quinta-feira, 30 de março de 2017

Déjà-vu pode ser um sinal de que sua memória está em dia

Cientistas acreditam que fenômeno acontece quando nosso cérebro, vasculhando memórias, encontra uma incoerência – ou seja, um sinal de que ele está desconfiado

Você deve ter uma leve impressão de que já leu uma notícia sobre a explicação do déjà-vu antes, e isso não é um déjà-vu. Já havia algumas hipóteses e teorias para esclarecer aquele momento estranho em que você tem certeza de que já viu algo que nunca tinha visto, mas um grupo de cientistas da Universidade de St. Andrews, no Reino Unido, acaba de publicar no Quarterly Journal of Experimental Psychology uma nova explicação – e eles têm certeza absoluta de que não a viram em nenhum outro lugar. Mesmo.

Eles concluíram que o déjà-vu acontece quando nosso cérebro está verificando o arquivo de memórias em busca de uma específica e tropeça em uma incoerência, e não que ele é uma consequência da criação instantânea de uma memória falsa de longo prazo, que era a explicação dominante até então. Ou seja: ele seria um sinal de que nosso "desconfiômetro" de memórias falsas está em dia, e ocorreria com frequência cada vez menor com o envelhecimento. 

Estudar o déjà-vu não é fácil. Afinal, ele é um fenômeno rápido e imprevisível. Para analisá-lo em laboratório, os cientistas usaram um método de indução criativo com os 21 voluntários. Eles são apresentados a uma série de palavras associadas a um determinado assunto, como, por exemplo, arroz, feijão, tomate e frango – mas a palavra essencial, que no caso é “comida”, é deixada de fora. Na segunda frase do experimento, os psicólogos perguntam às cobaias se havia, na lista, alguma palavra que começasse com a letra “c” na lista. A resposta, claro, será não.

Em uma terceira fase, a pergunta é mais direita: se alguém ouviu a palavra “comida”. E é aí que mora o truque. Ao mesmo tempo em que os voluntários se lembram claramente de não ter ouvido a palavra “comida”, eles têm a intuição de que aquele “c” estava por aí em algum lugar. E assim é plantada uma falsa memória.

Tudo isso ocorre dentro de uma máquina de ressonância magnética, o que significa que os cientistas foram capazes de analisar em detalhe a atividade cerebral dos “enganados” e ver se e como as áreas associadas à memória eram ativadas. E a descoberta foi surpreendente.

O hipocampo, região responsável pelas memórias recentes, não se animou muito. Por outro lado, áreas frontais, associadas à tomada de decisões, ficaram muito ativas. Ou seja, o cérebro estava vasculhando seu próprio arquivo atrás da palavra “comida”, e quando encontrou um conflito – no caso, uma estranha semelhança entre algo que aconteceu e algo que poderia ter acontecido –, parou para dar um jeito no bug. Para manter o vocabulário francês, voilà!

Até então, pensava-se que o fenômeno ocorria quando uma memória recente era enviada diretamente ao córtex, sem passar pelo hipocampo – ou seja, que ela ia direto para as memórias de longo prazo, dando a nós a impressão de que aquilo já teria acontecido há muito tempo.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Conheça a terapia familiar e descubra quando recorrer a ela

Terapia familiar é uma opção eficiente para o tratamento de diferentes transtornos.


A terapia familiar pode ajudar a superar diversos problemas emocionais. Ela tem o objetivo da conquista ou reconquista de relações harmoniosas, respeitosas e saudáveis entre os membros de uma família, podendo em alguns casos também ter como foco o tratamento de um dos indivíduos.

Por que recorrer à terapia familiar

Muitas vezes, a necessidade da terapia familiar vem de um fato ou episódio traumático específico, como, por exemplo, a dependência do filho mais novo em álcool e outras drogas ou a depressão da mãe. Diante de um momento de extrema dificuldade, torna-se mais concreta a necessidade de intervenção e ajuda profissional no núcleo da família.

Isso ocorre não porque a disfunção relacional familiar é a causa maior de situações extremas como essas, mas porque há o entendimento de que relações deficientes entre os membros da família são muitas vezes a chave para a origem de diversos problemas emocionais e de saúde em geral.

Dessa forma, a família contribui tanto para a efetivação dos comportamentos ruins de um de seus membros quanto para a solução de muitos problemas entre eles.

Aplicação da terapia familiar

Quando começou a ser aplicada, a terapia familiar era conduzida por terapeutas comportamentais e predominantemente consistia em técnicas inspiradas na teoria da aprendizagem, que buscava tratar indivíduos. No entanto, esse conhecimento foi ampliado ao longo do tempo por estudiosos e pesquisadores que passaram a entender a existência de um núcleo familiar que vai além das individualidades.

Nos últimos anos, em especial, observa-se um número cada vez maior de especialistas e estudos que afirmam a eficiência da terapia familiar, seja como um acompanhamento preventivo da relação familiar, ou como umas das mais importantes intervenções quando o objetivo é o tratamento de transtornos tais como os da alimentação (bulimia, anorexia, entre outros) e transtornos do humor (depressão, bipolaridade, e os demais).

Dessa forma, quando o objetivo é a melhora nas relações do contexto familiar, ou o tratamento de um membro a partir das mudanças nessas relações, a terapia familiar é o procedimento mais indicado.

