantenha instruções breves e ofereça frequentes lembretes amigáveis.

- Limitar as escolhas. Ajude seu filho a aprender a tomar boas decisões, dando-lhe apenas 2 ou 3 opções de cada vez.

- Encontrar atividades em que seu filho pode ter sucesso. Todas as crianças precisam experimentar o sucesso para se sentir bem sobre si mesmo.

- Use disciplina e tenha calma. Use consequências, tais como tempo limite, a remoção da criança da situação, ou distração. Às vezes, o melhor é simplesmente ignorar o comportamento. O castigo físico, como palmada ou tapa, não é útil. Discutir o comportamento do seu filho com ele quando ambos estiverem calmos.

- Desenvolva um bom sistema de comunicação com o professor do seu filho para que você possa coordenar seus esforços e monitorar o progresso do seu filho e trabalhar em conjunto com a escola.


Fonte: EBC

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Psicoterapia: Saiba como ela pode ajudar você


A psicoterapia é um método que tem como objetivo ajudar as pessoas na superação de dificuldades emocionais, comportamentais ou cognitivas. O tratamento também possibilita o crescimento e amadurecimento dos pacientes, oferecendo a oportunidade para que eles compreendam o que estão sentindo e por que estão agindo dessa ou daquela forma. Com isso, é possível enfrentar e superar os problemas do dia a dia.

Como funciona a psicoterapia

O atendimento é realizado por um psicólogo que trabalha para reverter o quadro em que o paciente se encontra. Isso pode ser feito por meio de vários métodos de psicoterapia, usando como recurso principalmente a comunicação verbal, ou seja, a cura pela fala.

Mas para que a terapia tenha o efeito desejado e resultados positivos, é preciso que o paciente esteja disponível e aceite os métodos utilizados. Com isso, fica muito mais fácil lidar com os incômodos do processo, que muitas vezes exige se aprofundar em sentimentos ruins para aliviar os problemas emocionais.

Benefícios da psicoterapia

A psicoterapia é procurada para resolver diversos problemas, que vão desde de traumas na infância até crises no casamento. Transtornos psicológicos como a esquizofrênia, por exemplo, também podem ter a terapia como complemento de um tratamento.

Os problemas emocionais mais comuns tratados são traumas, separação, dificuldades em lidar com pessoas, sensibilidades e irritabilidades, dificuldade em decidir qual carreira seguir, entre outros.

Já na parte comportamental, a psicoterapia pode ajudar a lidar com a síndrome do pânico, timidez, fobias, compulsão por comida, bebida ou drogas.

E alguns exemplos de dificuldades cognitivas são os pensamentos depressivos ou de morte, sensação de estar sendo perseguido e ansiedade.

Principais tipos de psicoterapia

Existem diversos tipos de psicoterapia, que são indicados de acordo com cada caso e necessidade do paciente.

Uma das principais é a psicanálise, que é uma técnica que estimula que o paciente a se expressar sem censura e fazendo associações livres entre pensamentos, fantasias, emoções e sonhos. Com isso, ele consegue refletir sobre significados que não foram percebidos anteriormente, entendo e superando um problema.

Outro tipo bem comum é a terapia comportamental, que trabalha baseada na ideia de que estímulos do ambiente podem influenciar no comportamento. Por isso, o terapeuta costuma desenvolver estratégias comportamentais para gerar mudanças na vida dos pacientes. Essa técnica é indicada principalmente para o tratamento de pessoas que sofrem de estresse pós-traumático e compulsões.

Já a terapia cognitiva sugere estratégias para corrigir distorções de pensamento. Como exemplo, o caso de uma pessoa que tenha uma visão muito negativa de si mesmo, comum em quadros depressivos. Ela é bastante utilizada no tratamento de dependência química, transtornos de ansiedade, alimentares e de personalidade.

Entre os tipos de psicoterapia também existe a terapia familiar e de casal, que é recomendado para tratar crises nessas relações. Alguns problemas comuns tratados com esse método são a dificuldade de comunicação e problemas de relacionamento. A principal característica dessa terapia é que todas as pessoas envolvidas na crise devem comparecer as sessões.



segunda-feira, 15 de maio de 2017

Brasil é o país mais deprimido e ansioso da América Latina


Nos últimos dez anos, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4% — hoje, isso corresponde a 322 milhões de indivíduos, ou 4,4% da população da Terra. Os dados vieram à tona em um relatório recente realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para piorar, os brasileiros estão levando esses índices para o alto. No nosso país, 5,8% dos habitantes sofrem com a desordem, a maior taxa do continente latino-americano. A faixa etária mais afetada varia entre 55 e 74 anos.

“Apesar de a depressão atingir sujeitos de todas as idades, o risco se torna maior na presença de pobreza, desemprego, morte de um ente querido, ruptura de relacionamento, doenças e uso de álcool e de drogas”, atesta o relatório.

O Brasil também é campeão mundial no índice de ansiedade: 9,3% da população manifesta o quadro. Essa disfunção engloba várias outras, como ataques de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, fobias e estresse pós-traumático.

O sexo feminino é o que mais sente as consequências — 7,7% das mulheres são ansiosas e 5,1% são depressivas. Quando se trata dos homens, a porcentagem cai para 3,6% em ambos os casos.

O documento ainda mostra uma possível causa para a taxa elevada de problemas mentais que o mundo presencia atualmente: “Esse crescimento é sentido principalmente em países com menor renda, porque a população está aumentando e mais gente está vivendo até a idade em que depressão e ansiedade são mais comuns”.


Fonte: Saúde

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Transtorno Bipolar


Transtorno afetivo bipolar é um distúrbio psiquiátrico complexo. Sua característica mais marcante é a alternância, às vezes súbita, de episódios de depressão com os de euforia (mania e hipomania) e de períodos assintomáticos entre eles. As crises podem variar de intensidade (leve, moderada e grave), frequência e duração.

As flutuações de humor têm reflexos negativos sobre o comportamento e atitudes dos pacientes, e a reação que provocam é sempre desproporcional aos fatos que serviram de gatilho ou, até mesmo, independem deles.

Em geral, essa perturbação do humor se manifesta tanto nos homens quanto nas mulheres, entre os 15 e os 25 anos, mas pode afetar também as crianças e pessoas mais velhas.

Tipos

De acordo com o DSM.IV e o CID-10, (manuais internacionais de classificação diagnóstica), o transtorno bipolar pode ser classificado nos seguintes tipos:

1) Transtorno bipolar Tipo I

O portador do distúrbio apresenta períodos de mania, que duram, no mínimo, sete dias, e fases de humor deprimido, que se estendem de duas semanas a vários meses. Tanto na mania quanto na depressão, os sintomas são intensos e provocam profundas mudanças comportamentais e de conduta, que podem comprometer não só os relacionamentos familiares, afetivos e sociais, como também o desempenho profissional, a posição econômica e a segurança do paciente e das pessoas que com ele convivem. O quadro pode ser grave a ponto de exigir internação hospitalar por causa do risco aumentado de suicídios e da incidência de complicações psiquiátricas.

2) Transtorno bipolar Tipo II

Há uma alternância entre os episódios de depressão e os de hipomania (estado mais leve de euforia, excitação, otimismo e, às vezes, de agressividade), sem prejuízo maior para o comportamento e as atividades do portador.

3) Transtorno bipolar não especificado ou misto

Os sintomas sugerem o diagnóstico de transtorno bipolar, mas não são suficientes nem em número nem no tempo de duração para classificar a doença em um dos dois tipos anteriores.

4) Transtorno ciclotímico

É o quadro mais leve do transtorno bipolar, marcado por oscilações crônicas do humor, que podem ocorrer até no mesmo dia. O paciente alterna sintomas de hipomania e de depressão leve que, muitas vezes, são entendidos como próprios de um temperamento instável ou irresponsável.

Causas

Ainda não foi determinada a causa efetiva do transtorno bipolar, mas já se sabe que fatores genéticos, alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores estão envolvidos.

Da mesma forma, já ficou demonstrado que alguns eventos podem precipitar a manifestação desse distúrbio do humor nas pessoas geneticamente predispostas. Entre eles, destacam-se: episódios frequentes de depressão ou início precoce dessas crises, puerpério, estresse prolongado, remédios inibidores do apetite (anorexígenos e anfetaminas), e disfunções da tireoide, como o hipertireoidismo e o hipotireoidismo.