Durante as sessões, o terapeuta assume um papel parecido com o de um arquiteto, devendo construir o diálogo da família com base num ambiente em que ele e os pacientes tenham liberdade para tecer uma análise do passado e do presente do núcleo familiar, cuidando da elaboração do plano de mudanças e trabalhando a postura de cada um e do todo para transformações futuras.

Essa etapa da terapia familiar, em que todos participam do levantamento do histórico de problemas familiares, é essencial para o entendimento do que ocorre no presente, passando por todos os comportamentos indesejáveis e pela comparação com o desejo comum da família. Ela é como a espinha dorsal do tratamento e, quando bem fundamentada, garante excelentes resultados.

Nos últimos anos, foram desenvolvidas diversas novas técnicas que auxiliam a administração de problemas familiares e proporcionam a ampliação de relações saudáveis. São tipos de terapia familiar também o treinamento de pais, a terapia de casal e o treino de habilidades de comunicação, entre outros. Todos eles considerados intervenções bastante eficientes na abordagem dos problemas no contexto familiar.

No entanto, mais do que aplicar técnicas, o objetivo do tratamento é, através de avaliação e acompanhamento, estimular o entendimento das causas dos problemas familiares e desenvolver habilidades de relacionamento importantes no dia a dia, para que seus membros possam deixar o consultório sabendo resolver as próprias dificuldades no futuro.


segunda-feira, 20 de março de 2017

Durante os encontros do Grupo Terapêutico do Feminino em que são trabalhadas com as participantes as suas relações de dependência e co-dependências, elas realizam vivências contando a própria história por meio de pinturas e trabalhos manuais. Nesta realizada com o último grupo, as participantes construíram juntas uma colcha. O próximo grupo começa em abril, participe e comece uma nova história!

   

quinta-feira, 16 de março de 2017

Disputa na psicologia: quem faz bullying é vilão ou vítima?

Estudos rivais tentam explicar o comportamento dos valentões na escola, com versões bem diferentes sobre o que leva à agressividade.



Você já deve ter visto esta cena em centenas de filmes: o valentão, que persegue os nerds, mostra um lado sensível e conturbado. Na verdade, toda aquela agressividade é uma reação a traumas de infância, problemas em casa e pais exigentes e ausentes.

Uma série de valentões da ficção se encaixam nessa definição, que busca uma origem complexa, e por vezes sofrida) no comportamento agressivo. E essa explicação também é a mais popular nos estudos de psicologia.

Nos últimos anos, porém, outra hipótese surgiu para defender que quem pratica bullying é mais feliz e autoconfiante. Ou seja, na verdade é praticado porque traz vantagens para quem o pratica, de autoestima até menor risco de depressão. As autoras chamam sua tese de “A Origem Evolucionária do Bullying Adolescente”.

A pesquisa, publicada em 2015, estudou 135 adolescentes canadenses, de 13 a 16 anos, que frequentavam a mesma escola. Eles foram divididos em quatro categorias, de acordo com seu comportamento: bullies (os que praticam bullying), vítimas, bully/vítimas (uma mistura dos dois) e espectadores, aqueles que não se envolvem nem interferem no conflito.

Cada estudante respondeu a questionários sobre autoestima, saúde mental e status social dentro dos grupos de convívio na escola. Como seria de se esperar, os bullies eram os mais populares, bem acima até de quem não se envolvia em agressões.

O que surpreendeu os pesquisadores, porém, é que eles não mostravam o Lado B sofrido de que os filmes e outros estudos falavam. Na realidade, tinham os melhores índices nos testes de saúde mental, as autoestimas mais altas e os menores riscos de depressão entre todos os grupos.

Os psicólogos que conduziram o estudo acreditam que isso explica porque o bullying é tão difícil de controlar: essas vantagens emocionais e sociais seriam o estímulo para que as pessoas continuassem a repetir o comportamento.

A conclusão foi baseada na psicologia evolutiva, que afirma que a seleção natural propaga comportamentos vantajosos e limita outros, assim como faz com os genes.

Essa perspectiva, porém, não convenceu grande parte dos pesquisadores da área. Isso porque os resultados vêm de uma amostra pequena, que é toda de um mesmo colégio e poderiam ser influenciados por outros fatores. Por causa dessas limitações, não daria para afirmar que todo valentão colhe os louros da autoconfiança graças ao bullying que pratica.

Por enquanto, então, segue vencendo a teoria de que a agressividade é efeito colateral de uma adolescência difícil. E você que já sofreu ou praticou bullying em algum momento: acha que a agressão faz bem pra mente do valentão ou esconde um sofrimento silencioso?


segunda-feira, 6 de março de 2017

Inscrições abertas!

Atenção! O início da nossa segunda turma do Grupo de Mulheres será em Abril. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de março. Esperamos por vocês!

Confira os temas que serão tratados:

- A pequena menina
- A criança interna
- Padrões e Legado familiar: crenças e descrenças amorosas
- Dependência e Co-dependência
- As muitas formas de dependência
- Sintomas de Dependência de amor
- Co-dependência: Que "bicho é esse?"
- Ciúmes
- Mulher tradicional e atual
- A Dependência emocional e o fracasso financeiro
- Auto-sabotagem
- "Tecendo" a própria história
- A Mulher
- O Feminino
- Vivências