Diagnóstico

O diagnóstico do transtorno bipolar é clinico, baseado no levantamento da história e no relato dos sintomas pelo próprio paciente ou por um amigo ou familiar. Em geral, ele leva mais de dez anos para ser concluído, porque os sinais podem ser confundidos com os de doenças como esquizofrenia, depressão maior, síndrome do pânico, distúrbios da ansiedade. Daí a importância de estabelecer o diagnóstico diferencial antes de propor qualquer medida terapêutica.

Sintomas

Depressão: humor deprimido, tristeza profunda, apatia, desinteresse pelas atividades que antes davam prazer, isolamento social, alterações do sono e do apetite, redução significativa da libido, dificuldade de concentração, cansaço, sentimentos recorrentes de inutilidade, culpa excessiva, frustração e falta de sentido para a vida, esquecimentos, ideias suicidas.

Mania: estado de euforia exuberante, com valorização da autoestima e da autoconfiança, pouca necessidade de sono, agitação psicomotora, descontrole ao coordenar as ideias, desvio da atenção, compulsão para falar, aumento da libido, irritabilidade e impaciência crescentes, comportamento agressivo, mania de grandeza. Nessa fase, o paciente pode tomar atitudes que reverterão em danos a si próprio e às pessoas próximas, como demissão do emprego, gastos descontrolados de dinheiro, envolvimentos afetivos apressados, atividade sexual aumentada e, em casos mais graves, delírios e alucinações.

Hipomania: os sintomas são semelhantes aos da mania, porém bem mais leves e com menor repercussão sobre as atividades e relacionamentos do paciente, que se mostra mais eufórico, mais falante, sociável e ativo do que o habitual. Em geral, a crise é breve, dura apenas uns poucos dias. Para efeito de diagnóstico, é preciso assegurar que a reação não foi induzida pelo uso de antidepressivos.

Tratamento

Transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado. O tratamento inclui o uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, tais como o fim do consumo de substâncias psicoativas, (cafeína, anfetaminas, álcool e cocaína, por exemplo), o desenvolvimento de hábitos saudáveis de alimentação e sono e redução dos níveis de estresse.

De acordo com o tipo, gravidade e evolução da doença, a prescrição de medicamentos neurolépticos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, ansiolíticos e estabilizadores de humor, especialmente o carbonato de lítio, tem-se mostrado útil para reverter os quadros agudos de euforia e evitar a recorrência das crises. A associação de lítio com antidepressivos e anticonvulsivantes tem demonstrado maior eficácia para prevenir recaídas. No entanto, os antidepressivos devem ser utilizados com cuidado, porque podem provocar uma guinada rápida da depressão para a euforia, ou acelerar a incidência das crises.

A psicoterapia é outro recurso importante no tratamento da bipolaridade, uma vez que oferece suporte para o paciente superar as dificuldades impostas pelas características da doença, ajuda a prevenir a recorrência das crises e, especialmente, promove a adesão ao tratamento medicamentoso que, como ocorre na maioria das doenças crônicas, deve ser mantido por toda a vida.

Recomendações

Portadores de transtorno bipolar e seus familiares precisam estar cientes de que:

* seguir o tratamento à risca é a melhor forma de prevenir a instabilidade emocional e a recorrência das crises, o que assegura a possibilidade de levar vida praticamente normal;

* os remédios podem não fazer o efeito desejado logo nas primeiras doses que, muitas vezes, precisam ser ajustadas ao longo do tratamento;

* crises depressivas prolongadas sem tratamento adequado podem aumentar em 15% o risco de suicídio nos pacientes bipolares;

* o paciente pode procurar alívio para os sintomas no álcool e em outras drogas, solução que só ajuda a agravar o quadro;

* alternar a fase de depressão com a de mania pode dar a falsa sensação de que a pessoa está curada e não precisa mais de tratamento;

* a família pode precisar também de acompanhamento psicoterápico, por duas diferentes razões: primeira, porque o distúrbio pode afetar todos que convivem diretamente com o paciente; segunda, porque precisa ser orientada sobre como lidar no dia a dia com os portadores do transtorno.


terça-feira, 9 de maio de 2017

Por que seu filho não deve ser seu confidente

Pais que se apoiam demais nos filhos podem prejudicar o desenvolvimento das crianças, que correm mais risco de ter transtornos de ansiedade quando adultas


Dividir os problemas com os filhos é comum e pode até ser importante para construir uma dinâmica familiar saudável. Mas um estudo científico publicado no Journal of Family Therapy traz um alerta para aqueles pais que exageram nas confidências. Compartilhar detalhes da vida pessoal ou fazer reclamações excessivas do cônjuge podem provocar consequências negativas para a vida das crianças. Segundo a pesquisa, elas têm maiores índices de ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e maior risco de abuso de substâncias. “O filho não deve servir às necessidades íntimas dos pais e nem ser colocado no papel de confidente pessoal”, disse ao The Washington Post Lisa M. Hopper, pesquisadora e professora da Universidade de Louisville. 

Lisa conduziu diversos estudos sobre a ‘parentalização’, como o conceito é conhecido na psicologia, que basicamente leva à inversão de papéis. Isso pode ocorrer em famílias em que os pais são divorciados, por exemplo. Em alguns casos, os pais consideram a criança como confidente, revelando assim informações pessoais e sentimentos em relação ao cônjuge. “Não é apropriado, tão pouco, uma mãe dizer: ‘seu pai está sempre me desapontando, estou farta dele'”, disse Juli Fraga, psicóloga de São Francisco, nos Estados Unidos. 

Ao ser exposta a esse tipo de situação, a criança tende a agir como pacificadora e media os eventuais conflitos para tentar fortalecer os laços familiares. Os especialistas acreditam que este tipo de comportamento pode criar uma atmosfera de negligência porque torna as crianças responsáveis pelo emocional e psicológico dos pais, suprimindo suas necessidades normais da infância, como brincar ou fazer amizade com crianças de sua idade.

Efeitos

Os estudos de Lisa têm mostrado que os efeitos da parentalização podem ser de longa duração e perdurar, até mesmo, por gerações. Sua pesquisa coletou dados de 783 universitários para avaliar a ligação entre os papéis desempenhados na infância e as responsabilidades que adquiriram com o funcionamento psicológico adulto.

Os pesquisadores descobriram que aqueles que viveram situações de inversão de papéis tinham maiores riscos de enfrentar ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, além de abusar de substâncias na vida adulta. “Os pais e responsáveis devem estar no topo da hierarquia no sistema familiar”, explicou Lisa. Segundo os psicólogos, um pai ou uma mãe que pede conselhos de relacionamento ou se queixa de outro membro da família, por exemplo, está invertendo o papel de adulto e criança. Ou seja, procura nos filhos o mesmo apoio emocional que buscaria em um amigo ou familiar adulto.

Crianças que assumem responsabilidades mais cedo podem ter resultados positivos, como ética, resiliência e mais autoconfiança. Por outro lado, elas também podem se tornar mais ansiosas e compulsivas. Apesar das boas intenções dos pais, é preciso aprender a traçar limites no relacionamento com os filhos, segundo os especialistas. Deve-se tomar cuidado, principalmente, nos casos que eles desejam que os filhos sejam seus ‘melhores amigos’. Em muitos casos, isso acontece porque eles têm seu próprio histórico com problemas de apego – seja por ter tido responsáveis distantes, rígidos ou negligentes. 

Limites

Segundo Juli Fraga, a amizade pode ser recíproca entre pais e filhos, baseada em cumplicidade mútua. No entanto, os filhos não possuem a mesma compreensão e maturidade emocional que os adultos. Ela explica que isso não significa que eles não devam ser afetuosos e amáveis entre si. “É preciso ser honesto e solidário, mas também saber manter os limites apropriados”, conclui a psicóloga.

Um caso que pode servir de exemplo é o que ocorre no seriado Gilmore Girls. A relação das personagens Lorelai e Rory Gilmore é caracterizada por uma invejável proximidade entre mãe e filha. Mas, como acontece com muitas amizades entre pais e filhos, as consequências não aparecem até depois da adolescência. A nova temporada “Um Ano Para Recordar” mostra Rory, já adulta, lutando contra crises de ansiedade e enfrentando dificuldades para confiar em suas próprias decisões sobre carreira e amor, sempre se apoiando em sua mãe. Autor de um livro sobre o tema, o escritor Gregory Jurkovic explica que crianças que assumem esse tipo de responsabilidade durante os anos de desenvolvimento podem ter problemas futuros, como conviver com desconfiança, ambivalência e envolver-se em relacionamentos abusivos.

De acordo com Lisa, é ótimo que os pais compartilhem acontecimentos diários com seus filhos. Porém, essa relação se resume a compartilhar informações de acordo com o desenvolvimento de uma criança — e não deve ser mais do que ela tem capacidade cognitiva para lidar.



Fonte: Veja.com

sexta-feira, 5 de maio de 2017

A vontade de ter autocontrole pode diminuir… seu autocontrole


O autocontrole é um atributo valioso para quem quer alcançar qualquer objetivo, seja manter uma dieta, economizar dinheiro ou se tornar uma pessoa mais focada no trabalho. Sua importância, na verdade, é muito mais antiga do que qualquer uma dessas situações: ela foi (e continua sendo) uma vantagem evolutiva fundamental para que os humanos pudessem passar a viver em sociedade.

Assim, é natural prezar por essa capacidade – e não faltam métodos para ajudar a desenvolvê-la. Mas aí é que vem a grande ironia: querer ter mais autocontrole pode diminuir nossa capacidade de exercê-lo, independentemente de quão controlados nós sejamos.

Os responsáveis pela descoberta foram Liad Uziel, do Departamento de Psicologia da Universidade Bar-Ilan (em Israel), e Roy F. Baumeister, da Universidade Estadual da Flórida, considerado um dos principais pesquisadores do autocontrole no mundo (e um dos mais citados de todos os tempos na psicologia social).

“O autocontrole é uma capacidade humana altamente adaptativa. Considerando que os seus benefícios estão bem documentados, pouco se sabe sobre o impacto de querer desenvolvê-lo”, diz o estudo, publicado recentemente no Personality and Social Psychology Bulletin, periódico oficial da Sociedade de Personalidade e Psicologia Social.

Para entender melhor a questão, os autores realizaram quatro experimentos. Neles, um total de 635 voluntários deveriam realizar tarefas que exigiam muito ou pouco autocontrole. Em alguns dos estudos, o já existente desejo de autocontrole dos participantes foi medido (foi criada uma escala específica para medir isso); em outros casos, esse desejo foi manipulado: as pessoas deveriam pensar nos benefícios de ter mais autocontrole e então realizar a tarefa proposta.
O culpado de tudo

O primeiro e o segundo estudos mostraram que ter um forte desejo (manipulado ou não) de autocontrole prejudicou o desempenho dos voluntários em uma tarefa exigente (ou seja, que exigia mais desse autocontrole), mas não em uma tarefa simples.

Os estudos 3 e 4 mostraram a razão por que isso acontece: quando somos confrontados com uma tarefa difícil, o nosso desejo de autocontrole acaba se traduzindo em baixa autoconfiança – nós ficamos com a sensação de que não temos essa capacidade em um nível suficiente. Isso leva a uma queda no que os psicólogos chamam de autoeficácia, ou a crença nas nossas próprias habilidades. E uma baixa autoeficácia leva à perda de engajamento na tarefa que temos a desempenhar. Nós achamos que não somos capazes e aí nos esforçamos menos, como uma profecia autorrealizável.

Esse efeito é tão forte que provoca resultados homogêneos, não importa a predisposição básica de exercer autocontrole que cada pessoa já tenha. Isso quer dizer que tanto as pessoas mais controladas quanto as menos controladas tiveram desempenhos semelhantes quando carregavam um forte desejo de ser desenvolver mais essa capacidade.

Moral da história: confie que você é capaz de fazer as coisas que se propões a fazer e tente não exigir demais de você mesmo.


quinta-feira, 4 de maio de 2017

Programa Opinião Minas

O programa Opinião Minas conversou com a Psicoterapeuta Familiar Myrna Nascimento, sobre o namoro virtual. De acordo com uma pesquisa realizada pela Cornell University, 80% das pessoas mentem em um namoro virtual. Já uma pesquisa da comunidade Habbo diz que 90% dos brasileiros já tiveram um relacionamento virtual. Eles podem dar certo? Quais os riscos de um relacionamento virtual?


terça-feira, 2 de maio de 2017

Mulheres e suas relações de dependência e co-dependência.



Confira os temas que serão tratados:

Mulheres e suas relações de dependência e co-dependência.

- A pequena menina
- A criança interna
- Padrões e legado familiar: crenças e descrenças amorosas
- Dependência de amor
- Co-dependência: Que "bicho é esse"?
- Ciúmes
- Mulher tradicional e atual
- A dependência emocional e o fracasso financeiro
- Auto-sabotagem
-"Tecendo" a própria história
- A mulher
- O feminino
- Vivências